“Refletirei ainda para contá-lo,
pois estou cheio de um entusiasmo que diz:
Ouvi-me, rebentos divinos,
desabrochai como uma roseira plantada à beira das águas;
como o Líbano, espargi suave aroma,
dai flores como o lírio,
exalai perfume e estendei graciosa folhagem.
Cantai cânticos e bendizei o Senhor nas Suas obras”
(Eclo 39,16-19)
No dia 2 de novembro rezamos, de modo especial, pelos mortos, como a fé que professamos nos ensina e creio.
Mas não basta, é preciso refletir sobre a própria existência, o caminho que estamos percorrendo, as marcas que estamos deixando, os horizontes que estamos buscando.
Mas não basta, é preciso refletir sobre a própria existência, o caminho que estamos percorrendo, as marcas que estamos deixando, os horizontes que estamos buscando.
É tempo favorável para reconhecer e contemplar em cada criatura vocacionada à eternidade, a presença do sopro divino porque assim quis Deus: que d’Ele viéssemos, fôssemos, nos movêssemos, e para Ele voltássemos.
É tempo fecundo para avaliar quais são as “rosas” que desabrochamos para tornar a vida mais bela e com suave perfume, plantados à beira das águas da imortalidade que procedem de Deus, jorradas do Sagrado Coração de Seu Filho Amado.
É tempo propício para ver como espargimos o suave aroma da justiça, amor, verdade, liberdade na família, na Igreja ou em qualquer outro lugar, para que o mundo seja mais fraterno e mais próximo do que Deus pensou e sonhou para nós.
É tempo de, no coração da humanidade, chão fértil querido por Deus, florescer os lírios da pureza, da simplicidade, da fragilidade humana reconhecida e assumida, que se dobra diante da Onipotência Divina, que se manifesta incansavelmente por nós no Seu amor que nos acompanha, atravessando o tempo até a consumação dos tempos.
É tempo de ver o chão da história da humanidade coberto pelas folhagens de cores, formas diversas, beleza indescritível, porque é a representação da beleza da vida, esparramada abundante em ramos entrelaçados, como devem ser as relações entre os povos.
É tempo de não mais ver o chão da história da humanidade manchado pelo sangue de inocentes, do suor dos explorados, das lágrimas do sofrimento evitável, do luto indesejável, do lamento insuportável, da miséria deplorável.
Quero ver os lírios nas mãos das crianças, que se somam a todos sem exclusão, com aquele que fará sua passagem num natural processo de declínio que a vida nos impõe.
Quero o lírio simbolizando a beleza e a pureza da vida, como o próprio Senhor já nos convidara a fazer: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam...” (Mt 6,28).
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