domingo, 1 de outubro de 2023

O sim que Deus espera de nós (XXVIDTCA)


O sim que Deus espera de nós

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 21,28-32).

Contemplamos Jesus subindo para Jerusalém na consumação de Sua missão Redentora, e somos convidados a refletir sobre a nossa responsabilidade pessoal na salvação.

Com Ele, temos muito aprender, por amor à vida se entregar e morrer, para com Ele também, um dia, se merecedores, ressuscitar, a glória de Deus contemplar.


Nossa vocação, que é verdadeiramente um Dom Divino, que pressupõe uma resposta humana. Dom, porque uma iniciativa divina, graça por Deus concedida, porém a resposta humana deve ser dada na liberdade da pessoa.

Assim é a história das vocações bíblicas, e o que vemos ao longo de toda a História. Como afirmou o Bispo Santo Agostinho: “Aquele que te criou sem a tua vontade, não te salva se tu não queres”.

Deus é o chamamento, nós somos a resposta, sem fundamentalismos e fanatismos, superficialismos… Deus nos chama e nós respondemos!

Identificados com Jesus, O seguiremos na liberdade, pois foi para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1), de modo que a liberdade é fruto do Espírito de Deus oferecido a cada pessoa.

A verdadeira liberdade é viver no amor. Quanto mais amarmos mais livres o seremos. A ausência do amor remete-nos ao passado da escravidão, da vida centrada em si mesmo, marcada pela falsa liberdade que se confunde com libertinagem, que se manifesta no egoísmo, no isolamento, no orgulho, na autossuficiência, no individualismo, no egocentrismo.

Somente se é livre quando se ama… Na resposta ao chamado de Deus, em todo o tempo, exige-se a paciência e confiança em Sua Misericórdia, renúncias, radicalidade da entrega, despojamento, disponibilidade, generosidade, entusiasmo, perseverança, constância, confiança, alegria, liberdade, amor, etc.

Urge que cortemos toda e qualquer amarra que nos impeça de fazer da nossa vida doação total, entrega incondicional, expressa no amor que ama até o fim, até as últimas consequências, assim como fez Jesus, que por amor Se entregou em favor de todos nós – “Tendo nos amado, amou-nos até o fim” (Jo 13, 1).

Nossas comunidades, hoje, são levadas a refletir se, de fato, são comunidades voltadas para o amor, se servem ao Reino na liberdade e alegria.

A Deus se ama e se serve sem hesitações e restrições. Urge que nos coloquemos a caminho, no bom combate da fé, como nos exorta Paulo em sua Carta a Timóteo (1Tm 6,12).

Ao convite amoroso de Deus, só nos resta responder na liberdade, com amor, em alegre e profunda adesão, a serviço do Reino nos colocando…

Deste modo, vemos que a salvação é oferecida a todas as pessoas, e podemos ter atitudes de ingratidão, marcada pela infidelidade, indiferença, fechamento ou docilidade expressa em alegre resposta e adesão contínua e incondicional ao Senhor, com o coração por Ele mais que seduzido, apaixonado, e assim, verdadeiros discípulos missionários d’Ele ser.

Deus, que tanto nos ama, chama a cada um de nós, quer Se encontrar conosco, como alguém assim expressou: “É agora que te amo, é agora que quero encontrar-te, estar contigo”.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG