segunda-feira, 29 de julho de 2024

Em poucas palavras...

 


“A escolha dos Doze...”

“O Senhor Jesus dotou a sua comunidade duma estrutura que permanecerá até ao pleno acabamento do Reino. Temos, antes de mais, a escolha dos Doze, com Pedro como chefe (Mc 3,14-15).

Representando as doze tribos de Israel (Mt 19,28; Lc 22,30), são as pedras do alicerce da nova Jerusalém (Ap 21,12-14).

Os Doze (Mc 6,7) e os outros discípulos (Lc 10,1-2) participam da missão de Cristo, do seu poder, mas também da sua sorte (Mt 10,25; Jo 15,20). Com todos estes atos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja.” (1)

 

(1)              Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 765

Em poucas palavras...

                                                        


“O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro...”

“O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis'. 'Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder’”.  (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – n.882

“Vinde desfraldar as velas da nossa fé”

                                                                 

“Vinde desfraldar as velas da nossa fé”

Senhor, Vós que nos prometestes: “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! (Mt 7,7), recorremos com toda a confiança, ainda que sem méritos.

Suplicamos o auxílio de Vossa misericórdia: vinde desfraldar as velas da nossa fé e do nosso testemunho, para que jamais esmoreçamos no árduo caminho a ser trilhado.

Suplicamos que venhais enchê-las com o sopro do Vosso Espírito, dando-nos vida, ardor, coragem, zelo na missão que nos confiastes, como Vossos discípulos missionários.

Suplicamos que venhais enchê-las com o sopro do Vosso Espírito, com os dons necessários: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, temor e piedade.

Suplicamos que venhais enchê-las com o sopro do Vosso Espírito, orientando-nos no caminho da proclamação de Vossa Palavra, num mundo sedento de amor, justiça e paz. Amém.



PS: Inspirado no “Tratado sobre a Santíssima Trindade”, do Bispo Santo Hilário (séc. IV).

“Pela misericórdia de Deus...”


“Pela misericórdia de Deus...”

Reflexão à luz da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 12,1-2);

“Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: Este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.”

Alguns verbos são expressivos nos ajudam a fortalecer nossos passos, neste itinerário de conversão que nos é proposto, de modo especial, no Tempo da Quaresma.

O Apóstolo exorta em nome da misericórdia divina, para que façamos progressos espirituais cada vez maiores.

Vejamos, portanto, os mencionados verbos:

1º – “a vos oferecerdes - urge que sejamos sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, pois nisto consiste o verdadeiro e frutuoso culto espiritual. Fazer da vida uma eterna e agradável oferenda a Deus, sobretudo colocando nossa vida no Cálice Sagrado do Senhor, configurados a Ele no Seu Mistério de Paixão e Morte, celebrando piedosa, ativa e frutuosamente a Sua Memória.

2º – “Não vos conformeis com o mundo – ou seja, não compactuar com a mentalidade do mundo, para que sal, luz e fermento sejamos, como bem nos falou o Senhor, nas passagens evangélicas, e próprio Apóstolo Paulo na Carta aos Filipenses, sobre ter os mesmos sentimentos de Jesus (Fl 2,5).

3º – “transformai-vos – implica viver em permanente atitude de conversão, para que melhora correspondamos aos desígnios de Deus, dando passos sucessivos na escala da perfeição e santidade.

4º – “renovando vossa maneira de pensar e julgar – a fim de que sejamos moldados pela mão de Deus, porque obras imperfeitas e inacabadas somos.

5º – “distinguir o que é a vontade de Deus” – discernir entre bem e o mal; a mentira e o ódio; o justo e desejável por Deus; o pecado e a graça; o que conduz à vida ou à morte; enfim, fazer o bom uso da liberdade de arbítrio, que por Ele nos foi concedida.

Reflitamos:

- Como estamos realizando a vontade de Deus?
- Como rezamos ao repetir as palavras que o Senhor nos ensinou, na “Oração do Pai Nosso”: – “Seja feita a Vossa vontade...”?

Concluindo, se necessário e possível, procurarmos o Sacramento da Penitência, para confessarmos nossos pecados. E absolvidos dos mesmos, iniciarmos um novo caminho, para bem celebrarmos a Páscoa do Senhor.


(1) Lecionário comentado – Tempo Quaresma e Páscoa – Editora Paulus – 2011 – p. 202 

A necessária coragem na travessia

 




A necessária coragem na travessia
 
Aquela noite, que pode ser a minha e a tua,
Quando o medo nos devora,
Por força dos ventos contrários
E agitações tantas do quotidiano.
 
Noite em que a caverna escura da humana existência
Revela toda sua fragilidade e incerteza,
Na necessária travessia para a outra margem,
Ao encontro dos santos sonhos e projetos;
 
Ele vem ao nosso encontro com ternura e serenidade,
Para nos libertar das amarras do medo e da falta de fé,
Querendo tão apenas que em Sua Palavra confiemos,
Para que também mesma ternura e serenidade sintamos:
 
“Coragem! Sou Eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27)
Suas divinas e santas palavras são para nós
Que, a exemplo de Pedro, em nós convivem
O medo e a coragem, em permanente duelo.
 
Sobre as tumultuosas águas do mar da vida,
É preciso que naveguemos, e com o Senhor,
Jamais naufragaremos, porque Ele é verdadeiramente
O Filho de Deus presente em nossa barca em travessia.
 
Por isto, uma súplica agora elevamos:
 
“Assim como estendestes Vosso olhar e divinas mãos
Naquela noite para Vosso Apóstolo,
Volvei para nós também, Senhor, Vosso olhar,
Estendei em todo o tempo as mesmas mãos.
 
Dai-nos coragem para a necessária travessia,
Sem jamais perdermos o horizonte da eternidade.
A felicidade na outra margem nos desafia.
Somente em Vossa Palavra, cremos de verdade. Amém.
 

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

                                                     

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

A Pastoral de Conjunto ou Pastoral Orgânica é fruto de um longo caminho, de modo especial, iniciado com a realização do Concílio Vaticano II, portanto, não se trata de uma nova pastoral a ser implantada na Igreja, nem uma Pastoral específica.

É muito mais uma nova mentalidade, um espírito novo que norteia a ação evangelizadora das dioceses, e com isto o esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios na ação evangelizadora.

Uma de suas preocupações é a promoção da unidade na Igreja, estabelecendo o alicerce da estrutura pastoral fundamentada numa espiritualidade de comunhão. Evidentemente que na busca da unidade não se trata de abafar a criatividade nem extinguir a ação do Espírito Santo.

É preciso que cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e objetivos específicos, coloque-se  em sintonia com as metas que a Igreja com um todo deseja alcançar.

A Pastoral de Conjunto não tem como objetivo a padronização das pastorais, tão pouco a desfiguração da  variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades.

Já em 1966, a CNBB elaborou o primeiro “Plano de Pastoral de Conjunto” (1966-1970), que propunha seis “linhas de trabalho”, atualmente conhecidas como “dimensões”: Dimensão Comunitária e Participativa; Dimensão Missionária; Dimensão Bíblico-Catequética; Dimensão Litúrgica; Dimensão Ecumênica do Diálogo Religioso; Dimensão Sócio-Transformadora. Atualmente falamos em urgências da Evangelização, como temos falado neste espaço.

O episcopado latino-americano (em Puebla – 1979) assim definiu a Pastoral de Conjunto: é a ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus.

Em 2007 (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe) reforça a necessidade de uma Pastoral Orgânica (n. 99, 169, 198, 371, 401):

A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. Ele deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa, de maneira que a variedade de carismas, ministérios, serviços e organizações se orientem no mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território...” (n. 169).

E ainda diz – “O Projeto Pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje com ‘indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades, e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos” (n. 371).

Com isto temos o fortalecimento dos Conselhos de Pastorais como instrumento articulador da evangelização; onde se estuda e se aplica os planos pastorais das dioceses; sem interpretações pessoais, subjetivismo e espontaneismo; não há lugar para o espírito de “grupismo”, isolamento.

Evidentemente que requer avaliação, planejamento, com a abertura da iluminação do Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Evangelização, porque um plano pastoral por mais perfeito que seja pode resultar em nada, se o espírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, o Bom Pastor, que vai ao encontro da ovelha perdida (Lc 15), numa Igreja verdadeiramente missionária e em “saída”, como nos diz o Papa Francisco.

Concluindo, reiteramos que a  “PASTORAL DE CONJUNTO” ou “PASTORAL ORGÂNICA” são nomes que damos ao esforço de todos os batizados, verdadeiros discípulos missionários do Senhor (papa, bispos, padres, religiosos/as, cristãos leigos/leigas, seminaristas...) que se colocam juntos, com carismas e dons próprios, o ministério a serviço do anúncio e do testemunho da Boa-Nova do Evangelho, que deve ser anunciado a todos os povos e em todos os lugares.

A travessia do mar tempestuoso

                                                                

A travessia do mar tempestuoso

“Coragem, sou Eu. Não tenhais medo!”
(Mt 14,27)

Vou singrar o mar tempestuoso deste mundo,
Até um dia alcançar o porto feliz da eternidade.
Enfrentando os ventos contrários que não são poucos,
E, por vezes, me fazem sentir o medo do naufrágio.

Vou singrar com a esperança da desejada vitória,
Revendo, retrospectivamente, o caminho feito,
As marcas deixadas...
Com a coragem de assumir os erros e os acertos.

Vou singrar o mar revoltoso, agitado pelas ondas,
Certo de que a calmaria há de vir no tempo oportuno,
Com a confiança na força da Palavra do Senhor, que Se faz presente,
E para quem todas as forças e poderes são submetidos.

Vou singrar olhando para o novo horizonte da história,
Sem me entregar aos aparentes sinais de derrota,
Com a fé no Cristo, glorioso e Ressuscitado,
Que me envolve com Sua presença, graça e ternura.

Vou singrar corajosamente o mar revoltoso do  mundo,
Sem reclamar das dificuldades e desafios surgidos,
Amparado, em todo o tempo, pela mão poderosa do Senhor
Sempre pronta, a quem estender em confiante súplica.

Navegarei de mar em mar, incansável e corajosamente,
Travessias necessárias e possíveis a serem realizadas
Fortalecido pela Palavra que dos lábios divinos emanam,
Saciado e revigorado pelo Pão recebido na mesa da Eucaristia.

Singrarei com a certeza de que não navegamos sós, mas
Com a presença de irmãos nesta nau que segue em frente,
Jamais à deriva, porque sabem em quem confiam:
“Coragem, sou Eu, não temais” (Mt 14,27).

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG