domingo, 5 de maio de 2024

A vinda do Paráclito: fiel amigo e companheiro (VIDTPA)

A vinda do Paráclito: fiel amigo e companheiro

A Liturgia do 6º Domingo da Páscoa (Ano A) tem como mensagem a promessa de Deus que se cumpre sempre: a vinda do Paráclito, que é nosso Advogado e Defensor, o Espírito Santo.

Não estamos sozinhos na caminhada cristã. O Senhor nos acompanha, com a presença e a ação do Espírito Santo, nos possibilitando a atenção aos apelos da realidade na qual nos inserimos.

Na passagem do Evangelho (Jo 14,15-21), Jesus nos fala da Sua ida para o Pai e a vinda do Paráclito, o Espírito Santo que assistirá a caminhada da Igreja.

Jesus é o Caminho que nos leva ao Pai. Ele está ao nosso lado e nos promete a presença do Paráclito, o Defensor.

O Paráclito assegura a fidelidade e a dinâmica no caminhar de fé, superando todo temor, garantindo a serenidade necessária; acompanha-nos no testemunho de uma vida marcada pela doação, entrega e amor.

O Defensor é fiel amigo e companheiro que habita sempre com os discípulos – “habita convosco e está em vós” (Jo 14,17b). é o Espírito da Verdade que nos introduz no pleno conhecimento do Filho. É o Espírito que faz compreender a perene atualidade da revelação cristã, leva ao arrependimento de quem está afastado e também faz entrar na unidade do amor entre o pai e Jesus e nela introduz os discípulos, porque é ele que move todas as coisas boas na vida de quem crê e de toda a Igreja (1).

Não somente o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas também o Espírito Santo habitará neles para ensinar, recordar e iluminar. A ação do Espírito se manifesta de muitos modos.

Se bons ouvintes e praticantes da Palavra do Senhor formos, Ele, em nós, faz a Sua morada e nos tornamos hospedeiros do mais belo Hóspede, o Espírito Santo, e prisioneiros do mais belo Amor, Cristo Ressuscitado, em incondicional fidelidade a Deus Pai.

A morte de Jesus na Cruz, por Amor ao Pai e Amor à humanidade, leva a uma ausência que não é definitiva. A Ressurreição e o envio do Espírito são garantias de que Sua vida e missão não se constituíram em fracasso, mas na nossa vitória, na nossa redenção, trazendo-nos a paz que nasce da Cruz.

É preciso que a Igreja se coloque em constante atitude de acolhida ao Espírito para responder aos apelos e desafios deste mundo, iluminando a realidade com a Luz do Espírito Santo, que afasta todo e qualquer sentimento de orfandade, para que venhamos a dar os passos necessários na construção de um novo céu e uma nova terra, a Jerusalém Celeste.

Entretanto, somente nutridos pela Eucaristia, edificaremos a Igreja, como sinal e instrumento do Reino, procurando estabelecer e fortalecer relações de amor, perdão, doação, serviço e solidariedade.

Celebrar a Eucaristia é vislumbrar um pedaço do céu que se abre sobre a terra, em que os raios da glória da Jerusalém Celeste atravessam as nuvens da história e vêm iluminar nossos caminhos, como bem falou o Papa São João Paulo II.

Em cada Eucaristia, a Palavra de Deus ganha vitalidade e esplendor para nos revigorar.

Como discípulos missionários do Senhor, assistidos pelo Paráclito, renovemos no coração a chama do primeiro amor, ouvindo e guardando Sua Palavra, amando e sempre aprendendo amar.

Abertos ao Espírito Santo, atentos à Sua voz,
Acolhendo o Seu Sopro de vida, luz e força,
Renovemos nossa fidelidade ao Senhor Ressuscitado,
Para que multipliquemos e renovemos compromissos,
Já aqui na terra, de justiça, de fraternidade, de amor e de paz.

Esperando a vinda da Cidade Santa,
A Jerusalém Celeste, o novo céu e a nova terra,
A Face de Deus contemplemos, com os irmãos,
Em comunhão de amor e vida plena para sempre vivamos.

Não estamos sós.
A promessa do Paráclito o Senhor nos fez:
O Espírito Santo nos foi enviado!
Amém. Aleluia! 



(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – p. 569

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