“Em Sua hora, e a nossa, Deus dirá”.
Enquanto ela não chega...
“Já me não pesa tanto o vir da morte.
Sei já que é nada, que é ficção e sonho, (Fernando Pessoa)
E que, na roda universal da Sorte,
Não sou aquilo que me aqui suponho.
Sei que há mais mundos que este pouco mundo
Onde parece a nós haver morrer.
Dura terra e fragosa, que há no fundo
Do oceano imenso de viver.
Sei que a morte, que é tudo, não é nada,
E que, de morte em morte, a alma que há
Não cai num poço: vai por uma estrada.
Em Sua hora, e a nossa, Deus dirá.”
Inevitavelmente a nossa frente ela se apresenta – “Em Sua hora, e a nossa, Deus dirá”. Quando? Não sei. Que importa a hora? Ora, ora!
Enquanto ela não chega, embora vindo esteja, é tempo de viver. De dar conteúdo mais sólido e belo ao nosso existir.
Bem curta é a vida, para com futilidades perder e se perder.
É preciso ela, a vida, com intensidade e paixão renovada viver.
Bem curta é a vida para cansaços inúteis e estressantes que
Consomem nosso vigor e não mais caminhamos, cambaleamos...
Bem curta, muito curta é a vida, para divagar em conversas vãs e fúteis. Quero pauta nova, que me consuma, me prenda, me atenha...
Bem curta é a vida. Única e tão breve. Bem viver, carregando a cruz com o exato peso que ela tem, nem mais pesada nem mais leve.
Que eu a leve, porque bem curta e muito curta a vida é.
“Em Sua hora, e a nossa, Deus dirá”.
Enquanto Ele não diz quero apenas viver.
Para Deus viver, bem como diz o canto:
“A minha vida é do Mestre
Meu coração é do meu Mestre
O meu caminho é do Mestre
Minha esperança é meu Mestre”
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