Repouso em Teu peito, Senhor!
“As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos,
mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9,58).
O Reino de Deus precisa ser anunciado,
Não há mais tempo a perder
Há um mundo clamando, eu escuto...
Não podemos ficar parados,
Ele nos chama e qual nossa resposta?
Não fiquemos indiferentes, insensíveis.
Há doentes sem carinho, na fila esperando,
Crianças, pelas ruas e praças, suplicantes,
Jovens sem sentido, drogados, perdidos.
Famílias em situação de enfermidade crônica,
Ausência de perdão, de diálogo, de alegria, de compreensão;
Carentes de formação, doutrina, princípios, luz...
A criação geme em dores de parto,
Esperando também a reconciliação,
Paulo assim compreendeu e nos proclamou.
Há um caminho a ser percorrido,
Há uma meta a ser alcançada,
Coragem, firmeza, mansidão vivenciadas.
Não fincar âncoras no passado consumado,
Inaugurar o futuro, germinando sementes,
Que no presente são, no coração, fecundadas.
Ele nos chama e nos pede confiança,
Despojamento, discernimento, prontidão...
Não há nada mais belo e sagrado a fazer,
Ao seu chamado prontamente responder,
Carregar a cruz, renúncias são necessárias,
Amadurecimento, crescimento, alcançados.
Mas como seguir alguém que nem tem
Onde a cabeça reclinar, apesar do mundo
Por Ele ter sido feito e d’Ele ser Senhor?
De fato, não teve onde reclinar a cabeça,
Se não o duro Madeiro da Cruz.
Inclinando a cabeça disse: “tudo está consumado”.
Não tinha almofada, travesseiro, aconchego...
Despido, despojado, insultado, crucificado,
O abismo da maldade humana quis derrotá-Lo.
Quem não tinha onde reclinar a cabeça,
Porque assim livremente o quis,
Pobre Se fez para nos enriquecer.
Descendo ao mais profundo da mansão dos mortos,
Resgatou a vida, para renascer, ressuscitar
Cheio de beleza, vigor, enfim Glorificado.
Hoje não mais reclina a cabeça sobre o Madeiro,
Está de pé, ao lado do Amado Pai, nosso Criador,
Em comunhão plena, Divino Cordeiro.
Vitorioso, glorioso, à direita do Pai Reinando,
Sua cabeça majestosamente coroada
Pelos Anjos e Santos, mártires e por tantos adorado.
Ele que nunca teve onde reclinar a cabeça
Quer tão apenas um lugar para ser acolhido:
O mais profundo do coração humano.
Ele bate, se abrirmos Ele entrará,
E com Ele faremos a deliciosa Refeição
No Banquete Eucarístico, sinal do Banquete de Eternidade.
Ele não tinha travesseiro...
Tão pobre, tão despojado, tão simples,
Sobre o Seu ombro, quem apoio não encontrou?
Repousemos em Seu Coração!
Sacratíssimo Coração!
Amantíssimo Coração!
Aquele que não tinha onde reclinar a cabeça
Fez-Se apoio, sustento de toda a humanidade.
Deitado em Seu peito, refaço-me, sigo em frente...
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