segunda-feira, 29 de julho de 2024

Santa Marta, Maria e Lázaro: amigos do Senhor

                                                      

Santa Marta, Maria e Lázaro: amigos do Senhor

Com a celebração da Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro no dia 29 de julho, somos enriquecidos pelo Sermão São Gregório Magno (séc. VI), Papa e Doutor da Igreja, sobre o Livro do Profeta Ezequiel, que nos ajuda a refletir o sentido de uma vida ativa e contemplativa.

“A vida ativa consiste em dar pão ao faminto, ensinar a sabedoria ao ignorante, corrigir ao que erra, reconduzir o soberbo ao caminho da humildade, cuidar do enfermo, proporcionar a cada qual o que lhe convém e prover os meios de subsistência aos que nos foram confiados.

A vida contemplativa, porém, consiste, é verdade, em manter com toda a alma a caridade de Deus e do próximo, mas abstendo-se de toda atividade exterior e deixando-se invadir somente pelo desejo do Criador, de modo que já não encontre atrativo em atuar, porém, descartada qualquer outra preocupação, a alma arda em desejos de ver a face de seu Criador, até o ponto de que começa a suportar com fastio o peso da carne corruptível e aspirar com todo o dinamismo do desejo unir-se aos coros angélicos que entoam hinos, confundir-se entre os cidadãos do céu e gozar na presença de Deus da eterna incorrupção.

Um bom modelo destes dois tipos de vida foram aquelas duas mulheres, a saber, Marta e Maria, das quais uma se desdobrava para dar conta do serviço, enquanto a outra, sentada aos pés do Senhor, escutava as palavras de Sua boca.

Como Marta se queixa de que sua irmã não se preocupava de ajudá-la, o Senhor lhe contestou: 'Marta: anda inquieta e nervosa com muitas coisas; mas somente uma é necessária. Maria escolheu a melhor parte, e não lhe será tirada'.

Observa que não se reprova a parte de Marta, mas se louva a de Maria. Nem se limita a dizer que Maria escolheu a boa parte, mas a parte melhor, para indicar que também a parte de Marta era boa. E porque a parte de Maria seja a melhor, o destaca na continuação, dizendo: 'E não lhe será tirada'.

De fato, a vida ativa acaba com a morte. Pois quem pode dar pão ao faminto na pátria eterna, na qual ninguém terá fome? Quem pode dar de beber ao sedento, se ninguém tem sede? Quem pode enterrar os mortos, se ninguém morre?

Portanto, enquanto que a vida ativa acaba neste mundo, a vida contemplativa, iniciada aqui, aperfeiçoa-se na pátria celestial, pois o fogo do amor que aqui começa a arder, à vista do Amado, ainda se aviva em Seu amor.

Assim, a vida contemplativa não cessará jamais, pois alcança precisamente sua perfeição ao apagar-se a luz do mundo atual”. (1)

Oremos:

Senhor, que eu não entenda Tuas palavras dirigidas a Marta, como menosprezo pelo cuidado dos que acolhemos ou convivemos.

Senhor, vos peço, que não me permitais que me deixe enganar pelo falso enunciado de um princípio que estabelece a hierarquia entre “ação” e “contemplação”.

Senhor, que eu reconheça e valorize a riqueza das vocações e estados da vida religiosa ativa e contemplativa.

Senhor, que eu tenha como prioridade absoluta a escuta da Palavra, recuperando o fôlego e coragem para fazer novas e com amor todas as coisas, com sabedoria fazer as renúncias necessárias.

Senhor, que eu me assente regularmente aos Teus pés, como discípulo missionário, atento à Tua Palavra, para colocá-la em prática em meio às muitas ocupações da vida, na expressão de amor e serviço ao próximo.

Senhor, que nada, absolutamente nada (cansaço, doença, preocupações...), me impeça deste acolhimento vital e necessário, servindo a Ti, como primeiro, e depois Te servir concretamente na pessoa do irmão.

Senhor, sentado aos Teus pés, como Maria, a irmã de Marta, tenhamos o coração inflamado pelo Teu amor, como fizeste aos discípulos de Emaús, e por esta Palavra, nos deixemos iluminar e conduzir, até que um dia Te contemplemos, face a face, na glória de Deus Pai, na plena comunhão com Teu Espírito. Amém. (2)


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes, 2013 – pp. 677-678
(2) Fonte inspiradora da Oração: Missal Dominical – Editora Paulus – Lisboa – p.1632. 

