Dia das Mães...
Que este dia não seja como tantos outros,
Com motivações tão apenas consumistas:
Presentes materiais por vezes desacompanhados
De conteúdo de amor e carinho, dia a dia vivenciados.
Quero falar das Mães a partir de algo tão comum:
A toalha, a toalha de banho! Sim, é isto mesmo!
Contemplar uma toalha, quanto vem à mente.
Uma toalha, sim, uma toalha tão simplesmente!
Aquela toalha que secou os primeiros banhos...
Talvez agora, por algumas Mães, sem poder usar,
Porque tão subitamente para o alto o filho partiu,
Passou pela porta do céu que cedo se abriu.
A toalha das Mães da Praça de Maio...
Não, não falo das suas, mas de seus filhos
Que hoje as contemplam silenciosamente.
Por onde andam? Que dor tão presente!
As tolhas das crianças de Realengo,
Uma página fria, tenebrosa e cruenta,
Guardá-las como trágica memória
Que se somam a outras na história.
A toalha de que já não mais precisa
Para enxugar o corpo do esposo amado,
Porque muito amou, e amou até o fim,
Antecipou-se nos céus do amor, enfim!
Aquela toalha que pela Mãe da Mãe, bordada,
Joia rara, relíquia para sempre guardada.
Já não borda mais com suas mãos tão hábeis,
Bordadeiras na eternidade não mais tão frágeis.
A toalha que secou o Corpo do Deus Menino.
A toalha que secou o Corpo do Deus Encarnado.
A toalha que secou o Corpo, por nós, doado.
A toalha que secou o Corpo do Filho Amado!
Maria a contemplou também,
Solitária e silenciosamente.
E chorou. Por que não?
Tão humana, tão coração...
Porém, sabe que não mais dela precisa,
Porque sabe onde o Filho Se encontra:
Nas alturas, porque a maldade foi vencida,
Não ficou morto a Fonte de Eternidade!
Toalhas são mais que toalhas...
Elas falam como falam as lágrimas,
Como falam todas as coisas...
Só as escutam, quem muito ama...
Ame, escute...
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