segunda-feira, 13 de maio de 2024

“Maria, discípula e missionária do Senhor”

                                                        

"Maria, discípula missionária do Senhor"

 
Maria é a discípula mais perfeita do Senhor, porque é a máxima realização da existência cristã, em plena relação de amor com a Santíssima Trindade.
 
Maria nos ensina, portanto, a viver como “filhos no Filho”, pela sua fé e obediência à vontade de Deus, e por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus, na abertura ao sopro do Espírito Santo.
 
Maria é a interlocutora do Pai, em Seu projeto de enviar Seu Verbo para a salvação da humanidade, e com sua fé chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
 
Maria é a figura de mulher livre e forte, que emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo, porque viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo, procurando sintonia plena com o Projeto do Pai.
 
Maria é a Virgem de Nazaré com uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu Filho até Seu sacrifício definitivo, acompanhando passo a passo, com a espada transpassando sua alma.
 
Maria é aquela a quem do alto da Cruz, Jesus Cristo confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que brota diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27).
 
Maria alcançou, ao permanecer corajosamente aos pés da Cruz de Seu Filho, em comunhão profunda, entrar plenamente no Mistério da Aliança, e com ela, unida à plenitude dos tempos, chega-se ao  cumprimento a esperança dos pobres e o desejo de salvação.
 
Maria, perseverando junto aos Apóstolos, à espera do Espírito,  cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano, que a identifica profundamente.
 
Maria, como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a viverem como família, a família de Deus.
 
Maria nos favorece o encontro com o Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, e, da mesma forma, com os irmãos. E assim, como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar.
 
Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão, e um dos eventos fundamentais da Igreja, é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e Sua Igreja, como experimentamos nos santuários marianos.
 
Maria é Virgem e Mãe, assim como a Igreja também é mãe, de modo que esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática.
 
Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários, pois da mesma forma como deu à luz o Salvador do mundo, trouxe o Evangelho à nossa América.
 
Maria, no acontecimento em Guadalupe, presidiu, junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito, e a partir desse momento, são incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração mais próxima, para aprenderem como ser discípulos e missionários de Jesus.
 
Maria tem feito parte do caminhar de cada um de nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as ações mais nobres e significativas de sua gente, o que nos cumula de alegria.
 
Maria, com seus diversos títulos e santuários espalhados por todo o Continente, é sinal de sua proximidade com pessoas e suas realidades, e, ao mesmo tempo, lugar da manifestação da fé e confiança que os devotos sentem por ela.
 
Maria brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo, a seguidora mais radical de Cristo, de Seu magistério discipular e missionário.
 
Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é para nós escola de fé, destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra.
 
Maria, em sua escola permaneçamos, inspirados em seus ensinamentos, acolhendo e guardando dentro do coração as luzes que, por mandato divino, nos envia do alto.
 
Maria, que “conservava todas estas recordações e as meditava no coração”,nos ensina o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo missionário.
 
Maria fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus e, além disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus.
 
Maria está intimamente penetrada pela Palavra de Deus, e por isto se tornou Mãe da Palavra encarnada, e essa familiaridade com o Mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de Seu amor.”
 
Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega, solidariedade, gratuidade e fraternidade, que devem marcar a vida dos discípulos de seu amado Filho.
 
Maria nos ensina qual pedagogia para que todos na comunidade cristã,“sintam-se como em casa”, com atenção e acolhida do outro, especialmente se o outro é pobre ou necessitado.
 
Maria, presente em nossas comunidades, enriquece sempre a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, para que ela seja “casa e escola da comunhão”, um espaço espiritual que prepara para a missão.
 
Ave Maria cheia de graça...
 
 
Livre adaptação dos parágrafos 266-272 da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe - Aparecida.
 


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG