Há cenas fortes que passam pela nossa retina e entranham no mais profundo de nosso coração...
Sendo assim impressas indelevelmente em nossa alma e, para sempre, rememoradas deleitosamente.
Uma delas aconteceu numa Missa de sétimo dia de uma mãe e esposa, que fizera sua definitiva travessia.
Ao encontro do Deus eterno, que nos acolhe na outra margem, se n’Ele cremos e vivemos.
No primeiro banco, o pai e a filha, um anjo criança, de olhar tão puro
Notável pela sua bela cor negra e cabelos encaracolados, mãos tão inocentes.
Percebi ao longo da Missa que ela, de frente para o pai, cujos olhos estavam umectantes,
Tentava enxugar as lágrimas ardentes e amargas que lhe rociavam a face pela dor da ausência;
Lágrimas que expressavam a dor no peito pelo vazio experimentado, paradoxalmente,
Porque o amor, certamente, o coração havia preenchido, no frouxel do sagrado lar.
As pequeninas mãos do anjo criança não me passaram despercebidas naquela Missa.
Mãos pequeninas que não trouxeram a amada de volta, obviamente,
Mas puderam como que infundir, no coração do pai, o carinho, a ternura e a confiança.
Certamente as lágrimas do pai se somarão às da filha, muitas vezes,
Mas a dor da saudade será mutuamente amenizada, até o definitivo encontro.
Por ora, importa que, confortado pelas mãos do anjo criança,
Que o pai continue a sua missão.
Quantas pequeninas mãos de anjo criança hoje afagam o rosto de seus pais, enxugando-lhes as lágrimas...
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