A sabedoria divina na provação
No seguimento de Jesus, é preciso acolher Sua Palavra, no alegre e corajoso anúncio e testemunho, discernindo sempre para pautar a sua vida na “sabedoria de Deus”, jamais na “sabedoria do mundo”.
Na passagem do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos que a sabedoria de Deus deve ser vivida com a coragem de suportar as perseguições, num aparente caminho de fracasso, opondo-se a toda forma de idolatria, numa verdadeira adoração a Javé.
O autor sagrado, do Livro mais recente do Antigo Testamento, assegura que vale a pena ser justo e fiel aos valores da fé; garante que a fidelidade do justo a Javé não ficará sem recompensa.
A sabedoria de Deus deve ser vivida até a morte, por amor, em relação de serviço, unidade, caridade, verdade, construindo um mundo mais justo e fraterno.
É preciso renunciar a todo orgulho e autossuficiência, pois a vivência da sabedoria do mundo condena ao vazio, à frustração, à depressão, à escravidão e a uma felicidade ilusória, passageira.
Somente a sabedoria de Deus é garantia de uma verdadeira felicidade, realização plena, embora não garanta uma vida fácil, pois mesmo na vida daquele que a vive pode estar presente a calúnia, a perseguição, a tortura e até mesmo o martírio.
Na Epístola de São Tiago (Tg 3,16-4,3), vemos que viver em comunidade exige a vivência da coerência do Evangelho, tomando cuidado para que esta não seja destruída pelo orgulho, ambição, inveja, competição, egoísmo...
O batizado deve viver segundo os critérios de Deus, e, portanto, a necessária vigilância e conversão. A opção pela sabedoria do mundo não é um caminho para a realização plena do homem, pois gera somente infelicidade, desordem, guerras, rivalidades, conflitos e mortes.
De outro lado, a sabedoria de Deus deve plenificar o nosso coração e iluminar as nossas decisões. Somente assim nossa Oração será ouvida por Deus, pois, se movida pela sabedoria do mundo não tem sentido algum.
Como discípulos missionários do Senhor, precisamos viver a sabedoria de Deus, que passa pela Cruz, possui aparência de fracasso, mas é certeza de vitória; na doação da própria vida, acolhendo as críticas, as perseguições, as incompreensões (Mt 5,1-12 – as Bem-Aventuranças), numa vida de serviço por amor, alegremente, deixando nossas atitudes e pensamentos moverem-se pelos critérios de Jesus.
Urge que a virtude da humildade se concretize na acolhida e serviço aos pequenos, que são os preferidos de Deus. E como afirmou Jon Konings – “Os humildes despertam a força do amor que dorme no coração do ser humano”.
Cuidando dos preferidos de Deus, estaremos cuidando do próprio Deus, como vemos na passagem em que Jesus nos fala do julgamento final (Mt 25,31-46).
Como Igreja, Povo Eleito do Senhor, sejamos uma comunidade de serviço: promovendo a unidade, vivendo a caridade, pautando os relacionamentos pela verdade; aprendendo a viver a complementaridade e subsidiariedade.
Como discípulos missionários, vivamos com sabedoria, em plena fidelidade ao Senhor e ao Evangelho, com renúncias necessárias, carregando quotidianamente nossa cruz, até que mereçamos a glória e o descanso eterno. Amém.
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