Natal: a Luz do Senhor brilhará radiante
“O povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz...”
Na proximidade da tão esperada Festa do Natal do Senhor, e também do início de um novo ano, voltemos nosso olhar para um momento significativo da missão de Jesus, retratado pelo evangelista Mateus e, anteriormente, anunciado pelo profeta Isaías: "Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz" (Mt 4, 15-16).
Esta Luz é o próprio Jesus que, ao Se encarnar no ventre de Maria, veio habitar e caminhar conosco, vivenciando a nossa condição concreta, igual a nós em tudo, exceto no pecado. Em Sua Encarnação, Deus Se faz visível, palpável, passível de tudo quanto possamos sentir, sobretudo nascendo num lugar real, com problemas e dificuldades, e habitado por um povo sofrido como ovelhas sem pastor.
A Luz, um dia anunciada, foi colocada em uma manjedoura, em meios aos pobres, animais e seus pastores, ao lado de José e Maria, nascido pela obra do Espírito Santo, que em Maria pousou e nos agraciou com Sua vinda ao mundo, ao fecundá-la para ser a mãe do Salvador.
Uma Luz que brilhou radiante, e nem mesmo a morte pôde eliminá-la, pois passando pela morte, mais tarde, brilhou eternamente na madrugada da Ressurreição.
E esta mesma Luz, o Sol Nascente, continua iluminando nossos caminhos, com raios que nos revigoram e não nos permitem curvar diante dos sinais de morte: maldade, mentira, mediocridade, corrupção, violação da vida ou de quaisquer outros sinais que atentem contra a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural.
Uma Luz que nos animará em mais um ano de caminhada pastoral, com zelo, amor e alegria, na ação evangelizadora, sempre lançando as redes em águas mais profundas, em atenção e confiança à Palavra que se fez Carne e habitou entre nós.
Esperamos que esta Luz ilumine os corações daqueles que dirigem nosso país e nossas cidades, no exercício de uma política em que não se vise os próprios interesses, a fim de que o povo tenha uma vida plena e feliz, com direitos sociais assegurados (alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer).
Iluminados por esta Luz não permitiremos que morra a esperança de que dias melhores haveremos de ver nascer, solidificando e nutrindo nossa fé com o Pão da Palavra e da Eucaristia, alimentos indispensáveis para os que se põem a caminho com Aquele que é o próprio Caminho, Verdade e Vida, Jesus, a fonte inesgotável de amor que vem ao nosso encontro em cada momento, num Natal que não se reduz a um acontecimento que ficou escrito na página da história.
O Natal do Senhor é um fato que acontece todos os dias, quando, conduzidos por Deus, permitimos que Ele entre em nossa história, e assim, na plena comunhão com Seu Amado Filho, pelo qual tudo foi criado e reconciliado, também somos assistidos e conduzidos com novo ardor, porque inflamados pelo Fogo do Seu Santo Espírito.
Seja a celebração do Natal do Senhor, o renascimento da alegria e da coragem para sermos incansáveis e alegres discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunhando Àquele que dá sentido ao nosso existir, porque nos ama, nos acompanha e nos concede a verdadeira e plena vida, alegria e paz e quanto mais necessitarmos.
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