Com a Liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum (ano B) refletimos sobre a pergunta de Jesus – “Quem é Jesus para nós?” e as exigências para o Seu seguimento.
Somente na acolhida de Jesus e do Projeto Divino, que Ele vem realizar na mais perfeita obediência, no dom total da vida aos irmãos, é que estaremos, de fato, no caminho da vida plena, aparentemente um caminho de fracasso, porque inevitavelmente passa pela cruz.
A passagem da primeira Leitura (Is 50,5-9a) nos apresenta a figura do Servo de Javé (terceiro cântico do Servo de Javé), e retrata o final do exílio.
O Profeta tem a difícil missão de consolar os exilados anunciando um novo êxodo e a reconstrução de Jerusalém. Sofre, confia, é amado por Deus e não perde a serenidade, porque possui n’Ele total confiança.
Convida o povo a superar a tentação das facilidades, do comodismo, do medo de arriscar rumo ao novo. É preciso confiar somente em Deus, a nossa rocha segura; viver livre do medo, seguros e protegidos pela mão divina.
Quem é este Servo de Javé? Por vezes é identificado com um Profeta desconhecido, com o povo exilado, como uma recordação histórica (dos Patriarcas, Moisés, Davi, Profetas), e a releitura do Antigo Testamento vê nesta figura o próprio Jesus.
Reflitamos:
- O que fazemos para gerar uma vida nova para todos?
- Como vivemos a graça da vocação profética?
- Como vivemos a radicalidade de nossa entrega nas mãos de Deus?
- Temos plena confiança na presença e ação de Deus?
Na passagem da segunda Leitura, com a Carta de São Tiago (Tg 2, 14-18), continuamos a reflexão sobre a fé operativa que leva ao compromisso social e comunitário: a fé deve ser expressa em ações concretas; a fé sem obras não serve para nada.
No seguimento de Jesus, a vida de fé se expressa em gestos concretos em favor do próximo: amor, solidariedade, fraternidade, serviço, partilha, perdão...
Belos discursos não bastam, é preciso uma bela prática. Que a religião autêntica transpareça nos gestos concretos de amor e solidariedade, para que não façamos da religião uma mentira, um engano, uma evasão, um alienar-se de sagrados compromissos.
A Carta nos leva a afirmar que somente a acolhida aos pobres e a luta pela verdade, justiça, e fraternidade dão conteúdo de veracidade à nossa fé, à nossa prática religiosa.
Também nos possibilita uma reflexão sobre a relação que estabelecemos entre a liturgia e a vida, a fé e a vida, evitando qualquer sombra de separação entre ambas.
Na passagem do Evangelho (Mc 8,27-35), contemplamos Jesus, o Filho do Homem, o Filho de Deus que oferece Sua vida como dom, por Amor a humanidade.
Reflitamos:
- “Quem é Jesus para nós?”
- Quais as exigências para segui-Lo?
Pedro responde corretamente: “Tu és o Messias, o Filho de Deus”. Um Messias diferente do que se esperava, um Messias que passa pela Cruz, pela entrega da Sua vida.
Quem quiser segui-Lo terá que renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz cotidianamente.
Renunciar a si mesmo será dizer não ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho e à autossuficiência, fazendo da própria vida doação total, amor radical, entrega até a morte, como o próprio Jesus o fez.
Jesus não pode ser para nós o que representa para alguns:
- homem bom, generoso e atento aos sofrimentos dos outros;
- admirável mestre da moral;
- condutor de massas que passou de moda;
- um revolucionário;
- ou ingênuo e inconsequente.
Ele tem que ser e é o nosso Redentor, a razão de todo nosso existir. Precisamos ter sua Pessoa, Palavra e ensinamentos como as referências fundamentais sobre as quais construímos a nossa existência.
Colocando-nos nas mãos de Deus, viver a nossa história como Pedro o fez, vivendo a vida complexa de sombras e luz. Deus sabe trabalhar com nossas fraquezas e limitações.
É preciso colocar-se a caminho, multiplicando gestos que expressem nossa fé em Deus e nossa fidelidade ao Seu Projeto de Vida Plena para toda a humanidade.
De fato, o Reino de Deus cresce apesar de nossas limitações e Deus nos chama e nos convida a participar desta construção.
Reflitamos:
Reflitamos:
- Qual é a nossa resposta?
- Como tem sido nossa participação?
- De que modo estamos seguindo o Senhor?
- Como estamos carregando a nossa cruz de cada dia?
- Quais são as renúncias necessárias?
É sempre tempo de renovar nossa fidelidade ao Senhor, pois somente n’Ele, e com Ele, a alegria, a vida, a realização, a paz, porque Ele é a nossa mais bela e inesgotável Divina Fonte de Amor.
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