O desafio de cativar e cultivar
Na Evangelização, todos nós, padres, bispos, religiosos (as), cristãos leigos, precisamos conjugar estes dois verbos: cativar e cultivar, para que nossa vocação e os trabalhos pastorais sejam cada vez mais frutuosos
Cativar:
É manter atitude de abertura, alegre e acolhedora; não ser um corpo estranho e indiferente dentro da própria comunidade, mas marcar presença nela, assumindo-a com amor e entusiasmo; trazê-la na mente e no coração, mesmo com todas as dificuldades próprias. Entusiasmo significa ter Deus dentro de nós.
Dentro da comunidade, anunciar, catequizar, animar um grupo de pastoral irradiar a luz de Deus que habita dentro de nós, cativando sempre novas pessoas para Aquele que anunciamos: Jesus.
Como é triste e melancólica a pregação quando aquele que anuncia o Evangelho de Cristo, não deixa a Luz d’Ele transparecer, e agravado, quando não acompanhado do testemunho.
Cultivar:
É cuidar da nossa chama batismal, para que nunca se apague. Quantos não vivem seu Batismo, e encontram-se desvinculados de uma Comunidade de irmãos e irmãs.
A graça do Batismo vivido também deve ser acompanhada da vigilância, abastecendo nossas lâmpadas com o óleo da justiça, da verdade, do amor, até que Ele venha.
É preciso fundamentar uma espiritualidade comprometida com Jesus de Nazaré; vivendo a vida segundo Seu Espírito, no autêntico amor a Deus, que passa necessariamente pelo outro, de modo preferencial pelos pobres.
Deste modo, espiritualidade não é sinônimo de fuga e alienação, mas compromisso com o Deus da Vida e Seu Reino e com o fortalecimento da esperança todos os dias.
A humanidade não sobreviverá sem os ideais de liberdade e justiça; sem aqueles que dedicam sua vida a eles, até mesmo passando pelo martírio, como expressão máxima.
Somente enfrentando a desesperança é que alcançaremos a verdadeira esperança. E a História da Igreja tem inúmeros testemunhos.
Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo:
“Esperando contra toda humana esperança, Abrão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme foi dito a ele...” (Rm 4, 18s).
Cativar e cultivar, dois grandes desafios: cativar é o primeiro momento de todo relacionamento, mas cultivar implica em dedicação, tempo, disciplina, atenção, oração, solidariedade, presença ainda que não física, porque às vezes humanamente impossível, mas a presença espiritual sempre.
Reflitamos:
- Como estamos cativando as pessoas com quem convivemos?
- Como cultivamos aqueles que cativamos?
- Como se dá o estreito elo cativar e cultivar em nossa Evangelização?
Concluindo, a Evangelização será coroada de êxitos se não descuidarmos do cativar, e não nos omitirmos no cultivar; do mesmo modo frutos saborosos colheremos, se este dois verbos além de conjugados, forem nos relacionamentos concretizados.
Cativemos e cultivemos amizades sinceras no Senhor!
PS: Reflexão escrita quando retornei da missão, na Diocese de Ji-Paraná - RO (2000-2002).
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