quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A humanidade e a divindade de Nosso Senhor

A humanidade e a divindade de Nosso Senhor

Ao celebrar a Memória de Nossa Senhora das Dores, ouvimos na passagem da primeira Leitura, a Carta aos Hebreus (Hb 5,7-9).
Contemplemos o Mistério do Amor sem limites, que assegurou vida sem limites: a obediência, a fidelidade, a radicalidade do Amor, a entrega de uma vida em favor de todos.

Deste modo, o autor da Epístola aos Hebreus, na referida passagem,  escreve para o estímulo e fortalecimento da vida cristã, com o amadurecimento da fé, apresentando Jesus como o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, que Se solidariza com a humanidade e aponta o caminho da Salvação através da obediência e fidelidade a Deus

Descreve a pessoa de Jesus Cristo, verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, como fora definido mais tarde pelo Concílio da Igreja

Como homem, sofreu, chorou, teve medo, angústia, cansaço. Um homem que, vivendo entre os homens, compreendeu as fraquezas humanas. Fez-Se igual a todos nós, exceto no pecado.

Somente na oração pôde viver a adesão incondicional ao Pai, fazendo de Sua vida uma perfeita oferenda, como fonte de Salvação eterna.

Ele, Ressuscitado, caminha conosco, e, conhecedor das fragilidades humanas, pôde cumprir integralmente o Projeto de Amor do Pai para toda a humanidade, ontem, hoje e sempre.

Mais uma vez, voltemos à passagem do Evangelho de São João (Jo 12, 20-33), em que o evangelista nos aponta o caminho da Cruz, aparente fracasso e morte, mas é dela que brota a Vida verdadeira e eterna que Deus tem preparada para aqueles que O amam e são fiéis.

Na Cruz, Se manifestará a glória de Deus. Será nela o último ato de Amor ao extremo, total, incondicional. Nela, conhecemos Jesus, que morre para ensinar aos homens o Amor sem limites. É dela que nasce a Vida. Quando o Coração de Jesus é trespassado, jorra água e sangue Batismo e Eucaristia, Vida e Alimento.

Sua glorificação, como Palavra última do Pai, foi o selo de Deus. Os discípulos não trilham um caminho de fracasso e morte, mas de glorificação e vida.

Urge revermos o caminho que estamos trilhando, e de que modo vivemos a nossa fidelidade e amor incondicional por Jesus e Sua Igreja, bem como avaliar a coragem que temos no carregar da cruz, e de nos solidarizarmos com os crucificados da história.

É tempo de germinação secreta  silêncio profundo e frutuoso. Precisamos ter coragem de fazer morrer nossos instintos egoístas, autossuficiência, caprichos, vaidades, preguiça, omissão, comodismo...

Urge rever o que é preciso “morrer” dentro de cada um de nós, para que possa rebentar em flores pascais.

Contemplar a morte como aparente epílogo de uma história, mas crer que o grande epílogo é a vida eterna, cujos capítulos primeiros escrevemos no tempo presente, a caminho da Salvação e vida definitiva, atentos ao que Deus quer e espera de nós.

Sem morte, renúncias, purificação, ousadia na entrega da vida, como expressão de amor e doação total, como Jesus o fez, jamais poderemos alcançar a graça da glória.

Não desperdicemos a graça que Deus nos concede neste tempo. Sejamos como grão de trigo que morre para não ficar só, mas rebentar em flores e frutos de eternidade. Será a nossa grande Páscoa.

PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG