Estreita é a porta da Salvação
Na quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,22-30), que nos convida a refletir sobre a proposta da Salvação, que se destina a todos os povos e passa por Jesus, a porta estreita da caridade, da doação, da partilha e da solidariedade.
Passar por esta porta não significa apenas multiplicar orações, aumentar o número das vezes que participamos das Missas ou Celebrações, e tão pouco das tantas vezes que pronunciamos o nome de Deus.
A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação, desânimo. Exige a coragem para enfrentarmos o sofrimento, que por si só não faz nenhum sentido.
Mas que, se assumindo na perspectiva da Cruz, pode ser medicinal, levar ao aprendizado, ao amadurecimento, ensinar e corrigir.
Não se pode perder jamais a coragem e o entusiasmo, como podemos ver na Epístola aos Hebreus (Hb 12,5-7.11-13): a comunidade estava perdendo o entusiasmo, caindo numa fé instalada e cômoda, porque grandes eram as tribulações e perseguições.
Apesar das dificuldades e crises, o cristão jamais pode esquecer o Amor de Deus, e de ser agradecido por ele. Mesmo nos sofrimentos, e especialmente nos sofrimentos, Deus manifesta o Seu Amor e nos salva. Nossos sofrimentos não são indiferentes para Deus.
Com isto, somos chamados a abandonar toda prática que nos afaste de Deus e do próximo: o egoísmo, a arrogância, a prepotência, o individualismo, atitudes de indiferença, rancores e ressentimentos.
A porta larga seduz momentaneamente, a porta estreita salva eternamente. A larga é mais fácil, mas nos empobrece. De outro lado, a estreita é muito mais difícil, porém nos enriquece e nos alcança a plenitude de vida.
O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações e exclusões, de modo que todos os povos sejam salvos.
Façamos a nossa escolha. A salvação nos espera. A questão não é quantos serão salvos, mas se estamos dispostos a passar pela porta estreita.
Com esta citação do Missal Dominical concluo a reflexão:
“Só quem tiver dado a vida como Jesus poderá entrar na sala e sentar-se à Mesa.
A tradição, o parentesco de nada adiantam para a Salvação, nem as palavras, a cultura ou a pertença à Igreja. Somente a dedicação à construção de um mundo que manifeste visivelmente a realidade do Reino...
O convite ao Banquete tem uma única resposta: dar a vida a exemplo de Cristo”.
Foi passando pela morte que Jesus entrou na Glória de Deus e, do Banquete Eterno, com o Pai participa, em comunhão com o Santo Espírito, e nos espera também.
Sigamos Seus passos, Seu exemplo, pois somente Ele nos garante a entrada nos céus, porque é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6).
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