A vida como uma bela passagem
No mesmo instante em que ela subia aos céus, depois de tempos agonizantes, pela dor consumida, mas a fé até o último instante vivida, uma recém-nascida, a porta do elevador atravessava. Para cada um, cremos, um plano Deus tem, e a felicidade consiste em compreendê-lo e vivê-lo.
Para uma tudo terminava, para a outra tudo começava. Terminava? Para quem na Ressurreição do Senhor viveu e creu, de fato, eternamente começava, pois com Jesus Cristo e Sua morte, a morte da morte na Cruz, e também os que jaziam na mansão da morte foram libertos e à eternidade adentraram.
Para a outra, pequenina, no carrinho, ao sono dos anjos entregue, a vida apenas está começando, e que Deus a abençoe, para que tenha mesma graça da fé no coração plantada, o Senhor conhecer, n’Ele viver e crer, e um dia, passando pela morte, também eternamente viver.
Uma no leito deitada, na inconsciência da condição limite vivida, a outra inconsciente pela vida ainda não vivida. Uma dorme para acordar na eternidade, uma dorme para acordar e novamente dormir, até que um dia, também feche os olhos para sempre, para abrir na eternidade.
A primeira dá seu último suspiro, para exultar de alegria no outro lado, rompendo a margem da travessia, tendo a nau conduzido e agora chegando à eternidade. A segunda as primeiras respirações, os primeiros oxigênios invadem seu pequeno pulmão, são as primeiras batidas de seu coração.
Uma sobe para adentrar no céu, luminosidade e alegria plena. A outra desce para adentrar no mundo, para ser luz da Luz que a todos ilumina, e motivo de grande alegria: tão pequena, mas já tão amada, embalada, envolvida não apenas nos panos, mas na ternura e carinho.
Tudo isto, contemplei e vivi em alguns poucos minutos, que nunca me esquecerei... Uns partem para ficar para sempre no coração de quem os ama, na memória celebrada em cada Eucaristia. Outros chegam para continuar a história, e que sejam linhas de uma bela e sagrada história.
Finalizo com um dos Prefácios da Santa Missa, sobre a passagem de nossa vida:
“Em Vós vivemos, nos movemos e existimos e, durante a nossa vida terrena, sentimos em cada dia os efeitos da Vossa bondade e possuímos desde já o penhor da vida futura; tendo recebido as primícias do Espírito, pelo qual ressuscitastes Jesus Cristo de entre os mortos, vivemos na esperança da Páscoa eterna”.
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