domingo, 27 de agosto de 2023

A Cruz é a porta estreita da Salvação (XXIDTCC)

A Cruz é a porta estreita da Salvação

No 21º Domingo do Tempo Comum (Ano C), refletimos sobre a proposta da Salvação que se destina a todos os povos e passa por Jesus, a porta estreita da caridade, da doação, da partilha e da solidariedade. 

Passar por esta porta não significa apenas multiplicar orações, aumentar o número das vezes que participamos das Missas ou Celebrações, e tão pouco das tantas vezes que pronunciamos o nome de Deus.

A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação, desânimo. Exige a coragem para enfrentarmos o sofrimento, que por si só não faz nenhum sentido. 

Mas que, se assumindo na perspectiva da Cruz, pode ser medicinal, levar ao aprendizado, ao amadurecimento, ensinar e corrigir.

Esta é a mensagem que emerge abundantemente da segunda Leitura, em que a comunidade estava perdendo o entusiasmo, caindo numa fé instalada e cômoda, porque grandes eram as tribulações e perseguições. 

Apesar das dificuldades e crises, o cristão jamais pode esquecer o Amor de Deus, e de ser agradecido por ele. Mesmo nos sofrimentos, e especialmente nos sofrimentos, Deus manifesta o Seu Amor e nos salva. Nossos sofrimentos não são indiferentes para Deus.

Com isto, somos chamados a abandonar toda prática que nos afaste de Deus e do próximo: o egoísmo, a arrogância, a prepotência, o individualismo, atitudes de indiferença, rancores e ressentimentos.

A porta larga seduz momentaneamente, a porta estreita salva eternamente. A larga é mais fácil, mas nos empobrece. De outro lado, a estreita é muito mais difícil, porém nos enriquece e nos alcança a plenitude de vida.

O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações e exclusões, de modo que todos os povos sejam salvos.

Façamos a nossa escolha. A salvação nos espera. A questão não é quantos serão salvos, mas se estamos dispostos a passar pela porta estreita.

Com esta citação do Missal Dominical concluo a reflexão:

“Só quem tiver dado a vida como Jesus poderá entrar na sala e sentar-se à Mesa. 

A tradição, o parentesco de nada adiantam para a Salvação, nem as palavras, a cultura ou a pertença à Igreja. Somente a dedicação à construção de um mundo que manifeste visivelmente a realidade do Reino... 

O convite ao Banquete tem uma única resposta: dar a vida a exemplo de Cristo”.

Foi passando pela morte que Jesus entrou na Glória de Deus e, do Banquete Eterno, com o Pai participa, em comunhão com o Santo Espírito, e nos espera também. 

Sigamos Seus passos, Seu exemplo, pois somente Ele nos garante a entrada nos céus, porque é Caminho, Verdade e Vida.
  

PS: Liturgia da Palavra do 21.º Domingo do Tempo Comum: Is 66,18-21; Hb 12,5-7.11-13; Lc 13, 22-30). 

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