quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

São João Apóstolo e Evangelista: o discípulo amado

                                                      



São João Apóstolo e Evangelista: o discípulo amado

Celebramos no dia 27 de dezembro a Festa de São João Apóstolo e Evangelista em plena oitava do Natal do Senhor.

Este foi quem na ceia repousou sobre o peito do Senhor, e a ele, como aos outros apóstolos foram revelados os segredos do Reino que se espalhou por toda a terra, com palavras de vida, como nos lembra a antífona da entrada da Missa de sua Festa.

A este Evangelista, Jesus se revela de forma mais íntima, manifestando-se a ele como o Filho de Deus feito homem.

João era filho de Zebedeu, rico pescador de Betsaida (Mc 1,20; Mt 4,18-22, Jo 1,44), e de Salomé, uma das mulheres que se puseram a serviço de Jesus e de seus apóstolos.

João foi provavelmente educado, como o irmão Tiago, em ambientes da seita dos zelotes  (Mc 3,17; Lc 9,53-56).

Antes de seguir Jesus era discípulo de João Batista (Jo 1,35-41), e foi encaminhado pelo próprio João Batista para seguir Jesus.

Do grupo dos apóstolos foi um dos mais ativos, e a quem o Senhor confiou o maior número de encargos e os mais íntimos segredos (Mt 17,1-8; Mc 13,3; Lc 22,8; Jo 13,23; Mt 26,37; Jo 19,26; 20;3).

Participou do Concílio de Jerusalém (Gl 2,9) e, exercendo longa vida apostólica, foi exilado na ilha de Patmos, ao tempo de Domiciano (Ap 1).

No centro do seu Evangelho apresentou a manifestação de Deus ao mundo na pessoa do Cristo: Jesus é Filho de Deus, e se apresenta como tal várias vezes como aquele que diz “Eu sou” de formas muito concretas e múltiplas.

A estas  manifestações João dá o nome de “testemunho” ou de “missão”, numa série de “sinais da glória de Deus”.

O mais importante destes realiza-se na “hora da glorificação de Cristo no Mistério Pascal”, e estes sinais perpetuam-se na vida da Igreja e nos Sacramentos da presença do Senhor.

João nos deixou suas Cartas na Sagrada Escritura, que prolongam o ensinamento de seu Evangelho: Deus que é “Amor e luz”, os deveres cristãos derivados da caridade e as precauções contra o pecado, e outros temas fundamentais.

O Livro do Apocalipse, também seu,  é essencialmente uma meditação sobre o significado da história, redigida segundo um gênero literário muito usado no mundo hebraico, com o intuito de fortalecer a fé cristã exposta a perseguições: Cristo já venceu o mundo e Satanás; os que participam dos sofrimentos de Cristo participarão também do seu triunfo. Com Jesus, o Princípio e o Fim, o vencedor, também seus seguidores o serão, na fidelidade e coragem ao viver a fé no testemunho quotidiano (1).

Como vemos, é notável a participação deste Apóstolo e Evangelista no Mistério da Encarnação do Verbo, e sua missão Redentora de toda a humanidade.

Teve a graça de ver, ouvir e tocar o Salvador, como ele mesmo nos diz em sua Primeira Carta – “o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1,1).

Como Apóstolo e Evangelista conviveu com o próprio Jesus, e com Ele se manteve fiel até o fim, aos pés da cruz, e foi testemunha de Sua Ressurreição como vemos nos Evangelhos.

Oremos:

“Ó Deus todo-poderoso, nós vos pedimos que o Verbo feito Carne, que São João anunciou com seu Evangelho, habite sempre entre nós por este  Mistério que celebramos. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém” (2)


(1)Fonte de pesquisa: Missal Quotidiano – Editora Paulus – p. 1838
(2) Oração depois da Comunhão da Missa da Festa de São João Apóstolo e Evangelista

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