As velas do navio estão levantadas,
A âncora já foi silenciosamente recolhida.
Ele está pronto para a última travessia
Em outro porto alguém o espera.
O encontro definitivo tão ardentemente esperado,
A visão na experiência da fé vivenciada, testemunhada.
Glorificou a Deus com a própria vida, incansavelmente,
Ciente de que a glória de Deus é a vida do homem.
Uma vida consumida pelo Amor e com amor,
Configurou-se tanto ao Amado, que pôde dizer:
“eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”
Teve d’Ele mesmos pensamentos e sentimentos.
Ó Apóstolo, mestre e doutor das nações,
Acolho tuas palavras, não tão somente a Timóteo,
Mas a todo aquele que ainda está em travessia
No árduo combate da fé, para alcançar a coroa da glória um dia.
Árduo e bom combate da fé, do qual não se pode fugir,
Pois na vida de fé, quando não se avança, recua.
Não podemos fixar moradas no tempo presente,
Avançar sempre para águas mais profundas.
Vales e montanhas atravessar,
Voos do Espírito, ares novos respirar,
Lágrimas derramar, sementes regar,
Flores e frutos saborosos produzir.
Assim é nossa vida, quando não sucumbida na mediocridade,
Mas fundada na força da Palavra, nutrida pela Eucaristia.
Uma vida conduzida, iluminada, acompanhada pelo Santo Espírito;
Uma permanente travessia, superação até a última e necessária.
A última travessia: a morte e o Encontro dos Encontros.
Encontro com o Criador, Aquele pelo qual tudo foi criado;
Com Aquele que jamais Se separou do Amante e do Amado.
O Encontro com Pai, o Filho e o Santo Espírito – Divina Trindade.
A morte e a Páscoa, maior de todas as passagens.
A morte e a eternidade, a eternidade do tempo;
A morte e a plenitude, a plenitude do amor.
A morte e a morada, a mansão espiritual.
A morte e o descanso eterno, repouso na paz.
A morte e o Banquete, Banquete de alegria,
Vida, amor, paz, luz, ternura e divina bondade.
Assim vejo a travessia definitiva, início do eterno.
A morte, um epílogo do presente.
A morte, pelo Mistério da fé acreditada,
Não é o definitivo e trágico ponto final de uma história,
Mas o novo começo sem fim, onde o Sol Maior jamais se põe.
As velas do navio estão levantadas...
PS: Fonte inspiradora - 2Tm 4,6-8.17-18
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