Silêncio
orante diante do Trono
“Através
d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a
glória na humilhação, a vida na morte”. (1)
Fixei
por um tempo meus olhos nos Teus,
Vítima
de olhares de insanas crueldades.
Como
podemos crucificar quem nos viu
Com
olhar de ternura, de misericórdia?
Olhos
fixos em Teus lábios quase inertes,
Relembrando
Tuas palavras como fogo,
Labaredas
divinas que aquecem nossos medos,
De
tantas situações por que possamos passar.
Contemplei
Teus ouvidos, sempre prontos a ouvir
Nossos
gritos, súplicas e, por vezes, injustos lamentos.
No
trono, ainda ouves palavras imerecidas,
E
o canto da morte Te envolve, mas não será o último.
Tua
face marcada pela dor, agonia, flagelo...
Para
nos devolver a imagem maculada pelo pecado;
Traços
desfigurantes para nos devolver o que perdêramos:
Os
traços impressos pelo Pai na obra da criação divina.
Tuas
mãos, por cravos atrozmente cravadas,
Mãos
tantas vezes estendidas aos pecadores, imerecidamente,
Após
Sua Gloriosa Ressurreição por nós, continuarão,
A
nos tocar, chamar e a nos enviar em divina missão.
Teus
pés, também pelos cravos fixos no Trono da Cruz,
Recordam
a cena memorável em que lavaste nossos pés,
Em
lição de amor, humildade, doação e serviço.
Que
nossos pés jamais se cansem do divino caminho.
Por
fim, olhos fixos na indizível Fornalha Ardente
Do
Teu trespassado Sagrado Coração, água e sangue jorrados.
Igreja
Nascente, Alimento de Eternidade abundante,
Tornas-Te
Comida e Bebida no Mistério da Eucaristia. Amém.
(1)
Papa São Leão Magno (séc V):
Fonte de inspiração: Lc 23,35-43


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