A morte e o Cálice do Senhor...
Quando a morte bater em nossa casa, quando nossas forças parecerem se esvair... Que seja um tempo de recolhimento, reflexão, avaliação, Oração. A saudade fala alto em nosso coração...
Vejamos o que nos diz o Missal Dominical:
– “... no fundo dessa nossa dinâmica de vida e esperança se oculta, sempre à espreita, o pensamento da morte; um pensamento ao qual não nos habituamos e que queríamos expulsar.
No entanto, a morte é a companheira de toda nossa existência, despedidas e doenças, dores e desilusões são dela sinais a nos advertir.
A morte permanece para o homem um mistério profundo. Mistério cercado de respeito também pelos que não creem...
Para o cristão, a morte não é o resultado de uma luta trágica que se deva afrontar com frieza e cinismo. A morte do cristão segue as pegadas da Morte de Cristo: Um Cálice amargo, porque fruto do pecado, a beber até o fim, porque é a vontade do Pai, que nos espera de braços abertos do outro lado do limiar; morte que é uma vitória com aparência de derrota: Morte que é essencialmente não morte: vida, glória e ressurreição.
A despedida dos fiéis é acompanhada da Celebração Eucarística, memória da morte de Jesus na Cruz e penhor da Sua Ressurreição...
Cristo espera eternamente com os braços abertos; o homem que optou contra Cristo, será queimado eternamente por aquele Amor que repeliu.
O homem que se decide por Cristo encontrará no mesmo Amor a plena e infinita alegria...”.
Morte! Mistério que nos acompanha. Ressurreição! Última palavra para os que creem!
Palavra que nos alegra o coração, ainda que de vez em quando se encontre estilhaçado, mas ancorado no porto seguro da Ressurreição.
Não existimos ao sabor dos ventos fúnebres, mas pelo vento suave, brisa que nos traz a terna mensagem da eternidade: a vida venceu a morte!
Viver e celebrar a vida no Cálice da morte e Ressurreição do Senhor, para que do mesmo Cálice alcancemos o inebriamento da alegria da eternidade.
Êxtase que nos renova e encoraja no inadiável e intransferível bom combate da fé, até que tenhamos de nos apresentar para receber a coroa da glória. Façamos tudo por merecê-la.
Beber do Cálice é beber o Amor de Deus, para que possamos vivenciá-Lo e saboreá-Lo plena e eternamente no Céu.
Assim nos falou o Senhor:
“Eu sou o pão vivo descido céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo" (Jo 6,51), e ainda "Quem come minha carne e bebe meu o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Somos felizes, uma vez convidados e partícipes do Banquete Nupcial do Cordeiro.
Oremos:
Senhor, que participando do Teu Sagrado Cálice, saibamos comungar do Teu Sacrifício, transformando os sinais de morte em sinais de vida.
Que bebendo do Teu Cálice, nossa morte em Tua Morte vitoriosa, seja destruída.
Que os estilhaços por ela provocados, como um vulcão em erupção, bebendo do Teu Cálice, fale bem mais forte do que morte o amor que conduz à Ressurreição. Amém!
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