sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

São Policarpo de Esmirna, Bispo e Mártir


São Policarpo de Esmirna, Bispo e Mártir

São Policarpo, cuja memória é celebrada dia 23 de fevereiro, foi Bispo de Esmirna, discípulo e convertido por São João, o Apóstolo e evangelista, e amigo de Santo Inácio da Antioquia.

Aos 86 anos, durante as perseguições do Imperador Marcos Aurélio, foi preso. Ele pediu a Santo Inácio que continuasse a construção das Igrejas que não havia podido terminar.

Foi torturado e martirizado para renegar a sua fé e como não o fizesse, sofreu o martírio cerca do ano 155. Foi queimado vivo no estádio da cidade, milagrosamente, as chamas não o atingiam e não o machucavam e ele se punha a cantar hinos de louvor a Jesus, por isto é invocado como protetor das dores de ouvido e das queimaduras.

Impressionados com o acontecimento os guardas chamaram um arqueiro para que ele perfurasse o santo com uma flecha. Ao ser atingido o seu sangue apagou as chamas. Os guardas tentaram de novo acender a pira, mas sem sucesso.         

O procônsul encarregado do martírio, furioso ordenou que ele fosse decapitado com uma adaga (espécie de arma branca).

É impressionante o relato de seu martírio, que encontramos na Carta da Igreja de Esmirna. Acompanhemos atentamente, e que esta grande testemunha do Senhor renove em nosso coração a fé, o amor por Jesus, fidelidade a Igreja, amor ao Evangelho, fortalecendo em nós a coragem necessária para que também testemunhemos a fé em Cristo no nosso tempo.

“Quando a fogueira ficou pronta, Policarpo desfez-se de todas as vestes e desatou o cinto; tentou desamarrar as sandálias, o que há muito não fazia, pois os fiéis sempre apressavam em ajudá-lo, desejando tocar-lhe o corpo, no qual muito antes do martírio já brilhava o esplendor da santidade de sua vida.

Rapidamente cercaram-no com o material trazido para a fogueira. Quando os algozes quiseram pregá-lo ao poste, ele disse: ‘Deixai-me livre. Quem me dá forças para suportar o fogo, também me concederá que fique imóvel no meio das chamas sem necessitar deste vosso cuidado’. Assim não o pregaram, mas se limitaram a amarrá-lo.
Amarrado com as mãos para trás, Policarpo era como um cordeiro escolhido, tirado de um grande rebanho para o sacrifício, uma vítima agradável preparada para Deus.

Levantando os olhos ao céu, ele disse: ‘Senhor Deus todo-poderoso, Pai do Vosso amado e  bendito Filho Jesus Cristo, por quem Vos conhecemos, Deus dos anjos e dos poderes celestiais, de toda a criação e de todos os justos que vivem diante de Vós, eu Vos bendigo porque neste dia e nesta hora, incluído no número dos mártires, me julgastes digno de tomar parte no cálice do Vosso Cristo e ressuscitar em corpo e alma para a vida eterna, na incorruptibilidade, por meio do Espírito Santo.

Recebe-me hoje, entre eles, na Vossa presença, como um sacrifício perfeito e agradável; e o que havíeis preparado e revelado, realizai-o agora, Deus de verdade e de retidão.

Por isso e por todas as coisas, eu vos louvo, bendigo e glorifico por meio do eterno e celeste Pontífice Jesus Cristo, Vosso amado Filho. Por Ele e com Ele seja dada toda a glória a Vós, na unidade do Espírito Santo, agora e pelos séculos futuros. Amém’.

Então, nós, a quem foi dado contemplar, vimos um milagre – pois, para anunciá-Lo aos outros é que fomos poupados: O fogo tomou a forma de uma cúpula, como a vela de um barco batida pelo vento, e envolveu o corpo do mártir por todos os lados; ele estava no meio, não como carne queimada, mas como um pão que é cozido ou o ouro e a prata incandescente na fornalha. E sentimos um odor de tanta suavidade que parecia se estar queimando incenso ou outro perfume precioso”. 

Nossa Igreja nasceu do lado trespassado de Nosso Senhor, e do Seu coração que jorrou Sangue e Água, sinais do Batismo e da Eucaristia. Igreja que nasce aos pés da Cruz preanunciava o destino de tantos fiéis seguidores ao longo de sua história. Policarpo foi um deles. Mais um de que pelo sangue jorrado, regou semente de novos cristãos.

Seu sangue jorrado questiona nossa adesão a Jesus:

- O que somos capazes de fazer por amor de Jesus e a Sua Igreja?
- Temos a mesma alegria em servir ao Senhor, mesmo enfrentando eventuais dificuldades na vida de comunidade?

Às vezes por tão pouco, mas por muito pouco mesmo, temos pensamentos tão diferentes deste grande mártir do Senhor.

Quando vier o desânimo, o medo, a covardia, ou qualquer sentimento semelhante, procuremos imitar o exemplo de São Policarpo, que é mais um apaixonado incondicional do Senhor, que o ama e o ama até o fim!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG