domingo, 14 de maio de 2023

Minha Mãe não foi...

Minha Mãe não foi...

Minha mãe que na Glória está,
Eternizada em minha vida ficará.

Minha mãe não foi poetisa da escrita,
Mas compôs “belas canções” que me embalam em cada gesto,
Me orientam em cada pensamento, porque impressas na alma.
Minha mãe não foi artista,
Mas me ensinou que a vida é uma bela arte,
Que ora tem suas dramaticidades, ora suas glórias.
Minha mãe não foi teóloga de cátedra,
Mas me ensinou que os preceitos de Deus têm que ser conhecidos,
E mais do que isto, em todas as dimensões vividas.
Minha mãe não foi arquiteta,
Mas soube planejar, edificar a família nas estruturas sólidas
Da força da Palavra, da Eucaristia, da oração, da devoção.
Minha Mãe não foi pregadora de púlpito,
Mas me ensinou com sua vida que casamento é sagrado,
que tudo devemos fazer para que a família viva o amor e a fidelidade.
Minha mãe não foi canonista,
mas testemunhou o essencial do matrimônio:
A liberdade, o amor, a fidelidade, a fecundidade, a indissolubilidade.
Minha mãe não foi mestre de obra,
Mas me ensinou que a vida consiste numa permanente edificação,
Tijolo sobre tijolo, com a argamassa do amor, com Cristo em sua fundação.
Minha mãe não foi professora de escola ou faculdade,
Mas me fez um eterno aprendiz das mais belas lições que do Evangelho emanam;
Que minha vida, meus passos, em todo instante, ricamente me acompanham.
Minha mãe não foi cantora em palcos e presbitérios,
Mas ouço a melodia de seus lábios me comunicando ternura,
Pureza de alma, busca do inusitado que Deus incansavelmente nos prepara.

Minha mãe não foi uma pessoa notável em páginas de jornais e revistas,
Mas que me importa? Quem precisa de sucesso, fama e prestígio?
Sempre me ensinou que somente Deus merece toda honra, glória, poder e louvor.
Minha mãe não foi militante em partido político ou sindicatos,
Mas com seu modo de ser e viver me ensinou que a vida é luta, busca, conquista,
Militância, ética, honestidade, o bem comum promovido, essência da política.
Minha mãe não foi sacerdotisa do Altar,
Mas sua vida, com sacrifícios, amargando fome, pobreza, doença,
Me fez partícipe do Cálice Sagrado do Senhor, tão belo e Santíssimo Sacrifício.
Minha mãe não foi na Igreja uma catequista, ou mesmo Ministra,
Mas sua palavra é o grande eco de quem foi a minha primeira e
Insubstituível catequista, que as primeiras sementes do Verbo em mim plantou.
Minha mãe jamais impôs sobre mim sua vontade.
Em silêncio Mariano orante, padre desejava que eu fosse.
E, quando do meu desejo soube, se alegrou, confiou, apoiou.
Minha mãe simplesmente foi mãe.
De que mais precisaria?
De que mais preciso?
Obrigado minha mãe, mulher que santa e pecadora foi,
Que agora brilha como os justos no Reino do Pai.
Mães não morrem jamais.
Minha mãe não foi... Ela foi muito mais!

Ela me fez ver que cada mulher um quê de mãe possui,
Me ensinou que outra mãe temos: Maria.

Ave Maria, cheia de graça...

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG