“Senhor, suplico Vosso perdão!”
A Liturgia da Palavra, da segunda-feira da 2ª Semana do Advento, nos apresenta a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 5, 17-26), em que Jesus cura e perdoa os pecados de um paralítico.
Trata-se de um convite para que reflitamos sobre o poder que Jesus tem, não somente de perdoar os pecados da humanidade, bem como de libertá-la das possíveis paralisias físicas, e também de outras com maiores consequências: a paralisia espiritual.
Jesus é a manifestação da misericórdia de Deus que pode ser experimentada de diversos modos, e um deles é através do Sacramento da Penitência, com uma sincera, válida, e frutuosa confissão junto a um Presbítero da Igreja.
Há aqueles que não gostam de se confessar, por vezes pela dificuldade de como e o que confessar.
Evidentemente, que podemos confessar diretamente com Deus, mas não podemos prescindir e ignorar a forma salutar da confissão individual; quando o penitente reconhece a sua miséria, com seus limites e imperfeições, e curva-se diante da misericórdia de Deus.
Confessar é no mínimo um ato de humildade e de coragem; de colocar-se diante de si mesmo, do outro e de Deus, numa abertura necessária para reconhecer os pecados cometidos, as faltas que possam ter prejudicado os relacionamentos com o outro e com Deus.
Quanto ao paralítico curado, pensemos nas múltiplas manifestações de paralisias das quais podemos estar acometidos.
Lembremo-nos também de tantos que, pelas dificuldades enfrentadas, e a maior dela, a morte de um ente querido, são levados até mesmo à perda do sentido e da razão de viver.
Lembremo-nos também de tantos que, pelas dificuldades enfrentadas, e a maior dela, a morte de um ente querido, são levados até mesmo à perda do sentido e da razão de viver.
A falta de perdão, dado ou recebido, paralisa relacionamentos, congela-os, quando não os aniquila, mata.
Não podemos paralisar nem mesmo diante da morte de um ente querido, ainda que esposo/esposa, mãe/pai, filho/filha, irmão/irmã, e mesmo um amigo que tenhamos apreço como a um irmão.
Os Apóstolos não ficaram paralisados diante da morte de Jesus, ao contrário, fazendo a experiência de Sua Ressurreição, contemplando Sua nova presença, redimensionaram e reorientaram os passos da Igreja nascente.
A fé na Ressurreição, a força do Ressuscitado rompe as portas fechadas do medo que nos paralisa, fragiliza, e nos faz sucumbir em possíveis mediocridades dos recuos.
Há uma forma de paralisia que brota da ausência do perdão, matando amizades, amores, convivências, lares, projetos, sonhos, conquistas...
Medito sobre a misericórdia de Deus e a nossa realidade incontestável de pecadores que somos, assim como sobre as paralisias que precisamos nos libertar.
Oremos:
Ó Deus, fonte de Misericórdia,
Suplico o Vosso divino perdão,
Reconhecendo meus pecados:
atos, pensamentos, palavras e omissão.
Coloco-me em Vossas mãos,
Para que a Vossa misericórdia penetre as fibras mais íntimas do meu ser.
Renovai-me, Senhor, revesti-me com Vosso Amor.
Fazei-me uma nova criatura, para a Vossa imagem melhor refletir.
Libertai-me, Senhor, de toda e qualquer paralisia,
Que me impeça sinceros compromissos com o Vosso Reino.
Ressoe Vossa Palavra no mais profundo de mim,
Para que a vocação profética do Batismo se reacenda.
Alegrai-me em ser Vossa presença, Vossa voz,
A tantos que precisam de Vossa Palavra ouvir.
Quero tão apenas, Senhor, por Vós ser perdoado e liberto.
E a quem precisar, ser um sinal de Vossa misericórdia e poder.
Amém!
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