“O apostolado nasce do amor e exerce-se no amor”
Na Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, refletimos sobre o exemplo de fidelidade a Jesus e o corajoso testemunho do Projeto Libertador de Deus que os impulsionou.
Consumiram a própria vida por Cristo, consumaram pelo martírio, tamanho amor vivido, tiveram o coração por Cristo plenamente conquistado.
A passagem da primeira Leitura (At 12, 1-11) nos revela o Amor zeloso de Deus àqueles a quem chama, ama e envia, bem como o carinho, a Oração e a solidariedade da comunidade pelos líderes da Igreja e por toda a Igreja.
Numa bela catequese, Lucas retrata o cuidado que Deus tem para com a Sua Igreja. Não foram fáceis os primeiros momentos da Igreja nascente: perseguição, incompreensão e martírio.
Os Apóstolos, como Tiago, beberam do mesmo cálice, como o Senhor anunciara (Mc 10,38). Estes continuam a missão de Jesus que, por Sua presença, agindo e libertando, é o selo da autenticidade da missão realizada.
Assim acontecerá com toda comunidade que viver a fidelidade e a radicalidade do Evangelho, em todo lugar e em qualquer tempo.
A passagem da segunda Leitura (2Tm 4,6-8.17-18) é um texto comovente e questionador, pois reflete sobre a pessoa, a missão e o caminho feito por Paulo, marcado pelo entusiasmo, entrega, fidelidade e radicalidade no seguimento do Senhor. Paulo é dom total da sua vida, para que a Salvação chegue a todos os povos.
O Apóstolo Paulo tem a preocupação de que a comunidade não se desvie pelas falsas doutrinas, mas fique firme no Evangelho por ele anunciado.
Neste sentido, exorta para que Timóteo reavive a chama da fé, renovando o entusiasmo na fidelidade ao Senhor. Paulo sabe que percorreu um caminho difícil e que vale a pena; um caminho que conduz, necessariamente, à vida plena.
Por tudo isto, se apresenta como modelo de testemunho, e inspirador para todo aquele que quiser o Senhor seguir, anunciar, testemunhar; pois combateu o bom combate da fé.
Se nos deixarmos conquistar totalmente pelo Amor de Cristo, também cumpriremos atos de heroísmo, como estas duas colunas da Igreja.
Jamais nos falte a graça deste amor, para que superemos e afastemos toda e qualquer forma de presunção, acolhendo a força de Deus em nossa fragilidade.
A passagem do Evangelho (Mt 16,13-19), apresenta na primeira parte, uma instigante pergunta – “quem é Jesus para nós?”. A resposta de Pedro é a mais bela possível: “ Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; e, na segunda, nos apresenta a missão da Igreja na pessoa de Pedro.
Jesus não quis averiguar Seu “índice de popularidade”, mas desejava que os discípulos tivessem a verdadeira compreensão de Sua identidade: quem é Jesus e qual é a Sua missão, considerando que, na passagem proclamada, Ele tem no Seu horizonte o destino da Cruz.
As respostas superficiais levam ao seguimento na mesma medida, e até mesmo ao abandono. É preciso captar a profundidade do Mistério de Jesus: unidade e intimidade com o Pai para realizar o Projeto Salvador com a força do Santo Espírito.
Por isto, edifica a Igreja sobre a fé de Pedro para continuar a Sua missão. Jesus confia a Pedro as chaves para ligar e desligar, acolher ou excluir, porque não há admissão à comunidade sem a adesão às Suas propostas.
Assim como a tríplice negação de Pedro foi acompanhada de um triplo ato e profissão de amor, também nós o façamos, para não recuarmos em nossa missão e fidelidade ao Projeto que Deus tem para cada um de nós realizar.
Do amor que nos consome por sermos conquistado por Cristo, nasce o serviço que devemos cumprir, amando a Igreja com suas sombras e luzes, pecado e graça, alegrias e tristezas...
Nesta Solenidade, não sejamos econômicos em rezar por toda a Igreja, e de modo especial pelo Papa, que continua a missão de Pedro, confiada por Jesus.
O amor à Igreja e ao Papa devem caminhar sempre juntos em nosso Apostolado, haja vista que:
“O que vale para Pedro, vale para cada Papa e para cristão. Exercemos já talvez atividades na Paróquia; façamos com que sejam feitas com amor. Ou então, poderíamos cumpri-las, mas ainda não nos decidimos: esforcemo-nos para que isso aconteça o mais depressa possível, preparemo-nos, atuemos por amor.
O apostolado nasce do amor e exerce-se no amor. É o que nos dizem, na sua atividade concreta, os dois Santos que festejamos. [...] A Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo quer despertar em nós o compromisso pelo apostolado no amor.” (1)
Reflitamos:
- Qual é o lugar que Jesus ocupa em minha existência?
- Quem é Jesus Cristo para mim?
- Por que sou e estou na Igreja?
- Sinto-me membro vivo de uma comunidade estruturada para amar e servir na fidelidade ao Divino Mestre?
- O que a fé testemunhada de Pedro e Paulo me inspira, questiona, para melhor seguir o Senhor e viver mais plenamente o Evangelho?
- Sinto meu apostolado nascer do amor e por amor a Jesus?
- Quanto e quando rezo pela Igreja e pelo Papa?
Pai Nosso que estais nos céus...
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