segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Silêncio orante diante do Trono

 


Silêncio orante diante do Trono

“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”. (1)

Fixei por um tempo meus olhos nos Teus,

Vítima de olhares de insanas crueldades.

Como podemos crucificar quem nos viu

Com olhar de ternura, de misericórdia?

 

Olhos fixos em Teus lábios quase inertes,

Relembrando Tuas palavras como fogo,

Labaredas divinas que aquecem nossos medos,

De tantas situações por que possamos passar.

 

Contemplei Teus ouvidos, sempre prontos a ouvir

Nossos gritos, súplicas e, por vezes, injustos lamentos.

No trono, ainda ouves palavras imerecidas,

E o canto da morte Te envolve, mas não será o último.

 

Tua face marcada pela dor, agonia, flagelo...

Para nos devolver a imagem maculada pelo pecado;

Traços desfigurantes para nos devolver o que perdêramos:

Os traços impressos pelo Pai na obra da criação divina.

 

Tuas mãos, por cravos atrozmente cravadas,

Mãos tantas vezes estendidas aos pecadores, imerecidamente,

Após Sua Gloriosa Ressurreição por nós, continuarão,

A nos tocar, chamar e a nos enviar em divina missão.

 

Teus pés, também pelos cravos fixos no Trono da Cruz,

Recordam a cena memorável em que lavaste nossos pés,

Em lição de amor, humildade, doação e serviço.

Que nossos pés jamais se cansem do divino caminho.

 

Por fim, olhos fixos na indizível Fornalha Ardente

Do Teu trespassado Sagrado Coração, água e sangue jorrados.

Igreja Nascente, Alimento de Eternidade abundante,

Tornas-Te Comida e Bebida no Mistério da Eucaristia. Amém.

 

 

(1)    Papa São Leão Magno (séc V):

Fonte de inspiração: Lc 23,35-43

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG