Santíssima Trindade: adorar, amar e imitar...

Santíssima
Trindade: adorar, amar e imitar...
“A graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.”
(2 Cor 13,13)
Reflexão
sobre o Tratado Sobre a Trindade, do Bispo Santo Hilário (Séc. IV:
"O Senhor mandou
batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando
a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus.
Um só é o Criador de
todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o
Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é
o Espírito, que foi dado a todos nós.
Todas as coisas são
ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo
procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor
da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição.
Tudo é perfeitíssimo na
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na
Imagem, a atividade no Dom. Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre
a ação do Espírito em nós:
Tenho ainda muitas
coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora (Jo
16,12). É bom para vós que Eu parta: se Eu me for, vos mandarei o
Defensor (cf. Jo 16,7).
Em outro lugar: Eu
rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre
convosco: o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Ele vos conduzirá à
plena verdade. Pois Ele não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará porque
receberá do que é meu (Jo 16,13-14).
Estas palavras, entre
muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade d'Aquele que
confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom.
Por conseguinte, já que
a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é
o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus, para iluminar a
nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus. Assim, o
Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender.
Como o corpo natural do
homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessários para as
suas funções – os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os
ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente
nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por
falta de estímulo para agir – assim é a alma humana: se não recebe pela fé o
Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas
falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.
Este Dom de Cristo está
inteiramente à disposição de todos e encontra-Se em toda parte; mas é dado na
medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do
mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera; Ele, pela atividade dos
Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura; Ele é a Luz do nosso
espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
Nas três Pessoas da Trindade contemplamos,
respectivamente (Pai, Filho e Espírito Santo):
“... a infinidade no
Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom”;
“... o Espírito Santo é
recebido para nos tornar capazes de compreender.”;
“Ele está conosco até o
fim do mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera;
Ele, pela atividade dos
Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura;
Ele é a Luz do nosso
espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
Assim
falou Santo Agostinho: “Vês a Trindade se vês o Amor”.
E
ainda: “Deus é um Mistério tão grande, que uma vez encontrado, ainda falta tudo
para encontrá-Lo”.
Bem
afirmou Santo Irineu (séc. II): O Filho e o Espírito são “as duas mãos do Pai”,
que nos acolhem, envolvem, abraçam e nos impelem para a missão.
Crer
na Santíssima Trindade, mistério de comunhão, amor, partilha e esperança, nos
compromete em transformar um mundo dividido, individualista e sem esperança.
Contemplemos,
adoremos a ação da Trindade Santa e renovemos sagrados compromissos, como
Igreja Sinodal: ser no mundo, sinal e instrumento do Amor
Trinitário.
Adoremos,
amemos e imitemos a Santíssima Trindade: vida, luz e paz teremos, e um dia
nesta comunhão plena e eterna viveremos.
Concluímos com a palavra do Evangelista São João:
“Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu
Filho unigênito, para que não morra todo o que n’Ele crer, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3,16).
Exultemos
de alegria com a ação do Espírito em nós, e a Ele rezemos:
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o Fogo do Vosso Amor...”
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