quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Lágrimas de arrependimento, novos propósitos

                                                       

Lágrimas de arrependimento, novos propósitos

Em seu discurso aos párocos da Diocese de Roma, no dia 6 de março de 2014, o Papa Francisco fez referência à oração para pedir o dom das lágrimas, encontrada nos Missais antigos.

Assim se rezava na Oração da “Coleta”:

“Ó Deus onipotente e misericordiosíssimo, que fizestes sair da rocha uma fonte de água viva para o povo sedento, fazei sair, da dureza do nosso coração, lágrimas de arrependimento, para que possamos chorar os nossos pecados e merecer, por vossa misericórdia, a remissão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que vive e reina na unidade do Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.”

Oremos:

Senhor, não mais bebemos da água que jorrou daquela rocha no deserto. Bebemos da água viva que tendes para nos oferecer (Jo 4,1-25). Saciai, Senhor, nossa sede de amor, vida e paz.

Senhor, contemplamos Vosso trespassado Coração, do qual verteu água e sangue, sinais que nos remetem aos Sacramentos do Batismo e da Eucaristia. Ajudai-nos a viver a graça do Batismo, nutridos pelo Vosso Corpo e Sangue, no Divino Banquete Eucarístico.

Senhor, façais sair, não obstante a dureza de nosso coração, as necessárias lágrimas de arrependimento, para que, contritos e com propósitos de conversão, choremos copiosamente nossos pecados, despindo-nos das obras das trevas, revestindo-nos com as armas da luz. (Rm 13,11-14a).

Senhor, não permitais que nosso coração fique endurecido, frio, curvado diante da globalização da indiferença, diante da dor, sofrimento e angústia de nosso próximo, sobretudo dos que se encontram feridos à beira do caminho (Lc 10,25-37).

Senhor, concedei-nos a graça de viver sinceros propósitos de reconciliação convosco e com nosso próximo, na prática da oração, jejum e esmola, a fim de que façamos progressos maiores ainda na prática das virtudes que nos movem – carregando com fidelidade nossa cruz quotidiana. Amém.

A Água do Batismo e as lágrimas da Penitência

                                                       

A Água do Batismo e as lágrimas da Penitência

Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja sobre a conversão e as duas águas da Igreja: a água do Batismo e as lágrimas da penitência:

“Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos.

Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação».

Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça  para responder ao Amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.

Testemunho disto mesmo, é a conversão de Pedro, depois de três vezes ter negado o Seu Mestre. O olhar infinitamente misericordioso de Jesus provoca-lhe lágrimas de arrependimento e, depois da Ressurreição do Senhor, a tríplice afirmação do seu amor para com Ele.

A segunda conversão tem, também, uma dimensão comunitária. Isto aparece no apelo dirigido pelo Senhor a uma Igreja inteira: «Arrepende-te!» (Ap 2, 5-16).

Santo Ambrósio diz, a respeito das duas conversões que, na Igreja, «existem a água e as lágrimas: a Água do Batismo e as lágrimas da Penitência»” .(CIC 1428-1429)

A Água de todas as águas: a Água do Batismo! A mesma que jorrou do lado aberto do Senhor, no alto da Cruz, por Amor de nós crucificado, como tão bem expressou o Evangelista João:

“Deus amou tanto o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

O mesmo Evangelista também nos fala da água que jorrou do seu lado, quando narra a Paixão e Morte do Senhor:

Mas um dos soldados, traspassou-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu Sangue e Água” (Jo 19,34).

A primeira Água é aquela na qual fomos submersos, para que, morrendo para o pecado, vivamos para Deus (Rm 6,1-11).

E, como batizados, para testemunharmos a vida nova que o Senhor nos alcançou – “Ele que foi manifestado na Carne, justificado no Espírito, aparecido aos anjos, proclamado às nações, acreditado no mundo, exaltado na glória” (1 Tm 3,16).

Há a água da penitência, que a pecadora derrama copiosamente nos pés de Jesus, banhando-os com perfume, secando-os com seus cabelos, e cobrindo-os de beijos (Lc 7,36-50). 

