domingo, 11 de fevereiro de 2024

“Livrai-nos do mal” (VIIIDTCC)

“Livrai-nos do mal”

Quando rezamos no Pai Nosso, o que suplicamos ao Senhor que nos livre?

A passagem do Evangelho (Lc 6, 39-45) proclamada no oitavo Domingo do Tempo Comum (ano C)   nos adverte para um mal que rouba a luminosidade de nossa fé, porque rouba a coerência, a transparência e, consequentemente, leva à perda da força do testemunho da Palavra que Senhor nos comunica, leva-nos à hipocrisia.

Suplicamos que nos liberte do fermento da hipocrisia, e que o Senhor nos dê o ázimo da sinceridade e da verdade, e tão somente assim nos tornaremos mais transparentes nas intenções e na pureza do coração, condição indispensável para que um dia a Deus vejamos, pois somente os puros de coração verão a Deus (Mt 5,  8).

De que hipocrisia haveremos de ser libertos?
O que ela é de fato?

Ela consiste em toda tentativa inútil de ludibriar a Deus, porque a Deus ninguém engana. Podemos enganar os outros e a nós mesmos, o que seria o ápice da hipocrisia.

Manifesta-se quando há falsidade do coração, quando professamos com os lábios verdades que não cremos; sentimentos que procuramos expressar, mas não brotam com naturalidade, pureza e autenticidade, porque não vêm das entranhas do coração.

Também quando supomos agradar a Deus com as aparências, com longas Orações, sacrifícios com segundas intenções, beirando à simulação, como que se Deus não conhecesse o mais profundo de nós, como tão bem expressou o Salmista (Sl 138), e acreditamos que Ele veria bondade, onde tão apenas existe uma superficialidade de relacionamento, sem verdadeira entrega a Ele de todo nosso ser, de toda a nossa vida.

Hipocrisia que pode ser sinônimo de astúcia, esperteza, duplicidade, mas nos faz tão apenas falsários, com a estéril tentativa de pagar a Deus com moeda falsa, reduzindo nossa honra ao Senhor com os lábios, mas o coração longe d’Ele se encontrando (Mt 5,  8).

“Livrai-nos do mal, Senhor”

Quantas vezes o repetimos, quantas vezes ainda repetiremos, para que libertos do mal da hipocrisia, fazendo ressoar em nosso coração as palavras do Senhor, alertando-nos que um cego não pode guiar outro cego; é zelo errado e sem sentido querer tirar o cisco do olho do irmão quando se tem uma trave no próprio olho, para que sejamos uma árvore boa, para bons frutos produzir.

Que as palavras e obras de fé, esperança e caridade nos acompanhem cada dia, por isto “Livra-nos, Senhor, do mal” da hipocrisia e de qualquer outro sentimento que não seja conforme Vossos pensamentos, palavras e sentimentos. 

Que saibamos gerar e formar Cristo em nós e nos outros.
 “Livrai-nos do mal, Senhor” Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG