sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Em poucas palavras...

 


A luz da fé

Positivamente, o combate contra o nosso eu, possessivo e dominador, consiste na vigilância, a sobriedade do coração. 


Quando Jesus insiste na vigilância, esta refere-se sempre a Ele, à sua vinda, no último dia e em cada dia: «hoje». O Esposo chega a meio da noite. A luz que não se deve extinguir é a da fé: «Diz-me o coração: "Procura a sua face"» (Sl 27, 8).” (1)

 

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2730

Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

                                              


Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

Na desejável leveza e profundidade deste Tempo, iniciaremos  o Tempo do Advento, em que a altura e as coisas do alto serão alcançadas.

Advento, Tempo de vigilância e oração, a Igreja insiste incansavelmente. Tempo de leveza, beleza, profundidade, vigilância e oração. Tempo de faxinar a alma e o coração.

Tempo de passarmos do falta do ânimo à coragem, da indolência ao zelo, da indiferença à solidariedade, do distanciamento à comunhão...

Tempo da nossa indispensável, e mais querida por Deus, preparação para acolhida do Seu Filho na manjedoura mais do que preferida, o coração humano. 

Tempo, enfim, de nos perguntarmos:

- Como estamos preparando a chegada do Senhor? 
- O Menino Deus nos encontrará vigilantes?
- Ele encontrará uma Igreja vigilante?

Se não prepararmos a chegada do Senhor, quão triste e sem luz será o Natal.

Advento é, e será sempre, Tempo de criar possibilidades para que o Novo de Deus, Jesus, em nós encontre moradia, concedendo-nos a tão desejada, e possível, plena alegria, como Ele mesmo nos prometeu. Deus promete, Deus cumpre!

Que o Senhor nos encontre mais que vigilantes, orantes, atentos, a fé testemunhando, solidificando a mais bela e encantadora esperança de um novo tempo, e a chama do Altíssimo em nós seja inflamada, e o nosso coração, pela chama da caridade, aquecido. E assim, quando o Menino Deus, que fará novas todas as coisas, chegar, Sua Luz resplandecerá e então, verdadeiramente, Natal será!

Recuperemos a dimensão Pascal do Natal para celebrar o nascimento de Jesus, o  Sol Nascente, a Luz sem ocaso que veio nos visitar e sempre vem nos visitar.

Advento, mergulhemos em suas profundezas! E, então, o Natal será uma Festa de paz, de amor, de graça e de luz.

Que Deus nos conceda um Feliz e Abençoado Ano Novo

 


Que Deus nos conceda um Feliz e Abençoado Ano Novo
 
Temos a graça de começar mais um ano, e com ele  novos  propósitos: novas posturas diante das pessoas e dos fatos; um novo olhar aos que nos rodeiam.
 
Oremos:
 
Supliquemos ao Santo Espírito para que nos ilumine e que a Sabedoria de Deus nos acompanhe em cada palavra, em cada gesto...
 
Sejam nossos pensamentos pela luz divina iluminados, para que cada instante do Novo Ano seja único para nós.
 
Senhor, concedei-nos a graça de vivê-lo dando-lhe mais sabor, cor, luz e densidade, mantendo acesa a mais bela chama da caridade.
 
Senhor, concedei-nos Sabedoria, para que ao desejar Feliz Ano Novo, não o reduzamos à apenas troca de algarismo.
 
Senhor, ajudai-nos a não sermos instrumentos de divisão, e que jamais sejamos edificadores de muros, mas de pontes da verdadeira comunhão, fraternidade, vida e paz, partilhando os dons que nos concedeis..
 
Senhor, firmai nossos passos no cultivo do Jardim em que a vida floresce, porque a esperança nos move, a fé se torna rádios luminosos nos obscuros caminhos, e a caridade nos impele aos sagrados compromissos com o Vosso Reino de Amor, Vida, Justiça, Liberdade, Fraternidade e Paz. Amém.

Feliz Ano Novo!

A importância dos meios de comunicação para a evangelização

 


A importância dos meios de comunicação para a evangelização
 
Celebrando, com alegria, dezoito anos da criação do “Jornal Água da Fonte”, da Paróquia Santana de Água Boa-MG, glorificamos a Deus pela dedicação de todos neste longo caminho feito, sempre com o objetivo de anunciar a Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo.
 
Embora vivendo tempos desafiadores para a ação evangelizadora e o testemunho da Vida Nova do Ressuscitado, devido à pandemia, não podemos nos omitir nesta missão.
 
É sempre tempo de resplandecer a Luz Divina, o Esplendor da Verdade em todos os âmbitos, de modo que, revestidos das coisas do alto, anunciemos a todos os povos, e em todos os tempos, o Reino de Deus, na certeza de que o Espírito Santo prometido está presente, pois o que Ele prometera, se cumpriu: “Eis que Eu estarei convosco todos os dias...” (Mt 28,20).
 
Deste modo, é preciso continuar chegando às famílias, pequenas Igrejas domésticas, com a Palavra de Deus, procurando acender luzes na escuridão da noite de tantos que se encontram enfermos, desanimados, desempregados e até mesmo com a perda do sentido do viver.
 
Fundamental que nossas paróquias e comunidades se empenhem no fortalecimento da Pastoral da Comunicação, para que esta se coloque a serviço de todas as pastorais, criando espaços de formação de novos agentes, acompanhado do investimento de recursos econômicos necessários e possíveis.
 
Nada pode impedir ou paralisar a ação evangelizadora. Sigamos em frente, com a proteção de Nossa Senhora da Comunicação, a fim de que comuniquemos a Palavra do Verbo, que em seu ventre se encarnou e habitou entre nós.
 
 
 PS: Escrito em dezembro de 2021
 
 

A morte inevitável e a imortalidade desejada

                                  


A morte inevitável e a imortalidade desejada
 
Sejamos iluminados pelo Tratado sobre a morte, escrito pelo Bispo São Cipriano (séc. III).
 
“Lembremo-nos de que devemos fazer a vontade de Deus e não a nossa, de acordo com a Oração que o Senhor ordenou a ser realizada diariamente.
 
Que coisa mais fora de propósito, mais absurda: Pedimos que a vontade de Deus seja feita e quando Ele nos chama e nos convida a deixar este mundo, não obedecemos logo a Sua ordem!
 
Resistimos, relutamos e, quais escravos rebeldes, somos levados cheios de tristeza à presença de Deus, saindo daqui constrangidos pela necessidade, não por vontade dócil.
 
E ainda queremos ser honrados com os prêmios celestes a que chegamos de má vontade.
 
Por que então oramos e pedimos que venha o reino dos céus, se o cativeiro terreno nos encanta?
 
Por que, com preces frequentemente repetidas, suplicamos que se apresse o dia do Reino, se maior desejo e mais forte vontade são servir aqui ao demônio do que reinar com Cristo?
 
Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que se aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama?
 
João em sua Carta clama, fala e exorta a que não amemos o mundo, deixando-nos levar pelos desejos da carne: Não ameis o mundo nem o que é do mundo.
 
Quem ama o mundo não tem em si a caridade do Pai: porque tudo quanto é do mundo é concupiscência dos olhos e ambição temporal.
 
O mundo passará e suas concupiscência; quem, porém, fizer a vontade de Deus, permanecerá eternamente (cf. 1 João 2,15-17).
 
Ao contrário, tenhamos, antes, irmãos diletos, íntegro entendimento, fé firme, virtude sólida, preparados para qualquer desígnio de Deus.
 
Repelido o pavor da morte, pensemos na imortalidade que se lhe seguirá. Com isso, manifestemos ser aquilo que acreditamos.
 
Irmãos caríssimos, importa meditar e pensar amiúde em que já renunciamos ao mundo e vivemos aqui provisoriamente como peregrinos e hóspedes.
 
Abracemos o dia que designará a cada um sua morada, restituindo-nos ao paraíso e ao Reino, uma vez arrebatados daqui e quebrados os laços terrenos.
 
Qual o peregrino que não se apressa em voltar à pátria? Nossa pátria é o paraíso.
 
O grande número de nossos queridos ali nos espera: Pais, irmãos, filhos.
 
Deseja estar conosco para sempre a grande multidão já segura de sua salvação, ainda solicita pela nossa.
 
Quanta alegria para eles e para nós chegarmos nós até eles e a seu abraço!
 
Que prazer estar ali, no Reino celeste, sem medo da morte, tendo a vida para sempre!
 
Que imensa e inesgotável felicidade! Lá o glorioso coro dos Apóstolos, lá o exultante grupo dos Profetas; lá, o incontável povo dos mártires coroados de glória e de triunfo pelos combates e sofrimentos; lá as virgens vitoriosas, que pelo vigor da continência corporal subjugaram a concupiscência da carne; lá remunerados os misericordiosos, que pelos alimentos e liberalidades aos pobres fizeram obras de justiça, e, observando o preceito do Senhor, transferiram seu patrimônio terreno para os tesouros celestes.
 
Para lá, irmãos caríssimos, corramos com ávida sofreguidão. Que Deus considere este nosso mundo de pensar! Que Cristo olhe este propósito do espírito e da fé!
 
Os maiores prêmios de Sua caridade Ele os dará àquele, cujos desejos forem intensos” (1).
 
Este Tratado nos concede um olhar novo e diferenciado sobre a morte à luz da fé.
 
A morte nos inquieta... Lutamos contra ela a cada segundo que passa... Quantas vezes diante de um corpo, num velório, ficamos sem palavras, pensando o que há de melhor para dizer...
 