Jesus soube tornar puros as lágrimas e os beijos da pecadora, porque todos somos pecadores e precisamos derramar esta segunda água  em atitude de penitência, reconhecedores de nossa finitude, limitações, miséria, curvando-nos aos pés do Senhor, rico em misericórdia, para que por Ele, amados sejamos, perdoados também e vida nova encontremos.

Amados e perdoados, tão somente assim, podemos também amar e perdoar. E só podemos amar e perdoar, porque o Senhor nos amou e nos perdoou primeiramente.

Lágrimas...

                                                        


Lágrimas...

As lágrimas nos olhos da viúva verteram,
Ao carregar o corpo morto do filho único,
Enterrava sua esperança, sua segurança,
Seu porto seguro, não mais consigo.

Restava tão apenas seguir o cortejo,
Depositar o corpo no local preparado
Para que se cumpra a Palavra:
“Do pó viestes, ao pó retornas”

Que mais podia ela esperar, agora tão solitária,
Sem o fruto nascido de suas entranhas?
Enterrar um pedaço de si mesma,
Pois assim se sente toda mãe ao fazer isto.

Agora ficariam as lembranças corrosivas da alma
O vazio da ausência, preenchido pela saudade,
Que tende a crescer a cada dia que passa,
Crescerá a saudade, porque expressão de amor.

Vendo as lágrimas nos olhos da viúva,
O coração do Senhor mais uma vez foi tocado,
Por ela compaixão sentindo, a vida ao filho devolvendo...
"Levanta-te, Eu te ordeno!"

As Palavras do Senhor se fizeram ouvir,
Manifestando Seu poder sobre a vida e a morte.
Nada pode impedir a ação do Deus de Amor,
Nem mesmo a dor, a enfermidade e a morte.

É próprio do Amor de Deus, glorifico:
Romper a barreira do aparentemente impossível,
Para nos devolver a vida, a serenidade,
A esperança, os sonhos, as alegres conquistas.

Lágrimas...

Dos olhos de outra mulher, lágrimas foram vertidas,
E, com elas, os pés do próprio Senhor banhou,
Com seus cabelos, rompendo preconceitos,
Os secou, com perfume ungiu, de beijo cobriu.

É a pecadora publicamente conhecida,
Que carregava o peso de uma vida vazia e sem sentido,
Vida agora renovada, pelo Amor Encarnado, perdoada,
Pela fé que tinha, salva, em paz, novos caminhos.

Jesus não seca suas lágrimas, mas permite que caiam,
Que elas vertam, porque são suave expressão de amor,
De acolhida, sede de perdão, e ainda mais, compreensão,
Para um reencontro consigo mesma, para feliz ser.

Ela acreditou que tão somente Jesus
Com jeito novo a amaria, sem dúvida alguma,
Que suas lágrimas em vão não cairiam,
Sabe que é bem pouco o que oferece, pelo muito recebido.

Prostra-se aos pés do Senhor, que ama e perdoa,
Uma lição para a humanidade deixaria.
Alegria encontramos quando o mesmo fazemos,
Descendo de nossa arrogância e hipocrisia.

Jesus não seca as suas lágrimas, ao contrário,
Permite que elas copiosamente se multipliquem,
Pois somente quando nossos pecados choramos,
Com penitência e propósitos acompanhados, renascemos.

Lágrimas...

As lágrimas da viúva e as lágrimas da pecadora
Encontram do Senhor resposta diferente:
A uma Ele ama e a alegria e a vida do filho devolve,
A outra ama e a alegria da vida nova comunica.

Vertamos nossas lágrimas diante do Senhor,
Também com sede de vida, alegria e esperança,
Imensurável sede de perdão, compreensão,
Acolhida, confiança e o Amor do Senhor encontramos.

Lágrimas...

PS: Poema inspirado nas passagens do Evangelho de São Lucas  (Lc 7, 11-17 e 7,36-50). 

As faces da lágrima nas faces...

As faces da lágrima nas faces...

Lágrimas são mais que lágrimas... Mas o que elas nos revelam?
Com um olhar transcendente contemplemo-las e ouçamos o que nos dizem...

Sou a lágrima que derramou no silêncio escuro de um quarto, por ter vergonha de ser, diante do outro, vertida...

Sou a lágrima que não derramou no silêncio escuro do mesmo quarto, porque disseram que não posso chorar; que o choro é expressão de minha fraqueza...

Sou a lágrima que saiu dos olhos do amigo de Lázaro quando foi ao seu encontro, morto há quatro dias... Expressão de amizade do divino com o humano, da compaixão que consumiu todo o Seu existir...

A mesma lágrima que o Bom Pastor, ao ver Jerusalém, um dia chorou: O Amor que não foi compreendido, acolhido... Que ainda hoje, nos faz pensar nas repetidas incompreensões, da não abertura ao Seu Projeto de amor, vida, salvação...

Sou a lágrima que verteu, copiosamente, nos olhos de Maria aos pés da Cruz, recebendo o corpo do Filho amado.

Sou a lágrima dos bem-aventurados do Reino que, por Deus, serão consolados, pois por Ele foi prometido, porque incompreendidos, caluniados, perseguidos...

Sou a lágrima que caiu porque, ao longo do ano findado, milhões de inocentes, a luz do dia, não viram nascer, porque abortados, mortos o foram...

Sou a lágrima da vitória aparentemente impossível que nada difere da derrota inesperada: o que difere são as suas motivações, tão opostas...

Sou a lágrima do resultado mais que esperado de um concurso, ou um exame, entrevista, podendo ser expressão de êxito ou frustração.

Sou a lágrima dos olhos dos pais ao verem aquele que, ao mundo, veio; seus primeiros choros, primeiros traços, primeiros colos, primeiros toques...

Sou a lágrima das primeiras quedas, sustos; das primeiras ausências sentidas por vezes para sempre; das primeiras aulas em busca de intermináveis saberes...

Sou a lágrima que acompanha a inevitável despedida, ora provisória de uma viagem, ora de uma viagem que será para sempre, portanto voltará a verter...

Sou, portanto, a mesma lágrima da despedida que não conseguimos admitir, a lágrima da saudade de alguém que se foi para aqui dentro ficar...

Sou a lágrima da dor, do esforço, da superação, mas também a lágrima de que valeu a pena não sucumbir diante da exclusão, humilhação...

Sou a lágrima do reencontro, por vezes planejado, outras vezes nem tanto, talvez em mesma intensidade. Mas o que têm em comum? A emoção do reencontro de quem se ama.

Sou a lágrima do sonho destruído, do tudo ou quase tudo perdido, naufragado em intempéries desoladoras, inesquecíveis, inesperadas... Mas a mesma lágrima que rega a semente do recomeço...

Sou a lágrima que goteja diante de altares, em Sacramentos, com indescritível espiritualidade, por todos celebrados, vivenciados com intensa profundidade...

Sou a lágrima pela lágrima não derramada.
Sou a lágrima pela lágrima dos incompreendidos.
Sou a lágrima pela lágrima dos que não choram.
Sou a lágrima por aqueles que desconhecem sua força.

Sou a lágrima que soma com a lágrima daqueles que procuram compreender-me, ouvir-me sem rotulações, definições, proibições...

Lágrima, quem sois?
Sou isto e muito mais
Lágrima, quem sois?
Decifra-me, permita-me, compreenda-me...

Deixe-me ser a lágrima de múltiplas leituras.
Apenas não me ignore, procure ser o que escrevo, ouvir o que grito, mais ainda o que calo...

Lágrima, quem sois?
Sou...

Quem disse que é possível falar com elas?
Não sei se é, ou até sei... Mas que elas falam conosco, não tenho dúvida. Precisamos de coragem para ouvi-las, derramá-las, secá-las, evitá-las, quando possível, no olhar do outro... 

Há lágrimas e lágrimas…

Há lágrimas e lágrimas…

Assim começa a matéria “Cientistas tentam decifrar o complexo caminho das lágrimas”, do The New York Times, na Folha de São Paulo de 16 de fevereiro de 2009, de Benedict Carey:

“Elas, as lágrimas, são consideradas um alívio, um tônico psicológico e, para muitos a visão de algo mais profundo: A linguagem gestual do coração, a transpiração emocional vinda do poço de uma humanidade comum. As lágrimas lubrificam o Amor e as canções de Amor, os casamentos e os funerais, os rituais públicos e a dor privada e talvez nenhum estudo científico possa, algum dia, capturar todos os seus muitos significados…”

Não tenho a pretensão de comentar a matéria, que acredito muito interessante, apenas cito o início que me levou a refletir no efeito catártico, de purificação que a lágrima pode realizar.
Os diversos sentidos que uma lágrima pode ter...
Os inúmeros conteúdos que ela carrega em si.

Lágrima dos olhos daquele que nasce e daqueles que acolhem a nova vida. Qual a diferença que há entre a lágrima da criança, da mãe, e a lágrima do pai?
Lágrimas de um nascimento, lágrimas de uma morte…

Lágrimas que vertem ao receber trágica notícia, lágrimas que abundam ao acolher uma noticia portadora de alegria.
Qual a diferença? Muita! Mas são sempre lágrimas.
Lágrimas de uma derrota, lágrimas de uma vitória.

Lágrimas de uma partida, lágrimas de uma chegada.
Lágrimas por ter medo de enfrentá-las, lágrimas pelas dificuldades superadas.

Lágrimas de uma amizade partilhada, lágrimas de uma amizade perdida. Sempre lágrimas de matizes diferenciados.
Lágrimas por uma derrota experimentada, lágrimas por uma vitória alcançada.

Lágrimas são sempre lágrimas. O importante é saber captar seu conteúdo, sua mensagem. O importante é saber compartilhá-las.

No Evangelho há uma passagem comovente:
Jesus vai ver Seu amigo Lázaro e o encontra morto, enterrado há quatro dias, sem esperança alguma.
Numa página inesquecível diz textualmente que Jesus ficou comovido e chorou…
Lágrimas de Jesus: Lágrimas do Homem, lágrimas de Deus.
Lágrimas do amigo da humanidade decaída e mergulhada no sono de morte.

É maravilhoso contemplar o homem Jesus que chora...
Que abre, sobretudo, para nós, a possibilidade do choro. Alguns nos disseram que homem não chora, e alguns de nós acreditamos e por isto carregamos este peso.

Lágrimas são mais que uma produção, elas são, antes de tudo, uma expressão! Ao verterem, escorrerem, levam consigo um grito, um clamor, uma súplica, uma resposta, uma expressão de finitude, limitação, solidariedade, esperança e Ressurreição...

Dorme-se com lágrimas nos olhos, acorda-se com esperança no coração; acorda-se às vezes com lágrimas nos olhos, mas a noite pode-se dormir com outras lágrimas. As lágrimas por ter alcançado a resposta, buscado e encontrado a superação.

Deixemos as lágrimas falarem…
Aprendamos sua linguagem.
Quem disse que as lágrimas não falam?
E como falam!
Sua ausência também fala. Entender a linguagem de sua ausência talvez seja mais difícil, mas é possível captá-la, compreendê-la.

Lágrimas são fragmentos de momentos que não passam em mim.
Lágrimas como experiência de humanização, que cala fundo.

Lágrimas silenciosas, reveladoras de desespero profundo.
Lágrimas de amor que ama, mesmo no desencanto do desamor, ou do amor não correspondido...

Lágrimas de coração machucado podem regar sementes de esperança e germinar um mundo novo.
Lágrimas de um coração que pulsa feliz, caindo abundantemente, também regam e eternizam sementes de momentos felizes a florescerem num jardim do amanhã não distante.

Lágrimas entre sorrisos de dor ou de alegria.
Lágrimas que brotam e saem do coração, como transbordamento da alma, que aliviam e acalmam.

Lágrimas lembram nossa meta de Amor, num misto de metade dor, metade alegria, em perfeita harmonia.
Lágrimas sempre  presentes em todas as estações da vida: secadas pelo calor do verão, congeladas às vezes pelo frio do inverno, teimosamente cadentes como um anúncio de outono, mas apontando a beleza e o perfume da primavera.

Ó  matéria prima das lágrimas!
Um olhar que transcenda a lágrima nos permitirá compreender a fonte de sua existência, muitas vezes feitas de sonhos ou  pesadelos, alegrias ou tristezas, angústias ou consolo, desespero ou  esperança, ilusões ou realidade, bondade ou iniquidade, de morte ou vida, de ódio ou de amor, transitoriedade ou eternidade…

Ó lágrima!
Que ao verter seja-nos devolvida a serenidade no rosto; a pureza e ação de graças nos lábios e no coração a alegria! 

Lágrimas...


 Lágrimas...

As lágrimas nos olhos da viúva verteram,

Ao carregar o corpo morto do filho único,

Enterrava sua esperança, sua segurança,

Seu porto seguro, não mais consigo.

 

Restava tão apenas seguir o cortejo,

Depositar o corpo no local preparado

Para que se cumpra a Palavra:

“Do pó viestes, ao pó retornas”

 

Que mais podia ela esperar, agora tão solitária,

Sem o fruto nascido de suas entranhas?

Enterrar um pedaço de si mesma,

Pois assim se sente toda mãe ao fazer isto.

 

Agora ficariam as lembranças corrosivas da alma

O vazio da ausência, preenchido pela saudade,

Que tende a crescer a cada dia que passa,

Crescerá a saudade, porque expressão de amor.

 

Vendo as lágrimas nos olhos da viúva,

O coração do Senhor mais uma vez foi tocado,

Por ela compaixão sentindo, a vida ao filho devolvendo...

"Levanta-te, Eu te ordeno!"

 

As Palavras do Senhor se fizeram ouvir,

Manifestando Seu poder sobre a vida e a morte.

Nada pode impedir a ação do Deus de Amor,

Nem mesmo a dor, a enfermidade e a morte.

 

É próprio do Amor de Deus, glorifico:

Romper a barreira do aparentemente impossível,

Para nos devolver a vida, a serenidade,

A esperança, os sonhos, as alegres conquistas.

 

Lágrimas...

 

Dos olhos de outra mulher, lágrimas foram vertidas,

E, com elas, os pés do próprio Senhor banhou,

Com seus cabelos, rompendo preconceitos,

Os secou, com perfume ungiu, de beijo cobriu.

 

É a pecadora publicamente conhecida,

Que carregava o peso de uma vida vazia e sem sentido,

Vida agora renovada, pelo Amor Encarnado, perdoada,

Pela fé que tinha, salva, em paz, novos caminhos.

 

Jesus não seca suas lágrimas, mas permite que caiam,

Que elas vertam, porque são suave expressão de amor,

De acolhida, sede de perdão, e ainda mais, compreensão,

Para um reencontro consigo mesma, para feliz ser.

 

Ela acreditou que tão somente Jesus

Com jeito novo a amaria, sem dúvida alguma,

Que suas lágrimas em vão não cairiam,

Sabe que é bem pouco o que oferece, pelo muito recebido.

 

Prostra-se aos pés do Senhor, que ama e perdoa,

Uma lição para a humanidade deixaria.

Alegria encontramos quando o mesmo fazemos,

Descendo de nossa arrogância e hipocrisia.

 

Jesus não seca as suas lágrimas, ao contrário,

Permite que elas copiosamente se multipliquem,

Pois somente quando nossos pecados choramos,

Com penitência e propósitos acompanhados, renascemos.

 

Lágrimas...

 

As lágrimas da viúva e as lágrimas da pecadora

Encontram do Senhor resposta diferente:

A uma Ele ama e a alegria e a vida do filho devolve,

A outra ama e a alegria da vida nova comunica.

 

Vertamos nossas lágrimas diante do Senhor,

Também com sede de vida, alegria e esperança,

Imensurável sede de perdão, compreensão,

Acolhida, confiança e o Amor do Senhor encontramos.

 

Lágrimas...



Oremos pelos Bispos (1)

Oremos pelos Bispos (1)

Ó Deus, nós Vos suplicamos por todos os bispos, pastores de Vossa Igreja, para que conduzam o rebanho com carinho, sabedoria, amor e zelo;

Apontem e se empenhem em passar pela porta estreita da Salvação, que é a Cruz onde Vosso Filho deu a Sua vida por nós;

Carreguem a cruz de cada dia, tomando sempre consciência da missão que Vós lhes confiastes;

Tenham consciência e testemunhem, que foram chamados não pelos méritos, mas porque assim Vós quisestes;

Guiados pelo Espírito, sejam uma voz a iluminar e conduzir, por caminhos que levem à construção de uma nova civilização do amor, com vida plena e feliz para todos. Amém!

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG