quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

No labirinto das ideias

                                                

No labirinto das ideias

Quando um ano termina costuma-se fazer retrospectivas, relembrando fatos vivenciados, alegres ou tristes, angustiantes ou esperançosos.

Fatos que expressaram a beleza da vida ou a sua violação; sonhos esperados e realizados ou em pesadelos transformados e dos quais não se poderá jamais acordar.

Assim é a história, um misto de fatos memoráveis pela beleza neles contidas, ou fatos que não nos causam alegria alguma em recordá-los, porque deixaram marcas, cicatrizes para sempre.

Findar um ano é como entrar no labirinto das ideias, tanto pessoais como coletivas, e ver por onde se escreveu as linhas da história.

Procuramos saídas das trevas por que possamos viver, ou que momentaneamente nos encontrarmos, em busca da luz para iluminar caminhos, decisões, escolhas, reconciliações, realizações.

Procuramos saídas para nos libertarmos de mentiras que se multiplicam, em busca da verdade que nos fazem verdadeiramente livres, e de modo especial a Verdade do Evangelho, que é o próprio Jesus – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32)

No labirinto das ideias, procuramos saídas para a morte de múltiplas expressões, que duela ceifando a vida por vezes tão frágil, tão indefesa, como vemos em atentados suicidas, guerras prolongadas, destruições abomináveis de crianças e suas famílias.

Procuramos saídas para não nos perdermos no emaranhado do sentimento devorador do ódio, com seus frutos amargos que roubam a beleza e sacralidade da vida, e maculam o olhar para o outro como templo de Deus, porque d’Ele feitos imagem e semelhança.

Procuramos a saída para o amor, e esta somente a encontraremos quando fizermos o mergulho mais profundo, que ultrapassa a mente e os limites da racionalidade, porque se mergulha no coração, onde descobrimos a presença d’Aquele que em nós fez Sua morada.

No labirinto das ideias, podemos nos perder no caminho da escuridão, mentira, morte, ódio ou, incansavelmente, sermos guiados pelo Espírito, caminhando com Aquele que Se fez Deus conosco, para nos revelar a face de Seu Pai Eterno de Amor, Jesus.

Assim encontraremos não somente a saída, mas o melhor caminho para relações mais humanas e fraternas, marcadas pela luz, verdade, vida e amor.


PS: Fonte inspiradora (1 Jo 2,3-11)

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG