domingo, 15 de setembro de 2024

A Misericórdia de Deus nos faz novas criaturas! (XXIVDTCC)

A Misericórdia de Deus nos faz novas criaturas!

Caminhando com Jesus para Jerusalém, na Liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum (ano C), aprendemos mais uma lição fundamental: a lógica do Amor de Deus é a lógica do Amor incondicional, Amor sem restrições, Amor sem fim, indefectível e se estende sobre bons e maus, sem exceções...

Ela é incomparavelmente diferente da lógica humana que às vezes se pauta pela prática da exclusão, do rancor, da indiferença, da não acolhida aos pecadores, do não acreditar na conversão do outro...

Na proclamação da Palava de Deus (Ex 32,7-11.13-14; 1Tm 1,12-17; Lc 15, 1-32), numa perfeita sintonia, contemplamos a atitude misericordiosa de Deus, ouvimos Sua voz como grande sinfonia de Amor pela humanidade, um Amor absoluto, gratuito, inesgotável, irrevogável.

São páginas da misericórdia, do Amor, da bondade, da ternura, da magnanimidade divina para conosco!

O Amor e o perdão divinos têm sempre a última palavra. Seu Amor fala mais alto, paradoxalmente a nossa surdez a Sua Palavra.

A lealdade de Deus para com Seu povo é incontestável, infinitamente além de nossas infidelidades, não correspondência ao Seu Projeto de vida, fraternidade e paz!

Deus é incapaz de deixar de nos amar, porque somos obra de Suas mãos; inacabadas, portando limitações que somente o amor é capaz de aprimorar.

O Amor de Deus é a possibilidade de nos aprimorarmos, para que sejamos o que devemos ser, para que mais verdadeiramente, imagem d’Ele, o sejamos. Por isto Seu amor jamais nos falta!

O amor vai ao encontro, acolhe, perdoa, reintegra, “carrega nos ombros do coração”, celebra com alegria inexpressível a volta de quem estava perdido e foi encontrado, estava morto e voltou a viver.

Reflitamos:

- Deus abomina o pecado, mas ama sem medida o pecador. Qual é minha atitude diante do pecador?

Entretanto, testemunhar a misericórdia jamais significa fazer pacto com o pecado.

“O Amor de Deus causa vertigem”, se não entramos em Sua dinâmica, Seu modo de ser e de amar!

Como não transbordar de alegria diante de um Deus que não pensa e não faz outra coisa, senão nos amar e querer o melhor para nós!?

Deus é irredutível em nos amar, porque jamais desiste de nós. Muito diferente foi a atitude do irmão mais velho na Parábola, que recriminou, não se alegrou, bem provavelmente, a festa não celebrou!

Somente quem ama é capaz de entrar na alegria de Deus! Na reflexão do Missal deste domingo encontramos uma afirmação de extrema beleza e profundidade: não sentirá necessidade alguma de ser perdoado quem não tiver consciência de ter traído alguém a quem ama!

Infelizmente, na cidade é grande o número dos que não são amados por ninguém, para os quais não se tem um olhar a não ser o olhar da eficiência econômica, do quanto é capaz de gerar riquezas.

Vivemos na sociedade da descartabilidade – “... só pode ser feliz quem é reconhecido, estimado, apreciado, sobretudo amado. Não existe verdadeira experiência humana sem intercâmbio, diálogo, confidência, verdadeiro amor recíproco. Só o amor é capaz de transformar, mas com uma condição: que seja gratuito e livre”.

O que é belo nos leva a querer  sempre mais:

“Quando percebemos que Deus nos ama assim, então sentimos que estar longe d’Ele e dos outros por razões humanas é perder  tempo, e perder Deus. Então nasce espontaneamente a necessidade de pedir perdão”.

Enquanto o mal existir haverá a emergência e a necessidade do amor a ser vivido para que o bem e a vida prevaleçam, a comunhão aconteça!

Moisés confiante na misericórdia de Deus não tem outra atitude senão suplicá-la para com o povo; nada quis para si, a não ser o bem daqueles que o Senhor lhe confiou

Paulo, por exemplo, foi alguém precioso para Deus. Não houvesse Deus o amado; não fosse a misericórdia de Deus, jamais ele seria o que foi, jamais seria para nós quem ele é. 

Assim é o amor: ajuda o outro a ser o que deve ser. Por isto o Mandamento do Amor é imperativo: amar e ser amado nos torna semelhante a Ele, o Amor, porque Deus é Amor (1Jo).

Lucas é, por excelência, o evangelista da ternura, 
por isto podemos afirmar: 
Verdadeiramente e continuamente, 
a Misericórdia de Deus nos recria, 
nos aperfeiçoa e nos faz novas criaturas.

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