Advento: o Senhor é a fonte de nossa alegria
A Liturgia, da segunda-feira da 2ª Semana do Tempo do Advento, nos convida à alegria, sobretudo porque se aproxima uma das maiores Festas do cristianismo: o Natal do Senhor.
A alegria pela libertação chegou e a esperança está acesa: “Alegrai-vos no Senhor...” é o refrão que sentimos ressoar no mais profundo de nossa alma, iluminados pela passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 35,1-10).
O Profeta Isaías tem uma única intenção: despertar a esperança e a confiança dos exilados.
Nada de desânimo, nada de covardia, nada de abaixar os braços, pois Deus vem para salvar e libertar o Seu povo... O profeta é aquele que planta no mais profundo de quem precisa a semente da esperança que se concretiza na confiança e na coragem de lutar, no empenho do bom combate da fé.
O Profeta, como portador da Palavra de Deus, é aquela voz que nos acompanha, nos fortalece no irrenunciável empenho com o Projeto libertador de Deus que é a ação de gerar vida em abundância.
O Profeta assume a história de seu povo, coloca-se com ele em marcha, da escravidão para a liberdade, olhando o mundo com o olhar da esperança, levando todos a abandonar os óculos escuros do desespero.
Urge que acolhamos, como os Profetas, a proposta libertadora de Deus em nossa vida, remando contra a maré das ideias dominantes, nem sempre coincidentes com o pensamento divino. Deste modo, o profeta olha o mundo com os olhos de Deus para testemunhar com fidelidade, confiança e esperança em todas as circunstâncias e em todos os momentos.
Com os profetas, e também com o Apóstolo São Tiago, no Novo Testamento (Tg 5,7-10), vemos que a alegria de Deus não nos dispensa de compromissos, empenhos, embates, passos largos a serem dados em busca de horizontes inéditos, como que reconstruindo o paraíso que foi manchado pelo pecado.
São Tiago nos exorta à paciência e ao olhar de fé, que deve ser renovado quotidianamente em cada Banquete da Eucaristia celebrado, a fim de que a alegria e a esperança invadam nosso coração.
Ele nos ensina que é sempre tempo de reavivar a confiança e a paciência na espera do Senhor que veio, vem e virá. Recuperar e jamais perder os valores cristãos autênticos e cultivar a paciência, até que ocorra a intervenção final de Deus na história: confiar do Senhor não é sinônimo de cruzar os braços.
Cada dia é tempo para reconstruir o paraíso, não como saudade estéril, mas como esperança e confiança frutuosa.
Assim compreendemos a ação de Jesus, que veio ao nosso encontro para que os desesperados recuperassem a esperança, os surdos voltassem a escutar a Palavra, os cegos enxergassem um novo horizonte além do sol poente; os coxos reconquistassem a liberdade; os pobres se abrissem para a solidariedade e o amor de Deus.
Num mundo marcado pela mentira e fingimento, urge a necessidade da sinceridade, como nos motiva o testemunho de João Batista que exerce sua missão com fidelidade, sinceridade e sem medo.
Com Isaías, João Batista e todos os profetas, aprendemos uma salutar lição: a força divina começa no exato momento em que reconhecemos a nossa fragilidade e nos abrimos à manifestação de Deus, à ação de Sua graça e abertura para o Seu perdão.
Somente deste modo a alegria e a esperança invadirão e transbordarão em nosso coração: “irromperá no coração dos que creem a alegria da luz do Natal!”.
Reflitamos:
- Num mundo marcado pela depressão, tristeza, dor, como ser sinal de alegria?
- Onde e quando precisamos ser profetas da alegria, portadores de uma Palavra que renova, revigora, refaz forças na construção do Reino de Deus?
- Qual o caminho verdadeiro para expor nossas dúvidas com toda sinceridade diante de Deus e com quem convivemos?
Preparemos o Natal para que vivamos uma vida cristã mais autêntica e a alegria verdadeira será mais que desejável em nosso coração; será transbordamento, porque edificada sobre o fundamento e fonte da verdadeira alegria: Jesus!
PS: Aos que estiverem enfraquecidos, desanimados... Convido que retome e leia o Livro do Profeta Isaías capítulo 35.
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