sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O memorável testamento de São Luís de França - Parte I

                                                                

O memorável testamento de São Luís de França 
Ao celebrarmos no dia 25 de agosto a Memória de São Luiz de França. sejamos enriquecidos pelo seu testamento espiritual deixado ao seu filho.

“Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto não há salvação.
                                  
Filho, deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.

Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças.

Considera suceder tal coisa em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-Lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-Lo valendo-te dos seus dons.

Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos lábios, quer pela meditação do coração.

Guarda o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando puderes, auxiliá-los e consolá-los.

Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-Lhe graças para te tornares digno de receber maiores.

Em relação a teus súditos, sê justo até o extremo da justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade.

Procura com empenho que todos os teus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.

Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.

Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a bênção que um pai pode dar ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal.

Que o Senhor te conceda a graça de fazer Sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti.

E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-Lo, amá-Lo e louvá-Lo sem fim. Amém”.

No reinado de Luís IX de França (1214-1270), a França viveu um excepcional momento político, econômico, militar e cultural conhecido como “o século de ouro de São Luís”.

Houve um grande desenvolvimento da justiça real, passando, o monarca, a representar o juiz supremo. Participou também da Sétima e Oitava Cruzada, tendo morrido no decurso desta última, o que influenciou em grande medida a sua posterior canonização no reinado do seu neto Filipe, o Belo. De seu matrimônio nasceram onze filhos.

Este trecho do Testamento Espiritual que deixou a seu filho nos leva a reflexões oportunas para a família, para a vida eclesial e também para o cenário político e social pelo qual passamos.

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