segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Da primavera provisória à eterna Primavera de Deus (XXVDTCB) (21/09)

                                                      

Da primavera provisória à eterna Primavera de Deus

“Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra,
nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis
acordarão as cores e os perfumes e a alegria
de nascer, no espírito das flores” –
 Cecília Meireles

Com as poetisas, nossos ouvidos ficam mais sensíveis aos sons que não ouvimos, às conversas que jamais imaginaríamos.

Com as inesquecíveis poetisas, nosso olfato ganha maior capacidade de captação, assim como nossos olhos conseguem ver um pouco mais longe ou mesmo enxergar os pequenos detalhes muitas vezes despercebidos.

Com as notáveis poetisas, somos despertados para falar de algo que devolva o reencantamento ao mundo, como numa alegre ciranda de crianças em pureza de coração, embora já não se veja tanto assim, reavivando as mais belas utopias...

Por onde andam as verdadeiras poetisas e poetas que o mundo precisa, que se aliam à voz da profecia, para que não percamos a força, o ardor no compromisso com a Boa-Nova do Reino?

Por onde ecoam as vozes que falam não apenas aos nossos ouvidos, mas conseguem nos desinstalar para avançarmos em águas mais profundas, descobrindo os doces e suaves mistérios da existência?

Por onde andam as mães e os pais que poetizando reinventam a linguagem, aprendendo a linguagem do Espírito, para comunicar aos filhos valores que não podem jamais ser olvidados e ignorados?

Por onde andam os Bispos, Sacerdotes, Ministros e Discípulos missionários do Senhor, enamorados por Ele, em íntima comunhão e amizade, a Ele totalmente configurados, testemunhando uma fé luminosa, esperança renovada, impelidos pela caridade que não passa?

Por onde andam profissionais éticos e virtuosos, que não se deixam sucumbir pelas tentações do ter, poder e ser, sem a busca dos privilégios desmedidos, sem escrúpulos, que venham multiplicar a dor e o sofrimento dos empobrecidos?

Se formos capazes de ainda captar a confidência das raízes neste tempo de primavera tão inspirador, se não deixarmos o brilho de nossos olhos ofuscar, e se nossos ouvidos, sintonizados com a voz do Santo Espírito que sopra onde bem quer, os veremos.

Veremos bem perto de nós, em nossas ruas e praças, comunidades e lugares por onde circulamos. Também serão vistos em cada um de nós pelo nosso modo de ser e viver, pensar e agir.
             
É preciso que a primavera das praças e jardins, bosques e alamedas não seja apenas nestes espaços.

É preciso que em todo lugar, onde vivemos, nos movemos e somos, seja uma primavera querida e sonhada por Deus, até que possamos adentrar no Jardim da Eternidade, o céu, onde as flores não morrem e jamais deixam de exalar o suave odor de amor, com os anjos e santos, no festim da eternidade, na plena comunhão com Deus. 

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