domingo, 1 de outubro de 2023

Na terra e no céu, façamos a vontade de Deus (XXVIDTCA)

 


Na terra e no céu, façamos a vontade de Deus

Assim rezamos na oração do “Pai Nosso”, a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: - «Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu».

Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica (parágrafos nn. 2822-2827).

A vontade do nosso Pai é «que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tm 2, 3-4), e por isto, «usa de paciência [...], não querendo que ninguém se perca» (2 Pd 3, 9; Mt 18,14), a fim de que nos amemos uns aos outros como Jesus nos amou, que é por sua vez, o resumo de todos os mandamentos (Cf. Jo 13, 34; 1 Jo 3; 4; Lc 10, 25-37).

Deste modo, foi em Cristo, e pela sua vontade humana, que a vontade do Pai se cumpriu perfeitamente e de uma vez para sempre; sendo que ao entrar neste mundo, Jesus disse: «Eu venho, [...] ó Deus, para fazer a tua vontade» (Hb 10, 7; Sl 40,8-9).

Somente Jesus pode dizer: «Faço sempre o que é do Seu agrado» (Jo 8, 29). Na oração da Sua agonia, Ele conforma-Se totalmente com esta vontade: «Não se faça a minha vontade, mas a Tua» (Lc 22, 42; Jo 4, 34; 5, 30; 6, 38).

 Jesus, «apesar de ser Filho, aprendeu, por aquilo que sofreu, o que é obedecer» (Hb 5,8); e assim, unidos a Jesus e com o poder do Seu Espírito Santo, podemos lhe entregar a nossa vontade, empenhados em fazer o que for do agrado do Pai (Jo 8,29).

Assim expressaram Orígenes e São João Crisóstomo, respectivamente:

- «Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com Ele e assim cumprir a Sua vontade; desse modo, ela será feita na terra como no céu»;

- «Considerai como Jesus Cristo nos ensina a ser humildes, fazendo-nos ver que a nossa virtude não depende só do nosso trabalho, mas da graça de Deus. Aqui, Ele ordena a todo o fiel que ora a fazê-lo de modo universal, por toda a terra. Porque não diz "seja feita a vossa vontade" em mim ou em vós, mas "em toda a terra": para que dela seja banido o erro e nela reine a verdade, o vício seja destruído e a virtude refloresça, e para que a terra deixe de ser diferente do céu».

Concluindo, pela oração, podemos discernir qual é a vontade de Deus (Rm 12, 2; Ef 5, 17) e obter perseverança para  cumpri-la (Hb 10,36).

No entanto, é preciso honrar a Deus e cumprir a Sua vontade e Ele nos atenderá (Jo 9, 31; 1 Jo 5, 14.).

O Catecismo nos apresenta o poder da oração da Igreja feita em nome do seu Senhor, sobretudo na Eucaristia; ela é comunhão de intercessão com a santíssima Mãe de Deus (Lc 1,38.49) e com todos os santos que foram «agradáveis» ao Senhor por não terem querido senão a Sua vontade.

Conclui com as palavras do bispo e doutor Santo Agostinho:

- «Podemos ainda, sem trair a verdade, traduzir estas palavras: "seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu" por estas outras: na Igreja como em nosso Senhor Jesus Cristo; na esposa que lhe foi desposada, como no esposo que cumpriu a vontade do Pai».

Com Jesus, aprendemos que se entra no Reino dos céus, não por palavras, mas «fazendo a vontade do meu Pai que está nos céus» (Mt 7, 21).

 

 

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