Sentemo-nos aos pés do Senhor!

                                                        


Sentemo-nos aos pés do Senhor!

O Evangelho de Lucas nos apresenta uma cena tão marcante e conhecida, mas que sempre nos traz algo novo ao coração: “Jesus visitando a casa de Marta e Maria...” (Lc 10,38-42).

Maria aos pés de Jesus, com sabedoria, escolhe a melhor parte que não lhe será tirada; Marta preocupada e mergulhada em suas atividades...

Jesus jamais teria feito apologia do espiritual em detrimento da atividade, do compromisso laboral.

Uma só coisa é necessária: acolher Sua Pessoa e escutar Sua Palavra.

Não há, porém, acolhida de Sua Pessoa sem a escuta de Sua Palavra, bem como é inseparável o imperativo de vivê-la. Não são coisas distintas!

A fecundidade da ação é consequência da intimidade que temos com o Senhor.

A escuta, a Oração, o retirar-se para nos colocarmos diante do Senhor em atitude de silêncio jamais foi ou será perda de tempo...

A escuta nos reenvia diferenciados para a vida quotidiana, algo diferente transparece em cada ato.

Cada atitude, por menor que seja, revestida da Luz Divina, tem uma dimensão de eternidade, e assim saberemos construir uma necessária hierarquia de valores.

Somente a escuta atenta do que Ele tem a nos dizer, a acolhida de Sua Pessoa e Palavra nos farão fazer bem todas as coisas, como Ele sempre o fez! 

A verdadeira hospitalidade passa necessariamente pela acolhida do outro e do Absolutamente Outro: Deus!

Roguemos, portanto, a Sabedoria Divina, colocando-nos, como Maria aos Seus pés, abrindo nossos ouvidos e coração ao que Ele tem a nos dizer e a nos oferecer!

Num mundo marcado pelo ativismo desenfreado, pelos ruídos ensurdecedores da cidade, colocarmo-nos diante do Senhor é como saciar a sede em pleno deserto e assim poder continuar o caminho...

Reflitamos:

- Encontro tempo para acolher e escutar o Senhor?
- Sento-me aos Seus pés para que escutando o que Ele tem a dizer, faça melhor?

- De que modo sintetizo em minha vida as mãos de Marta e os ouvidos e o coração de Maria?


- O correr muito pode levar ao vazio, ao tédio, à solidão, à falta do sentido da vida. Estou correndo este risco?
- Ativismo desenfreado aliena, massacra, asfixia e pode nos levar a lugar nenhum. Como equilibro o silêncio, a oração e a ação?

Se como Maria nos pusermos aos pés do Senhor. faremos com novo impulso e ardor todas as coisas. Muito oportuno para nossa espiritualidade missionária, pois se não aprendermos com Maria, muito facilmente poderemos nos cansar e até mesmo desistir de o bem fazer, da Palavra pregar, do amor comunicar.

Não haverá êxito na missão, ou em qualquer coisa que façamos, se não houver antes o silêncio necessário diante do Senhor, que deseja estabelecer conosco a comunhão, o diálogo, a intimidade, a amizade verdadeira, profunda e frutuosa. 

Dentro de cada um de nós há um pouco de Marta e um pouco de Maria. Já vi não poucas pessoas darem espaço demais para a Marta, mergulhando num ativismo estressante, cansaço irreversível, desistência, abandono, indiferença, frieza, estagnação e até mesmo recuo.

Já vi “Marias” tão simplesmente num espiritualismo alienante, descomprometido; num recolhimento estéril (fuga, evasão, alienação, intimismo...)

A beleza da espiritualidade do discípulo do Senhor consiste na busca do equilíbrio: ter o coração e ouvidos de Maria e as mãos e pés de Marta, na exata harmonia.

Saibamos escolher “a melhor parte”, que só pode vir de Jesus, para fazermos bem todas as coisas, porque precedidas de uma atitude de discípulo que escuta e ama; age e se compromete. Em uma palavra: fé e luta; fé e compromisso.

