quarta-feira, 30 de agosto de 2023

“Um canto de primavera”

“Um canto de primavera”

Uma reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (2 Cor 5, 14-21), que nos apresenta Jesus, Aquele que nenhum pecado cometeu, e Deus O fez pecado por nós, para nos reconciliar.

Fala-nos do amor de Cristo que nos impele, assim como confessa que seu ministério é movido pelo amor demonstrado por Cristo na morte, e com isto, somos chamados a viver uma vida nova, vida de amor por aqueles que pelos quais Jesus morreu e Ressuscitou:

– “Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo” (2 Cor 5,17): “Esta página é como um canto de primavera: tudo é novo. Da morte-ressurreição de Cristo tudo renasceu: não podemos olhar os homens como se isso não tivesse acontecido: eles estão envolvidos no amor de Cristo” (1).

Inaugura-se um novo tempo, novas relações, a partir da Sua morte e ressurreição, de modo que “cumpre deixar-se reconciliar, porque Cristo nos amou tanto a ponto de quase identificar-Se com os pecados da humanidade para destruí-los na Cruz, e tornar-nos ‘justos’ e salvadores dos outros. A Eucaristia é nos dada exatamente para isto” (2).

Vivendo tempos difíceis, marcados por crise econômica, ética, moral, somos desafiados a manter viva a esperança, e isto somente é possível se nutrirmos nossa fé n’Aquele que faz novas todas as coisas.

Sua vida marcada pelo amor, serviço e doação da própria vida em favor da humanidade nos desafia a dar razão de nossa esperança, no testemunho da fé e prática da caridade ativa que inaugure novos tempos e novas realidades.

Precisamos acreditar neste “Canto de primavera”, de que as sementes darão flores e frutos em meio a tantos sinais de morte.

Jardineiros da criação que somos, cantar o “canto de primavera” e semear e cultivar as melhores sementes da Palavra ouvida e vivida, para que outros também continuem a cantá-lo.

Jardineiros da criação que não choram nem lamentam o Paraíso perdido, mas acreditam que o Paraíso é possível, como uma interminável obra do Criador que a colocou em nossas mãos.


(1) (2) Missal Quotidiano – Editora Paulus – p. 896

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