Muitas vezes escutamos palavras que nada edificam como: “Foi vontade de Deus”“Deus quis assim”...
Evidentemente que jamais desejamos a morte, mesmo porque, a fé cristã consiste em empenho constante em favor da vida.
 
Reflitamos:
 
- Como o suportá-la- e interpretá-la?
- Como preencher as lacunas que ela provoca na história de quem fica?
- Como voltar do abismo em que nos sentimos quando alguém parte?
 
Oremos:
 
De Deus viemos, nos movemos e somos!
Para Deus haveremos de voltar.
Uma morada na eternidade nos foi preparada.
Que sejamos dignos dela e tudo façamos para merecê-la!
Amém!
 
(1) Liturgia das Horas - Vol. IV – pp.-528-530.
 

Criai ânimo...

                                                            


Criai ânimo...

 “Levantai-vos e erguei a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.” (Lc 21,28)

Senhor, como manter viva a esperança e testemunhá-la, quando a nossa vida é marcada por dificuldades, desorientações, intolerância religiosa?

Senhor, como manter viva a fé diante das angústias quotidianas, perante os pequenos e os grandes problemas; do sentido de precariedade e de provisoriedade, que nos afastam, por vezes, da autêntica esperança?

Senhor, não permitais que, nestes momentos, a perturbação e a angústia se apoderem de nós, mantendo-nos prisioneiros em suas cadeias e laços.

Senhor, ouvimos e cremos em Vossa Palavra. Ponhai-nos de pé e ajudai-nos a levantar a cabeça, a criar ânimo, pois convosco a libertação está próxima.

Senhor, fortalecei nossa esperança cristã, uma ‘esperança contra toda a esperança’ (Rm 4,18), pois tem o seu apoio na constância e na perseverança, e a sua razão de ser tão somente em Vós.

Senhor, por meio de Vós, a nossa esperança se torne atuação da libertação, exigindo a libertação de nós mesmos para abertura ao amor ao próximo, pois é para a Liberdade que Vós nos libertastes (Gl 5,1).

Senhor, a Vós nos dirigimos, pois sois nosso Deus;
Sois o refúgio na tribulação momentânea que passamos;
Força e graça na fraqueza que experimentamos;
Conforto sempre presente nos sofrimentos.
Pois, tudo podemos em Vós que nos fortaleceis (Fl 4,13).

Que acolhidos e envolvidos por Vossa Misericórdia,
Sejamos perdoados de nossos pecados,
renovados e purificados.
E de coração puro, Vos adoremos e amemos,
E que este amor seja também pelo nosso próximo.
Amém.


PS: livre adaptação do Lecionário Comentado - Editorra Paulus - Lisboa - pp. 886/887

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Vigiar e Orar

                                                        


Vigiar e Orar

Tempo de vigiar e orar, tempo de a fé viver,
para solidificar a esperança na vivência de uma
autêntica caridade para com o próximo.

Na quinta-feira da 34ª Semana do Tempo Comum, a Liturgia nos apresenta a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 21,20-28).

Trata-se de um convite que o Senhor nos faz para que preparemos Sua vinda gloriosa, tornando, assim, nossa vida mais luminosa e alegre; portanto, uma mensagem de alegria, confiança, esperança e compromisso na acolhida do Filho do Homem, Jesus, que faz acontecer o Projeto de um mundo novo.

Retrata os últimos dias da vida terrena de Jesus e a iminente destruição de Jerusalém (anos 70 D.C.), como de fato aconteceu.

Jesus anuncia uma Palavra de ânimo, “é preciso levantar a cabeça porque a libertação está próxima” (Lc 21,28). 

A comunidade não pode se amedrontar, mas deve abrir o coração à esperança, em atitude de vigilância e confiança.

A salvação não pode ser esperada de braços cruzados. Ela nos é oferecida como dom: Jesus vem, mas é preciso reconhecê-Lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e buscam a libertação.

É preciso deixar que Ele transforme nossa mente e o coração para que Ele apareça em nossos gestos e palavras, em toda a nossa vida.

Celebramos a esperança de um mundo novo que há de vir e que depende de nosso testemunho: o Reino vem e acontece como realidade escatológica, ou seja, não será uma realidade plena neste tempo em que vivemos. Será plenitude somente depois que Cristo destruir definitivamente o mal que nos rouba a liberdade e ainda nos faz escravos.

Trabalhamos e nos empenhamos pelo Reino, que é já e ainda não, pois ainda que muitas coisas tenhamos feito e o mundo tornado melhor, ainda não será o “tudo melhor” que Deus tem reservado para nós. 

O Reino de Deus é uma realidade inesgotável, imensurável e indescritível, e o vemos em sinais.

Por ora, é preciso vigiar e orar, numa esperança que nos leve a viver uma caridade ativa tornando fecunda a nossa fé, ajudando o próximo a se reerguer de novo.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG