A unidade do culto e da vida
“A vida celebra-se, o culto vive-se”
A passagem bíblica do Livro do Profeta Ageu, proclamada na quinta-feira da 25ª Semana do Tempo Comum - ano ímpar- (Ag 1,1-8) apresenta um tema muito significativo para a História do Povo de Deus: a edificação da Casa do Senhor.
Num período dificílimo, período do pós-exílio, tempo de reconstrução de tudo, a comunidade se encontrava em ruínas, com o imperativo da reconstrução do templo. Assim se uniram os repatriados que se ajudaram uns aos outros.
O profeta Ageu via a profunda unidade entre o culto e a vida, por isto a necessidade desta reconstrução com a participação de todos.
Assim lemos no comentário do Missal Cotidiano:
“Os cristãos não devem engolfar-se no mundo ou dele fugir. ‘Quem vai além ou não permanece na doutrina de Cristo não possui a Deus’ (2 Jo 9), mas Cristo nos ‘enviou ao mundo’ (Jo 17,18). A relação entre culto e vida pode mudar com os tempos, porém não pode ser destruída: a vida celebra-se, o culto vive-se.” (1)
Roguemos a Deus as graças e luzes necessárias para não sermos envolvidos e seduzidos pela mentalidade do mundo, com suas propostas sedutoras enganadoras, mas que também não fujamos, e não vivamos alheios ao que acontece em nossa volta.
Bem diz um dos Documentos da Igreja, aludindo sobre a íntima união da Igreja com toda a família humana:
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração”. (2)
A autenticidade de vida cristã exige de nós que jamais divorciemos a vida do culto e o culto da vida, como bem expressou o Missal Cotidiano: “A vida celebra-se, o culto vive-se”, e tão apenas com a força e ação do Espírito, viveremos a Boa-Nova de Jesus, comprometidos com o Reino de Deus por Ele inaugurado.
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - 1995 - página 1308
(2) Gaudium Et Spes – Vaticano II – n.1
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