Alegremo-nos: Deus tem sempre a última palavra!
“Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é a nossa fé – de modo semelhante Deus
trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte.” (1
Ts 4,14)
Quantas vezes, como
pastores, no múnus da pregação e consolação do Povo de Deus, somos desafiados
diante da mais inquietante experiência humana: a realidade da morte.
Urge que nos
coloquemos, seja de forma previsível ou imprevisível: Para além de toda dor,
para comunicar a mensagem de que Deus tem sempre a última Palavra!
Não tem a última
palavra a aparente vitória de Jacó, mas a permanente e eterna vitória de Deus.
Não as inquietações, resistências frente aos desígnios divinos, mas a confiança
inabalável na sua força, porque contra Deus não há por que, nem como resistir!
Não terá última palavra
o desespero frente aos desafios da evangelização, mas a confiança na presença e
sopro do Espírito a nós enviado: “Eis que eu estarei convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Deste modo, não terão
última palavra a mudez e surdez da humanidade, mas a alegre escuta e
proclamação das maravilhas por Deus sempre realizadas.
Como também não tem a
última palavra o isolamento e o peso da exclusão, mas a libertação e a
integração/comunhão, na força da ternura de Jesus, que supera toda
dureza/frieza e legalismo farisaico de todos os tempos.
Não terá última palavra
a indiferença para com os pobres, sofredores, mas a compaixão que emana do Seu
Sagrado Coração, que envia operários para a vinha manifestando a solicitude de
Deus, que não nos deixa sem pastores, excluindo todo sentimento de orfandade.
Contemplemos a Cruz e o
lado trespassado de Jesus (Jo 19,37). Não contemplemos o aparente fracasso da
cruz, mas o gosto de vitória que emana da Cruz – “todos nós devemos nos gloriar
na cruz de Nosso Senhor” (Gl 6,14); contemplemos a inevitabilidade do caminho
da glória, que passa pela Cruz Redentora de Jesus.
Não prevalecerão as
lágrimas incontáveis e o lamento pela morte, que separam os casados; que dura e
cruelmente também separam os amigos, mas a alegria da imortalidade alcançada;
já experimentada na oração e comunhão dos santos, e que nos possibilitará um
novo e eterno abraço, quando acolhidos pelos que nos antecederam na glória dos
céus – “É sentida por demais pelo
Senhor a morte de seus santos, seus amigos” (Sl 115,15).
Não será eternizado o
sono que nos impede de sermos acordados para Deus, porque acontecerá o mais
difícil despertar: o despertar do sono da morte que Deus mais facilmente pode
realizar, a partir da Morte e Ressurreição de seu Filho.
A morte não será último
horizonte, mas sim a glória da imortalidade que desconhece horizontes, pois
mergulha na plenitude do amor de Deus – viver no céu é estar imerso no
horizonte infinito do Amor de Deus.
Em tudo demos
graças a Deus, e como Deus tem sempre a última Palavra:
“Alegrai-vos
sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos! Não vos inquieteis com nada; mas
apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica em
ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão guardará os
vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl
4,4.6-7).
A Ele toda honra, glória e poder, pelos
séculos dos séculos.
Amém!
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