domingo, 28 de maio de 2023

Invoquemos os Dons do Espírito Santo (Pentecostes)

Invoquemos os Dons do Espírito Santo

Senhor, dai-nos o dom da SABEDORIA, para que aprendamos e nos comprometamos decididamente com um Projeto de vida e paz, e assim sejamos iluminados para governar nossa vida segundo os desígnios divinos, revelados pelos sagrados Mandamentos,  sentindo e dando gosto de Deus à vida.

Dai-nos, o dom do ENTENDIMENTO para discernir o que é justo e bom, sem ilusões e erros, de modo que nossos pensamentos e sentimentos e ações se tornem a expressão do viver para Deus, que conosco sempre estais, jamais nos desamparando.

Senhor, dai-nos o dom do CONSELHO, para que nos empenhemos na correspondência à vossa vontade, vivendo e ensinando sagrados valores com sinceridade, pureza e retidão de coração, participando da realização do plano divino de salvação, na mais perfeita sintonia entre o que celebramos e vivemos, jamais separando a fé da vida quotidiana.

Sejamos enriquecidos pelo dom da FORTALEZA, e cumulados da graça divina, intensificando e aprofundando nossos momentos de intimidade Convosco, na oração, mas de modo especialíssimo no sublime Sacramento da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã; vivendo com fidelidade o Mandamento do Amor, que se expressa concretamente no amor ao próximo; testemunhando a fé, com serenidade e firmeza.

Senhor, agraciados pelo o dom da CIÊNCIA, busquemos o conhecimento pleno da verdade do Evangelho do Reino, com docilidade ao Espírito nas mais diversas situações, agradáveis ou não, favoráveis ou adversas, sem lamentações estéreis, mas com olhar e compromisso renovados, porque acompanhados da fina flor da esperança.

Renove em nós o dom da PIEDADE, para que correspondamos ao Vosso amor, numa profunda comunhão Convosco, acompanhado de maior fidelidade às Sagradas Escrituras, tornando-nos mais fraternos e solidários, comprometidos com a promoção da justiça e da paz, para que misericordiosos como o Pai o sejamos.

Finalmente, Senhor, com dom do TEMOR, solidifiquemos nossa relação filial convosco, adorando-Vos em espírito e verdade, buscando, em primeiro lugar, o Seu Reino e a Sua justiça, e assim, tudo mais nos será acrescentado. Amém.

Pentecostes: O inextinguível Fogo do Espírito! (Pentecostes)

Pentecostes: O inextinguível Fogo do Espírito!

Espírito Santo: Fogo que ilumina,
vento que purifica, Amor que cria Comunhão.

A Festa de Pentecostes era no Antigo Testamento (séc. I a.C) a comemoração dos 50 dias após a Páscoa, quando Moisés recebeu o Decálogo, os Dez Mandamentos Divinos.

Muito antes, uma festa agrícola na qual se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo.

No Novo Testamento, 50 dias após a Ressurreição, o Espírito vem sobre os Apóstolos comunicando a Nova Lei, A Lei do Amor.

Celebramos na Festa de Pentecostes o nascimento da Igreja no Mistério do Coração trespassado de Jesus, e deste mesmo Coração nos vem o Alimento Salutar: A Eucaristia.

Não somente somos alimentados pela Eucaristia, mas somos assistidos pelo Espírito que também nela Se encontra.

Se na Páscoa se dá o nosso Batismo, recebendo o Espírito em Pentecostes se dá o nosso Crisma.

Quando somos enriquecidos imensuravelmente com a plenitude dos Dons do Espírito Santo.

Dons recebidos e derramados sobre todos, de modo que não há  relação de dominação e monopólio do Espírito, muito menos ainda relações de superioridade e inferioridade.

Sendo o Espírito dispensador de todos os Dons, cada pessoa tem a sua importância.

Todos os Dons procedem de Deus e estão a serviço da comunidade.

Sem o Espírito Santo não há Igreja, Liturgia, Palavra e Missão como nos disse o Patriarca Atenágoras, um autor da Igreja.

Com o Espírito Santo nossos medos são afastados; revigora-se nossa coragem.

Não há lugar para covardia e omissão; e os horizontes da Missão são alargados.

Nosso mutismo se rompe num alegre anúncio, a chama da audácia profética é reacesa em nossos corações e, renascidos pelo Sopro do Espírito, sonhamos um Mundo Novo; o aparentemente inatingível se torna possível, crível, exequível.

O mundo precisa deixar de ser uma Babel (onde as pessoas não se entendem), e tornar-se uma Nova Jerusalém, a Cidade da Paz!

Lá fora o mundo nos espera... É preciso manifestar a Ação do Espírito, como fogo para abrasar e aquecer os corações.

Como vento para varrer a maldade e iniquidade, revelando a Onipotência Divina com a Linguagem de Seu Amor.

Lá fora o mundo precisa aprender a língua universal, a Língua do Amor, a Língua do Espírito.

Deus é Amor e somente quem ama permanece em Deus. O não amor condena-nos, inexoravalmente, ao analfabetismo pior: o nada entender das coisas de Deus, não saber ler Suas linhas na História da Humanidade.

Sendo, da humanidade, o desejo mais profundo de amar e ser amado, eis a Missão da Igreja:

Com a Força, o Sopro e Ação do Espírito ensinar e reaprender sempre a Linguagem do Amor.

“A Igreja que evangeliza se evangeliza” nos disse o Papa São Paulo VI, em memorável Documento da Igreja.

E como disse Santo Agostinho: “que nas coisas certas haja a unidade, nas duvidosas, a liberdade, mas acima de tudo e em tudo a caridade”.

Concluindo, Pentecostes é a Festa do Nascimento da Igreja, do  reaprendizado da Linguagem do Amor, da acolhida do Espírito e da riqueza dos Dons, profusamente, sobre a Igreja derramados.

Exultemos de alegria por sermos Igreja, mais ainda por contarmos com o Paráclito que nos defende, consola, ilumina, aconselha, fortalece, santifica...

Com Pentecostes a Igreja nunca mais conhecerá
o ocaso de sua Missão, até que Ele venha,
com a força do Espírito, na fidelidade ao
Projeto de Deus Pai.

Pentecostes: O Espírito Santo de Deus nos foi enviado (Pentecostes) (Homilia Ano B)

Pentecostes: O Espírito Santo de Deus nos foi enviado 

“Assim como o Pai Me enviou, também
Eu vos envio a vós. Recebei o Espírito Santo” 

Com a Solenidade de Pentecostes, celebraremos o nascimento da Igreja e acolhida do Espírito Santo para acompanhá-la, conduzi-la e assisti-la em sua missão. 

O Espírito Santo é o Dom dado por Deus a todos que creem, comunicando vida, renovação, transformação, possibilitando o nascimento do Homem Novo e a formação da Comunidade Eclesial – a Igreja. 

Com a Sua presença a Igreja testemunha a vida e a vitória do Ressuscitado, nisto consiste a missão da comunidade: realizar com a presença e ação do Espírito Santo, que é a fonte de todos os dons, colocando-os a serviço de todos e não para benefício pessoal. 

Lucas, na passagem da primeira Leitura (At 2,1-11), nos apresenta a comunidade que nasce do Ressuscitado, que é assistida pelo Espírito Santo e chamada a testemunhar a todos os povos o Projeto Libertador do Pai. 

A Festa de Pentecostes que antes era uma festa agrícola (colheita da cevada e do trigo), a colheita dos primeiros frutos, ganhou novo sentido, tornou-se a festa histórica da celebração da Aliança, da acolhida do dom da Lei no Sinai e a Constituição do Povo de Deus. Mas, o mais belo e verdadeiro sentido é a celebração da acolhida do Espírito Santo. 

Contemplemos o grande Pentecostes cinquenta dias após a Páscoa. O Espírito é apresentado em forma de língua de fogo, que consiste na linguagem do amor. Verdadeiramente a linguagem do Espírito é o amor que torna possível a comunhão universal. 

Caberá à comunidade construir a anti-Babel, a humanidade nova, que pauta a existência pela ação do Espírito Santo que reside no coração de todos como Lei suprema, como fonte de amor e de liberdade. 

Reflitamos:

- Somos uma comunidade do Ressuscitado?

- Nossa comunidade é marcada por relações de amor e partilha?

- Empenhamo-nos em aprender a língua do Espírito, a linguagem do Amor? 

- Qual é o espaço do Espírito Santo em nossas comunidades?

- Temos sido renovados pelo Espírito, orientando e animando nossa vida por Sua ação e manifestação?

