quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Dos estilhaços da morte à âncora da Ressurreição!


Dos estilhaços da morte à âncora da Ressurreição
 
 “É sentida por demais pelo Senhor, a morte de
Seus Santos, Seus amigos” (Sl 115,15).
 
No Dia de Finados, unamo-nos em oração por nossos entes queridos falecidos e tenhamos um olhar além da morte, um olhar pascal, buscando vislumbrar as fronteiras da eternidade pela fé, ultrapassando os limites da existência.
 
Ó Morte, que já levou para junto de Deus muitos a quem amamos, e alguns, diríamos, cedo demais, e não importa a idade: dias, semanas, meses, décadas...
 
Será sempre cedo demais a partida de alguém que amamos, que teceu conosco a rede da vida, com as linhas tênues do amor a vida, da alegria, da esperança e da fé, da ternura, da sensibilidade.
 
Oportunas as palavras do Bispo São Bráulio de Saragoça, (séc.VII): “Ó morte que separas os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos”. 
 
Morte: Mistério que nos acompanha em todo o momento.

Ressurreição: Mistério central da fé que nos anima, encoraja e nos põe sempre a caminho da eternidade, no bom e indispensável combate.
 
“Ó morte onde está tua vitória? onde está o teu aguilhão?” (1Cor 15,55).
 
A morte, sobretudo quando súbita, deixa-nos um vazio, deixa-nos estilhaçados.
 
Porém, firmados na âncora da Ressurreição, em profunda comunhão e oração, temos a esperança de que um dia nos encontraremos com aqueles que nos antecederam na glória dos céus, e toda lágrima será enxugada, todo pranto será removido, porque a vida não termina para quem pelo Amor foi nutrido:
 
“Eu sou o Pão vivo descido do céu. Quem comer deste Pão viverá para sempre; O Pão que eu darei é a minha Carne para a vida do mundo” (Jo 6,51).
 
Aqueles a quem amamos, tendo combatido o bom combate da fé, apresentaram-se diante de Deus para receber a “Coroa da Glória”, e nós que ficamos, continuemos tecendo nossa história a culminar no epílogo da eternidade, junto de Deus e de todos aqueles que amamos e que esperamos com Ele estar.
 
Superemos a dor dos estilhaços da morte com a fé na mais bela notícia que podemos ao mundo anunciar e testemunhar: a Ressurreição do Senhor, a Vida que venceu a morte, para que n’Ele e com Ele também a vençamos - “Eu sou a Ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá.” (Jo 11,25-26). 
 
Quando a morte nos abraçar, que seja a passagem para o abraço a quem mais cedo partiu, a quem tanto amamos e nos espera... 
 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG