Sejamos como um grão de trigo
Reflitamos sobre a passagem do Evangelho de João (Jo 12,24-26), que nos apresenta a parábola do grão de trigo que deve morrer para não ficar só.
Este grão é o próprio Senhor que por amor deu Sua vida por nós: contemplemos o Mistério do Amor sem limites, que assegurou vida sem limites na obediência, fidelidade, radicalidade do Amor, numa verdadeira entrega de uma vida em favor de todos nós, pecadores que somos.
Vivemos neste tempo como o tempo de germinação secreta. Aos poucos, vemos o que é preciso “morrer” dentro de cada um de nós, para que possa rebentar em flores pascais.
A morte é aparente epílogo de uma história, mas cremos que o grande epílogo é a vida eterna, cujos capítulos primeiros escrevemos no tempo presente.
Urge viver na fidelidade ao Senhor, trilhando o caminho da salvação e vida definitiva, atentos ao que Deus quer e espera de nós.
O Evangelista nos aponta o caminho da Cruz, aparente fracasso e morte, mas é dela que brota a Vida verdadeira e eterna, que Deus tem preparada para aqueles que O amam e são fiéis.
Na Cruz, se manifestará a glória de Deus. Será nela o último ato de Amor ao extremo, total, incondicional. Nela, conhecemos Jesus, que morre para ensinar aos homens o Amor sem limites. É dela que nasce a Vida. Quando o Coração de Jesus é trespassado, jorra água e sangue: Batismo e Eucaristia, Vida e Alimento.
Sua glorificação, como Palavra última do Pai, foi o selo de Deus. Os discípulos não trilham um caminho de fracasso e morte, mas de glorificação e vida.
Jesus há de ser, para quem O quiser conhecer e crer, o Salvador, o centro da História e não apenas uma “pequena nota no rodapé da história humana”.
É sempre tempo de rever o caminho que estamos trilhando; rever nossa fidelidade e amor incondicional por Jesus e Sua Igreja; avaliar a coragem que temos no carregar da cruz, e de nos solidarizarmos com os crucificados da história.
É tempo de germinação secreta – silêncio profundo e frutuoso. Precisamos ter coragem de fazer morrer nossos instintos egoístas, autossuficientes, caprichos, vaidades, preguiça, omissão, comodismo, e tudo quanto possa ser dito.
Sem morte, renúncias, purificação, ousadia na entrega da vida, como expressão de amor e doação total, como Jesus o fez, jamais poderemos alcançar a graça da glória.
Não desperdicemos a graça que Deus nos concede, e tenhamos coragem de ser como grão de trigo, que morre para não ficar só, e rebentar em flores e frutos de eternidade; flores e frutos pascais, uma grande e eterna Páscoa.
PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal
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