- Somos uma comunidade que vive a unidade na diversidade, com liberdade e respeito? 

Na passagem da segunda Leitura (1 Cor 12, 3-b-7.12-13), o Apóstolo nos fala de uma comunidade viva, fervorosa, mas com partidos, divisões e rivalidades entre os seus membros, e até mesmo certa hierarquia de categoria de cristãos. 

Também aponta à importância da diversidade dos carismas. Porém, um só é o Senhor, um só é o Espírito do qual todos os dons procedem. 

Insiste na unidade da comunidade como um corpo, onde todos têm sua importância, sua participação, cientes de que é a ação do Espírito que dá vida ao Corpo de Cristo, fomenta a coesão, dinamiza a fraternidade e é fonte da verdadeira unidade. 

Afasta-se com isto toda possibilidade de prepotência e autoritarismo dentro da Igreja: 

"O dom do Espírito habilita o crente batizado a colocar as suas qualidades e aptidões ao serviço do crescimento e da vitalidade da Igreja. 

Ninguém é inútil e estéril na Igreja quando se deixa guiar pelo Espírito de Deus que atua para o bem de todos. 

O único obstáculo à ação vivificadora do Espírito é a tendência a considerar os seus dons como um direito de propriedade e não um compromisso ao serviço e à partilha recíproca”. (1) 

Reflitamos: 

- Verdadeiramente, o Espírito Santo é o grande Protagonista da ação evangelizadora da Igreja?

- Colocamos com alegria os dons que possuímos a serviço do bem da comunidade e não a serviço próprio? 

Na passagem do Evangelho (Jo 20,19-23), o Evangelista nos apresenta a manifestação do Ressuscitado e a Sua presença que enriquece a Igreja reunida com o dom da paz, da alegria e do Espírito Santo para gerar relações de perdão que cria a humanidade nova. 

Deste modo, a comunidade deve romper os medos, as incertezas, as inseguranças, pois o Ressuscitado entra, mesmo que as portas estejam fechadas. Nada pode impedir a Sua ação, coloca-se no centro, pois somente Ele deve ser o centro de nossa vida e de nossa comunidade. 

E ainda mais: não adoramos um Deus em que as Chagas Dolorosas tiveram a última palavra, mas adoramos ao Deus das Chagas Vitoriosas do Ressuscitado. A vida venceu a morte, e n’Ele e com Ele somos mais que vencedores (Rm 8,37-39). 

Contemplemos as maravilhas de Deus, que são inesgotáveis e indizíveis: 

- podemos contar com a ação e o sopro do Espírito Santo, com Sua força e defesa em nossa missão evangelizadora; 

- a presença do sopro rejuvenescedor do Espírito Santo, que não permite o envelhecimento e a perda da vitalidade da Igreja por Cristo fundada, e por amor, continuamente, na Eucaristia alimentada; 

- confia-nos a continuidade da graça da missão do Ressuscitado, com a força do Espírito, como Suas autênticas testemunhas; 

- a graça de participarmos dos Mistérios Sagrados da Igreja, que aos poucos se nos revelam como maravilhoso Mistério incandescente; Mistério da presença da Chama viva de Amor revelada pelo Espírito Santo de Deus. 

Embora não tenhamos visto Jesus Ressuscitado, nem O tenhamos tocado, n’Ele cremos, Sua Palavra anunciamos, em Sua Vida e presença em nosso meio acreditamos, a força e a vida nova do Espírito continuamente experimentamos e testemunhamos. 

Celebremos, exultantes, a Solenidade de Pentecostes, de modo que a alegria divina transbordará em nosso coração, e nosso coração será inflamado do Seu Amor; 

Alegremo-nos e exultemos no Senhor Ressuscitado, que nos comunica o Seu Espírito para maior fidelidade ao Projeto de vida e de Amor do Pai.


(1) Lecionário comentado – Tempo da Páscoa - p.660. 

Pentecostes: O Espírito Santo de Deus nos foi enviado (2) (Pentecostes)(18/05)

 


Pentecostes: O Espírito Santo de Deus nos foi enviado 

 

“Assim como o Pai Me enviou, também

Eu vos envio a vós. Recebei o Espírito Santo” (cf. Jo 20,21)

Com a Solenidade de Pentecostes, celebramos o nascimento da Igreja e acolhida do Espírito Santo para acompanhá-la, conduzi-la e assisti-la em sua missão, de forma sinodal, caminhando sempre juntos, a serviço do Reino, compromisso com a nova Jerusalém.

A passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-11) nos apresenta a comunidade que nasce do Ressuscitado, que é assistida pelo Espírito Santo e chamada a testemunhar a todos os povos o Projeto Libertador do Pai. 

Contemplemos o grande Pentecostes cinquenta dias após a Páscoa. O Espírito é apresentado em forma de língua de fogo, que consiste na linguagem do amor, a linguagem universal. 

A Festa de Pentecostes, que antes era uma festa agrícola (colheita da cevada e do trigo), a colheita dos primeiros frutos, ganhou novo sentido, tornou-se a festa histórica da celebração da Aliança, da acolhida do dom da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus. Mas, o mais belo e verdadeiro sentido é a celebração da acolhida do Espírito Santo, que é o Dom dado por Deus a todos que creem, comunicando vida.

Deste modo, é missão da Comunidade no testemunho de Cristo Ressuscitado, na fidelidade ao Pai, com a presença e ação do Espírito Santo, construir a antiBabel, comprometidos com a nova Jerusalém, movidos pela Lei suprema, como fonte de amor e de liberdade, comunhão, diálogo, fraternidade e paz.

Que a alegria da Solenidade de Pentecostes seja o transbordamento da alegria divina, pela presença e ação do Espírito Santo, que inflama nosso coração com Seu amor, ilumina nossos caminhos com Seus raios, e nos cumula de todos os dons na ação evangelizadora. Amém. Aleluia!

 

Enviai, Senhor, o Vosso Espírito (Pentecostes)

Enviai, Senhor, o Vosso Espírito

Sejamos enriquecidos pelo “Tratado contra as heresias”, escrito pelo Bispo Santo Irineu (Séc. II), para bem celebrarmos a Solenidade de Pentecostes.

“Ao dar a Seus discípulos poder para que fizessem os homens renascer em Deus, o Senhor lhes disse: Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19).

Deus prometera, por meio dos Profetas, que nos últimos tempos derramaria o Seu Espírito sobre os Seus servos e servas para que recebessem o dom da profecia. Por isso, o Espírito Santo desceu sobre o Filho de Deus, que Se fez Filho do homem, habituando-Se com Ele a conviver com o gênero humano, a repousar sobre os homens e a morar na criatura de Deus. Assim renovava os homens segundo a vontade do Pai, fazendo-os passar da sua antiga condição para a vida nova em Cristo.

São Lucas nos diz que esse Espírito, depois da ascensão do Senhor, desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, com o poder de dar a vida nova a todos os povos e de fazê-los participar da Nova Aliança. Eis por que, naquele dia, todas as línguas se uniram no mesmo louvor de Deus, enquanto o Espírito congregava na unidade as raças mais diferentes e oferecia ao Pai as primícias de todas as nações.

Foi por isso que o Senhor prometeu enviar o Paráclito, que os tornaria capazes de receber a Deus. Assim como a farinha seca não pode, sem água, tornar-se uma só massa nem um só pão, nós também, que somos muitos, não poderíamos transformar-nos num só corpo, em Cristo Jesus, sem a água que vem do céu. E assim como a terra árida não produz fruto se não for regada, também nós, que éramos antes como uma árvore ressequida, jamais daríamos frutos de vida, sem a chuva da graça enviada do alto.

Com efeito, nossos corpos receberam, pela água do Batismo, aquela unidade que os torna incorruptíveis; nossas almas, porém, a receberam pelo Espírito.
O Espírito de Deus desceu sobre o Senhor como Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência e de temor de Deus (Is 11,2). É este mesmo Espírito que o Senhor por Sua vez deu à Igreja, enviando do céu o Paráclito sobre toda a terra, daquele céu de onde também Satanás caiu como um relâmpago (cf. Lc 10,18).

Por esse motivo, temos necessidade deste orvalho da graça de Deus para darmos fruto e não sermos lançados ao fogo, e para que também tenhamos um Defensor onde temos um acusador. Pois o Senhor confiou ao Espírito Santo o cuidado da Sua criatura, daquele homem que caíra nas mãos dos ladrões e a quem Ele, cheio de compaixão, enfaixou as feridas e deu dois denários reais. Tendo assim recebido pelo Espírito a imagem e a inscrição do Pai e do Filho, façamos frutificar os dons que nos foram confiados e os restituamos multiplicados ao Senhor”.

Em todo instante, é sempre necessário invocarmos a assistência do Espírito Santo para nos conduzir, iluminar, assistir, fortalecer, e quanto mais precisarmos.

Bem afirmou o Bispo sobre Sua presença, pois sem Ele, seríamos como farinha seca, e jamais nos tornaríamos pão; ou como terra árida, jamais produziríamos frutos.

Supliquemos, portanto, a vinda do Espírito Santo.

Oremos:

“Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que o Mistério Pascal se completasse durante cinquenta dias, até à vinda do Espírito Santo. Fazei que todas as nações dispersas pela terra, na diversidade de suas línguas, se unam no louvor do Vosso nome. Por N.S.J.C. Amém”.

Pentecostes: a chama do amor crepita em nosso coração (Pentecostes)


Pentecostes: a  chama do amor crepita em nosso coração

Celebrando a Solenidade de Pentecostes, a Festa do nascimento da Igreja, muito nos enriquece esta citação do Papa Bento XVI:

“No Pentecostes, o Espírito Santo manifesta-Se como fogo. A Sua chama desceu sobre os discípulos reunidos, acendeu-se neles e infundiu-lhes o novo ardor de Deus.

Realiza-se assim aquilo que o Senhor tinha predito: ‘Vim lançar fogo sobre a Terra; e como gostaria que ele já tivesse sido ateado!’ (Lc 12,49).

Juntamente com os fiéis das diversas comunidades, os Apóstolos levaram esta chama divina até aos extremos confins da terra: abriram assim um caminho para a humanidade, uma senda luminosa, e colaboraram com Deus que com o Seu fogo quer renovar a face da Terra.

Como é diferente este fogo, daquele das guerras e das bombas! Como é diverso o incêndio de Cristo, propagado pela Igreja, em relação aos que são acendidos pelos ditadores de todas as épocas, também do século passado, que atrás de si deixam terra queimada.

O fogo de Deus, o fogo do Espírito Santo, é aquele da sarça que ardia sem se consumir (Ex 3,2). É uma chama que arde, mas não destrói; aliás, ardendo faz emergir a parte melhor e mais verdadeira do homem, como numa fusão faz sobressair a sua forma interior, a sua vocação à verdade e ao amor.

...vale a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo! A dor que nos causa é necessária para nossa transformação. É a realidade da Cruz: não é por acaso que, na linguagem de Jesus o ‘fogo’ é, sobretudo, uma representação do Mistério da Cruz, sem o qual o cristianismo não existe.

Por isso, iluminados e confortados por estas palavras de vida, elevemos a nossa invocação: Vinde, Espírito Santo! Ateai em nós o fogo do Vosso amor!

Sabemos que esta é uma oração audaz, com a qual pedimos para ser tocados pela chama de Deus; mas sabemos, sobretudo, que esta chama – e só ela – tem o poder de nos salvar.

Para defender a nossa vida, não queremos perder a vida eterna que Deus nos quer conceder. Temos necessidade do fogo do Espírito Santo, porque só o Amor redime. Amém!”.

Oremos:

“Vinde, Espírito Santo!
Ateai em nós o fogo do Vosso amor!”,
Para que levemos este amor a quantos precisarem,
Pois o amor caminha de mãos dadas com a fidelidade.

“Vinde, Espírito Santo!
Ateai em nós o fogo do Vosso amor!”,
Para promover a justiça e a paz que se beijam,
Como tão bem expressou o salmista.

“Vinde, Espírito Santo!
Ateai em nós o fogo do Vosso amor!”,
Para nos empenharmos com a fidelidade que brotará da terra,
E a justiça que nos olhará do alto céu.

“Vinde, Espírito Santo!
Ateai em nós o fogo do Vosso amor!”
Dai a toda a humanidade tudo o que for bom,
E assim nossa terra produzirá seus frutos.

“Vinde, Espírito Santo!
Ateai em nós o fogo do Vosso amor!”,
Para que a justiça esteja sempre diante de nós,
E nossos passos marquem um novo caminho.
Amém. 


Um Caminho de fé antigo e sempre novo – Pregações para o ano Litúrgico – Ano C – Bento XVI - Editora Molokai – São Paulo - pp.438-439

Oração inspirada no Salmo 85

Senhor, com o Vosso Espírito (Pentecostes - vídeo)


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