Enraizados no Amor de Cristo,
somos fortalecidos e vivificados por Ele,
na ação do Espírito que nos
cumula de todo bem e graça.
Ele é o absolutamente essencial em nossa vida.

Recuperemos o “fôlego”

                                                   

Recuperemos o “fôlego”

Celebramos a Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro no dia 29 de julho, e ouvimos a passagem do Evangelho (Lc 10,38-42), em que Jesus vai à sua casa e de seus irmãos, Maria e Lázaro.

A cena é conhecida: Maria acolhe Jesus e se assenta aos Seus pés, para escutar o amigo e Divino Mestre, escolhendo a melhor parte que não lhe será tirada, garantiu o Senhor; de outro lado, vemos Marta agitada, inquieta, de certo modo até advertindo Aquele que havia recebido como hóspede.

Marta ainda não havia compreendido, e com ela pudemos aprender, que a atenção prestada ao Senhor não nos afasta da vida, mas ao contrário: “confere ao nosso viver um fôlego maior”. 

Ela é, na exata medida, cada um de nós esgotados, estressados pelo muito a fazer, sem parar diante do Senhor, privando-nos do essencial: o tempo da oração, e o maior de todos os momentos, o Banquete da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã.

A atitude de Maria nos convida a contemplar tantas pessoas muito ativas que, embora no meio de muitas ocupações, vivem interiormente em profunda paz, numa contemplação secreta, com o coração unido ao Senhor, porque assíduos na participação do Banquete da Eucaristia, ouvem e conduzem sua vida pela Palavra proclamada, ouvida, acolhida e na vida em prática colocada, com a força do Espírito que nos assiste e nos conduz.

São tantas as pessoas que no viver a fé, dando razão da esperança e na prática da caridade, fazem tudo o que devem fazer, não num desapego artificial das coisas, mas com a plena tranquilidade de quem, mesmo nos serviços mais abrangentes, ama o Senhor e O serve no próximo.

Recuperemos o “fôlego”, assentando-nos aos pés do Senhor. Ele não apenas quer ser acolhido, mas quer nos dirigir Sua Palavra, que nos reorienta, revigora, e dá um sentido ao nosso existir, pois com Ele, e somente com Ele, fazemos bem e melhor todas as coisas.

Recuperemos o “fôlego”, acolhamos o sopro do Espírito para que não esmoreçamos na missão que o Senhor nos confia, vivendo com zelo, amor e alegria, pois somente quem para diante do Senhor é capaz de ir bem mais longe, até que alcance o fim desejado, a eternidade, e a contemplação definitiva de Sua face.

Por ora, é tempo de recuperar o “fôlego”...


Fonte inspiradora: Lecionário Comentado - Ed Paulus - Lisboa Portugal - p.769.

Dos lábios do Senhor, mais que simples palavras...

                                               


Dos lábios do Senhor, mais que simples palavras...

Naquela casa de Marta, Maria e Lázaro (Lc 10,38-42), a presença de Jesus era sempre a presença do Verbo encarnado, que Se fez Carne e habitou entre nós, e fazendo-Se Carne, nos envolveu com Seus laços de ternura, alegria e misericórdia.

Mais que simples palavras, saíam de Seus lábios ao falar com Maria, que escolheu a melhor parte, e assentou-se aos Seus pés: Palavras que ninguém antes falara, porque Ele falava com autoridade, como também o fazia em todos os lugares e todos ficavam extasiados, como narram os Evangelistas.

Mais que simples palavras, saíam dos lábios do Senhor Palavras que, como labaredas, como fogo abrasador, aquecem a alma de quem as ouve, como fazia dirigindo-Se aos enfermos, pecadores, paralíticos, acorrentados da alma, porque possuídos pelo espírito do mal, devolvendo a todos a alegria de viver, porque antes mergulhados na gelidez da indiferença, da dor e da exclusão.

Mais que simples palavras, saíam de Seus lábios. Palavras como que uma luz acesa após a outra, resplandecendo luminosidade divina, porque Ele não é apenas verdadeiramente homem, é também verdadeiramente Deus.

Mais que simples palavras, saíam de Seus lábios, e haverá sempre de sair, Palavras dirigidas a cada um de nós, desde que nos predisponhamos a parar, silenciar, ouvir, acolher e em prática colocá-las.

Entretanto, não basta que as Palavras saiam dos lábios do Senhor, é preciso que elas encontrem, em cada um de nós, um coração fértil, para que, ao cair, produzam muitos frutos para a glória de Deus, através de um amor oblativo, expressão de uma esperança que não nos permite esmorecimentos e tão pouco vacilos na fé, porque sabemos em quem confiamos: no Senhor e nas Palavras que saem de Seus lábios, de modo especial quando da Celebração Eucarística participamos.

Mais que simples palavras, saíam de Seus lábios...

Urgente ou necessário?

                                                      

Urgente ou necessário?

“Ela (Maria) escolheu a melhor parte”

Passagem do Evangelho da visita que Jesus faz à casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro: Lc 10, 38-42

As Palavras de Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolhe a melhor parte, que não lhe será tirada”

Duas constatações:

- “Nós sacrificamos continuamente, sem perceber, aquilo que é importante para correr atrás do que é simplesmente urgente, mas não importante.” (1) 

- “Nossa vida é uma corrida desenfreada atrás de mil coisas: sonhos, projetos, negócios, ocupações; somos Martas atarefadas que pensam fazer as coisas mais importantes do mundo e ao invés perdemos o tempo, fazemos coisas inúteis, nos agitamos por coisas que são urgentes e não importantes, por coisas que muitas vezes não acontecerão nunca” (2).

Um pensamento de Santo Agostinho:
Minha alma está inquieta, sempre estará, enquanto não encontrar seu repouso em Ti, ó Senhor”.

Uma reflexão sobre a necessidade de discernir entre o urgente e o necessário:

Viver é navegar, com o discernimento necessário,
Entre o que é importante e o que é urgente,
Com sábias escolhas para não naufragarmos
No mar vasto e complexo de múltiplas possibilidades.

Vivemos premidos pelo tempo que se esvai,
Muitas vezes, sem que o percebamos, velozmente,
Consumidos pelo muito a fazer, porque inadiável,
Sem saber exatamente por onde começar.

O que é de fato importante e o que é urgente?
O que não nos é permitido prorrogar, porque imperioso?
O que de fato deve nos consumir,
Com zelo, ardor e fervor, numa expressão de amor?

Não há tempo a perder! As horas são contadas.
Que densidade damos a cada hora que passa?
A cada hora que passa, que história foi escrita,
Para que não percamos a beleza de um desejável epílogo?

Viver é consagrar o que somos e o que temos,
Nem tanto pelo que é urgente, e sim importante
Para o consumar do que nos realiza como pessoas,
Sem estresse, desgastes inúteis, devorados por inquietações.

É tempo de revermos o caminho e escolhas feitas:
A Missa, a Oração, o silêncio serão para nós importantes
Ou, em nome de urgências incontáveis,
Imediatamente sacrificamos, adiamos, nos esvaziamos?

Não será o vazio, por muitos sentido,
Fruto desta escolha não bem feita,
O perder-se no emaranhado da escolha
Entre o importante e o urgente?

Encontrando-me com Ele, saberei discernir, com sabedoria,
O que de fato é importante, não necessariamente urgente,
Que me faz mais humano, menos estéril da Divina Semente,
Que abundantemente o Senhor lança em nossos corações.

Não concluo lúcido e propositalmente,
Porque agora tenho algo importante para fazer:
Recolher-me no mais profundo de mim mesmo
E encontrar-me com Ele, no silêncio...


(1)         O Verbo se faz carne – Reflexão sobre a Palavra de Deus – Anos A, B, C – Pe. Raniero Cantalamessa - OFM - Ed. Ave Maria - 2013 - p. 724.
(2)        Idem p.681 

Hospitalidade e acolhimento

                                                        

Hospitalidade e acolhimento

Celebramos, no dia 29 de julho, a Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro e somos enriquecidos pela passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,38-42), na qual encontramos um convite à reflexão sobre a hospitalidade e o acolhimento.

Esta passagem, em que Jesus visita a casa de Marta e Maria, não tem propósito para acentuar a oposição que se faz entre ação e contemplação, antes se trata de uma advertência para que não caiamos num ativismo desenfreado que nos esgote levando ao vazio, e nem tão pouco caiamos num espiritualismo sem compromissos concretos de solidariedade para com o próximo.

Vemos que o verdadeiro encontro com Jesus, acompanhado da escuta de Sua Palavra, dará o real sentido e vigor para nossa ação e missão.  

A “escuta” de Sua Palavra torna-se o ponto de partida e nos projeta para novos compromissos, coloca-nos em perfeita sintonia com a vontade de Deus.

É preciso que aprendamos e reaprendamos a sentar aos pés do Senhor, pois somente Ele tem Palavra de Vida Eterna.

É preciso dar tempo à Oração, ao silêncio e à escuta do que Deus tem a nos dizer: é preciso ter ouvidos e coração de Maria, e mãos de Marta, para que assim façamos melhor a vontade de Deus.

Escutar o Senhor nos reenvia diferenciados para a vida quotidiana, para o muito fazer.

Reflitamos:

- O que elas nos ensinam para que tenhamos maior fidelidade ao Senhor, no testemunho uma fé autêntica?
- Qual a acolhida que Deus encontra em nosso coração?

- Qual o tempo que dedicamos à escuta de Sua Palavra?
- Quanto que sou capaz de sofrer por amor à Igreja, completando em minha carne o que falta à Paixão de Cristo por amor a Sua Igreja?

Somente enraizados, vivificados n’Ele é que frutos de vida eterna produziremos (Jo 15). Somente com a linfa vital do Seu Amor é que tornaremos a vida mais bela e fraterna.

Importa que saibamos parar e nos assentar aos pés do Senhor para O acolhermos, e consequentemente a Sua Palavra, que nos renova e revigora, prolongando-a no quotidiano, pois somente assim celebraremos e viveremos uma autêntica Eucaristia.

“Colar de pérolas”

                                                       

“Colar de pérolas”

Passagem do Evangelho: Lc 10,38-42 – Marta recebeu Jesus em sua casa, mas Maria escolheu a melhor parte...

Um comentário:

“Só uma coisa é necessária: o amor a Deus, a santidade pessoal. Quando Cristo é o objetivo da nossa vida durante as vinte e quatro horas do dia, trabalhamos mais e melhor.

Este é o fio forte que – como num colar de pérolas finas – une todas as obras do dia; assim evitamos a vida dupla: uma para Deus e outra dedicada às tarefas no meio do mundo: às ocupações profissionais, à família, ao relacionamento com os amigos, ao descanso...” (1)

Reflexão:

Viver é como confeccionar um precioso colar de pérolas:
Quanto mais unidos ao Senhor e ao Mandamento que Ele nos deu, estivermos,
Mais pérolas, teremos a acrescentar em nosso colar pessoal,
Que não é para ser exposto, mas nos alcançará algo maior, a eternidade.

Viver cada amanhecer com o intuito de unir novas pérolas ao colar,
Empenhado em viver o amor a Deus sobre todas as coisas,
de todo o coração, de toda a alma, e de todo o entendimento,
e ao próximo como a si mesmo, como nos ensinou o Senhor.

Cada pérola se unirá a outras tantas, numa obra interminável.
E assim, pérolas da paciência vivida, serenidade jamais perdida,
Fé nas provações mais que revigorada pela escuta atenta do Senhor,
Sentado aos Seus pés, como Maria, assim o fez.

Cada pérola se unirá a outras tantas, numa obra interminável.
E pérolas da esperança, no coração renovadas, utopias reavivadas,
Porque esperança é o nome da utopia cristã, que não pode morrer,
Mas reaprender a esperançar, na espera de novo céu e nova terra.

Cada pérola se unirá a outras tantas, numa obra interminável.
Pérolas de caridade eterna e inflamável, que jamais se apaga.
Pérolas do fogo abrasador do amor, que nem rios poderão apagar,
Porque assistidos pelo fogo do Espírito, que nos aquece e ilumina.

Ainda que a realidade sociopolítica nos inquiete e nos desafie,
Jamais percamos a capacidade de sonhar, mas um sonhar
Que não nos dispense desta obra por Deus confiada:
Confeccionar nossos colares até o último suspiro!




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