quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A fé na ressurreição e a vida eterna

A fé na ressurreição e a vida eterna

Celebramos no dia 02 de novembro o dia de Finados, dia de recolhimento e oração pelos por todos os falecidos.

Reflitamos a passagem da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios (1 Cor 15,20-26.28).  

O Apóstolo dirige-se a uma comunidade viva e fervorosa, mas que não deixa de ter problemas de ordem moral, com suas querelas, disputas e lutas, sedução à sabedoria filosófica.

Sendo uma cidade portuária, traz consigo problemas próprios desta realidade; sofrem a influência da cultura grega e, com isto, a dificuldade de aceitar a Ressurreição. 

Paulo fala sobre o fim último da caminhada daquele que crê: participar plenamente no Reino de Deus e a fé na Ressurreição,  âncora, e o “selo de garantia”.

O Reino deve impulsionar aquele que crê, não deixando lugar para o medo que paralisa. Crendo na Ressurreição, tudo ganha um novo sentido, um novo impulso. Com Jesus, serão desatados os nós de uma tragédia sem saída, porque através de nossa história em Sua história inserida, serão reatados os “fios quebrados”, que nos desfiguram e nos desorientam. 

Com Sua Morte e Ressurreição, fomos reconciliados e reatados no Amor do Pai; a Nova e Eterna Aliança de Amor foi selada e nada poderá quebrá-la, rompê-la. Assim é o irrenunciável e eterno Amor de Deus. 

Desde a alvorada ao ocaso da vida, haveremos de ser fecundados pela graça e pela força da Ressurreição, superando o horizonte limitado pela vida terrena. A fé na Ressurreição é a maior possibilidade de ampliação de qualquer horizonte de nossa existência. 

Continuemos a reflexão à luz da passagem do Evangelho (Mt 25,31-46),  na qual Jesus nos fala do juízo final, de como será o fim daqueles que se mantiveram ou não vigilantes e preparados para a Sua vinda vitoriosa “... para que Deus seja tudo em todos)” (1Cor 15,28).

Importante lembrar que o contexto da comunidade de Mateus é de desinteresse, instalação, acomodação, rotina. É preciso despertá-la para uma atitude vigilante e comprometida, na espera do Senhor que vem: vigilância para o juízo final. 

O critério de julgamento será o amor ou a indiferença vivida para com os pobres (famintos, sedentos, doentes, presos, estrangeiros, nus). Somente o amor concreto e a solidariedade ativa nos credenciam para a eternidade. Somente o amor na simplicidade e na gratuidade nos eterniza. Quem vive a misericórdia, o amor, a solidariedade ativa não tem motivo para temer o julgamento final (Tg 2,12-13). 

Os discípulos têm que amar Cristo e viver como Ele. Deus não quer condenar ninguém. A autoexclusão de Seu amor está em nossas mãos. Não há lugar para egoísmo e indiferença na construção do Reino de Deus. 

Sendo Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo, é preciso que vivamos autenticamente nossa fé, dando corpo e conteúdo à caridade no coração inflamada.

Movidos pela fé na Ressurreição, vivamos a solidariedade, a fraternidade, o amor à vida, a paixão pelo Reino.

Renovemos em nós o fascínio por Sua Palavra e, pelo nosso anúncio e testemunho, provocando o mesmo fascínio, trilhando o caminho que nos conduz aos céus, lembrando-nos sempre que seremos julgados pelo amor anunciado, e muito mais, pelo amor vivido em relação ao próximo, sobretudo os empobrecidos, com os quais o Senhor quis Se identificar.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG