A família no Plano de Deus
“E o Menino crescia e se tornava robusto
e enchia-Se de sabedoria. E a graça
A cena: O quarto Mistério gozoso – Apresentação de Jesus no templo e a purificação de Maria (Lc 2,22-40).
Os pais de Jesus levam o Menino Jesus ao templo e O oferecem ao Senhor, de acordo com as prescrições da Lei do Antigo Testamento.
O Menino Deus já era entregue para o pleno cumprimento da vontade do Seu Pai.
Pela ação do Espírito Santo, dois anciãos (Simeão e Ana) veem realizadas suas esperanças de salvação, profetizam e anunciam Jesus como Luz nas nações.
Maria e José, na escuridão da fé, caminham de surpresa em surpresa, sempre abertos para a vontade de Deus, ouvindo, meditando e guardando tudo no coração.
Para que continuemos a reflexão sobre um acontecimento tão expressivo para nossa fé, ofereço ao leitor um pequeno comentário do Missal Cotidiano Dominical e Ferial (p.184):
“O Filho de Deus nasceu como os outros: esteve no seio de uma mulher e formou-Se nele como as outras crianças.
Durante os anos da chamada ‘vida oculta,’ o período mais longo da Sua existência terrena, Jesus foi crescendo ao ritmo das outras crianças e em condições semelhantes às suas, numa família que, aparentemente, em nada se distinguia das outras.
Recebeu dos Seus pais e do Seu meio ambiente uma educação comparável em todos os aspectos e em todos os campos, à do resto dos jovens de Nazaré.
Com eles, aprendeu, a partir dos Seus primeiros balbucios, as palavras da língua em que, anos mais tarde, haveria de anunciar a Boa Notícia e revelar os segredos do Pai.
Como as outras crianças, foi aprendendo progressivamente e por experiência própria, as dificuldades e as alegrias da vida quotidiana, das quais dão testemunho de maneira especial os exemplos e as comparações usadas nas Suas Parábolas.
Aprendendo com os pais e observando à Sua volta, foi ponderando o valor humano e o peso de eternidade das coisas mais simples, aparentemente insignificantes ou triviais.
E viveu santificando-as antes de ensinar que a fidelidade com as quais se assumem terá a sua recompensa independentemente de qualquer mérito”.
Foi numa família real que o Verbo Se fez Carne; cresceu não apenas em tamanho, força, mas também na sabedoria e graça diante de Deus.
A família, em todo tempo:
- Espaço fundamental para que os filhos aprendam os valores que devem nortear a vida toda (amor, liberdade, fidelidade, justiça, respeito...);
- Imprescindível para que se forme a pessoa, para que esta possa inserir-se na sociedade como um todo, vivendo e estabelecendo relações humanas, justas e fraternas.
E a família que professa a fé no Senhor:
- Como uma pequenina Igreja doméstica, é o espaço vital em que se aprende a viver as virtudes divinas: fé, esperança e caridade, que devem orientar todo nosso viver.
- Todos ao que dela fazem parte devem se revestir de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo (Cl 3, 12-21), dando suporte uns aos outros, no diálogo, na compreensão, no perdão; vivendo a caridade que é o vínculo da perfeição;
- O quanto possível, se encontrar com outras famílias, formando pequenos grupos de reflexão, para que não fiquemos isolados, mas criemos e fortaleçamos os elos de comunhão, fraternidade, solidariedade e mútua ajuda, para que todos cresçamos;
- Criar momentos do encontro para reflexão e Oração em comum, sem jamais se desligar da vida da comunidade, ao celebrar e prolongar o Mistério da Ceia Eucarística, iluminados pela Palavra Divina proclamada.
Celebrando a Festa da Sagrada Família, tenhamos a graça de aprender e viver as mais belas e divinas lições que ela nos oferece, e assim, imitando suas virtudes, possamos viver com ela na eternidade. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário