Atravessamos como naus o mar da provisoriedade
Eu deixo a terra levando no coração os que nela mais amei,
e vou esperar no seio bendito e misericordioso de Deus,
o feliz momento de uma reunião eterna.
Morro, mas a minha alma não morre:
Amar-vos-ei no céu, como vos amei na terra.
Só morre quem nunca viveu no coração de alguém”
No Dia de Finados...
uma singela reflexão que uma mãe me trouxe numa conversa calorosa com ânsia de eternidade,
de um encontro que todos esperamos:
O encontro com os que nos antecederam.
Há muitos momentos que me comovem, mas um de modo especial: a dor de uma mãe que chora a ausência de seu filho ao lado, mas seca suas lágrimas simultaneamente quando sabe que ele se encontra junto de Deus.
Ao lado da mensagem, a foto.
Os olhos da mãe olhavam transcendendo a foto como que vendo o filho na glória, já não mais fisicamente presente...
Em envelope, devidamente guardado.
Guarda como relíquia, pois é a foto de quem nasceu de si.
Certo dia, ouvi de uma mãe num velório algo que jamais esqueci: “enterrar alguém é difícil, mas enterrar o próprio filho é enterrar um pedaço de si”
Hoje, ela e os filhos estão abraçados na eternidade.
Tenho certeza de que ao enterrar um pedaço de si, ela enterrou um grão que floresceu na eternidade e por muito tempo ela suportou a saudade, que se tornou infinitamente maior que a tristeza porque na âncora da Ressurreição confiante.
Que o dia de Finados não seja dia de luto inútil e estéril pranto
Pois Ele, Jesus, nos assegurou:
“Não fiqueis perturbados os vossos corações.
Na casa de meu Pai há muitas moradas...”(Jo 14,2).
Viver é tornar o mundo uma casa de Deus para que tenhamos um dia, eternamente outra casa na morada de Deus. Desfeito nosso corpo mortal nos será dado um corpo glorioso.
Estas palavras são âncoras seguras da nau que atravessa os mares da provisoriedade com destino para a eternidade. Amém!
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