terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!

                                                 

Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!
Somente com Jesus
 somos libertos do fermento do Maligno,
e nos tornamos com Ele mais que vencedores

Quando a vida e a fé se irmanam em eterno abraço,
Do suor do trabalho comemos o pão de cada dia,
Plenificados de Vida que vem do Corpo e Sangue – Eucaristia.

Precisamos do pão provisório, indiscutivelmente,
Não tão pouco para mendigar e nem ter fome,
Nem tanto que prescindamos do Pão Essencial.

Precisamos do Pão Eterno, imprescindivelmente,
Corpo e Sangue, verdadeiramente Comida e Bebida
Que sacia, inebria, fortalece... Efeitos da Eucaristia.

Em cada Banquete Eucarístico, ativa e conscientemente participado,
Tríplice ação divina: a fé é nutrida, a esperança é incentivada,
A caridade é mais que fortalecida e na vida testemunhada.

Ouvindo e acolhendo Vossa Palavra e envolvidos pelo Amor Divino,
Renovamos forças para a superação das tentações fundamentais,
Com Cristo que nos liberta de todo fermento do Maligno

Aprendemos, primeiro, a superar toda forma de egoísmo,
E a busca ansiosa pelos bens materiais cede lugar
Para uma vida frugal, simples, de alegre partilha.

Aprendemos que a sede de posse e de domínio sobre os outros
Cedem lugar para a mais bela face expressiva do poder,
Que se traduz no amor aos pobres, alegria do serviço.

Aprendemos, finalmente, que a ilusão do sucesso imediato,
Do prestígio alcançado a qualquer preço, não encontram lugar
No coração de quem a fidelidade a Deus, vivo e verdadeiro, procura viver.

Com Jesus, mais que vencedores tornam-se Seus discípulos.
É a comunidade dos remidos que, como Igreja,
Empenha-se na luta pela libertação da humanidade das forças do mal.

Sendo a Salvação plena e universal, torna-se inconcebível
Miséria, ignorância, ódio e violência, febril consumo,
Inveja, cobiça, egoísmo e a funesta falta de amor.

Como Igreja, cumprindo a missão plena dos dons do Espírito,
Com a força de Cristo Ressuscitado, que d’Ele nunca se afasta,
Trilhamos o caminho para a construção do Reino, sinal de um mundo novo.

Uma súplica ao Senhor, com coração confiante, elevemos:
Do fermento do Maligno livrai-nos, Senhor!

Evangelização e acolhida do sopro do Espírito

             
Evangelização e acolhida do sopro do Espírito

“Ai de mim se seu não evangelizar” (1 Cor 9,16).

A Evangelização na cidade tem inúmeros e grandes desafios, de modo que, tão somente abertos à acolhida do sopro do Espírito, se é capaz de dar respostas sólidas, enfrentando-os na planície do quotidiano, atentos à voz do Filho Amado que precisa ser escutado.

Abertos a este sopro, a Igreja precisa multiplicar ações diante da violação da dignidade da pessoa humana e na profética defesa da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Seremos assim uma Igreja mais viva, participativa, dinâmica, renovada e com fortalecimento dos ministérios e o surgimento de novos, edificando uma Igreja verdadeiramente sinodal.

Permanece forte o apelo da Conferência de Aparecida (2007), para a conversão das estruturas paroquiais e serviços, bem como de todos que se encontram inseridos e comprometidos com a evangelização.

Abertos ao Sopro do Espírito, é mais do que emergente a multiplicação do trabalho e iniciativas diversas para a santificação e solidificação da família, que passa por sérios momentos de desestruturação por diversos motivos (inúmeros são os ventos e tempestades enfrentados pela mesma).

O Espírito Santo também conduz no fortalecimento da dimensão missionária da Igreja – urge ir ao encontro dos católicos afastados, mas sem se esquecer de enraizar e solidificar os que nela já estão participando, fortalecendo laços sinceros de amizade, comunhão e solidariedade, superando toda e qualquer forma de anonimato numa bela e alegre atitude de acolhida mútua, que vai muito além de um seja bem-vindo!

Este Sopro nos pede mais ousadia nos meios de comunicação social, para que possamos comunicar a todos a Boa-Nova do Evangelho em novos areópagos, chegando às escolas, às universidades, ao mundo do trabalho, às instâncias de decisões que afetam substancialmente a vida do Povo de Deus. A Comunicação não pode ficar restrita ao espaço de nossas salas e Igrejas.

O sopro do Espírito também nos inquieta e nos desinstala para que nos empenhemos na transformação da sociedade, com a superação da apatia e indiferença diante da política, não perdendo a esperança, não permitindo apagar a chama profética que todo batizado recebe no dia de seu Batismo, para ser sal da terra e luz do mundo.

Deste modo, não ficaremos indiferentes diante da necessária inclusão social em todas as suas formas e dimensões, como expressão da evangélica opção preferencial pelos pobres, que jamais pode ser esquecida pela Igreja, na fidelidade à prática de Jesus Cristo na realização do Reino de Deus.

E, assim, sempre atentos a estes sopros, edificaremos uma Igreja do anúncio, testemunho, serviço e diálogo, fortalecendo os pilares da Palavra, da Eucaristia, da Caridade e da Ação Missionária.

Com a abertura e acolhida do sopro do Espírito, cresçamos na  fidelidade à Palavra do Senhor, com aquela inquietante preocupação do Apóstolo Paulo, que deve ser de todos nós: “Ai de mim se seu não evangelizar” (1 Cor 9,16).

Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia

Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia

“Ide pelo mundo,
pregai a Boa-Nova do Evangelho”

Deve nos interpelar o que nos disse o Papa Francisco, em sua Exortação “Evangelium Gaudium” – A alegria do Evangelho –, e também os Bispos do Brasil, como vemos no Documento nº100 – “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia – A conversão pastoral da Paróquia”.

Urge a construção de uma Paróquia como Comunidade de comunidades, como presença eclesial no território, muito mais que a presença de um prédio edificado por mãos humanas.

Deste modo, elas serão um espaço privilegiado da escuta da Palavra de Deus, (diálogo, anúncio, adoração e celebração), ou seja: a casa do Pão da Palavra, do Pão da Eucaristia e do Pão da caridade.

Através das inúmeras atividades, é preciso incentivar e formar os agentes para a evangelização, tendo como protagonista indispensável o Espírito Santo.

Ela se tornará uma célula viva, uma “comunidade de comunidades”, um santuário onde os sedentos vão beber água cristalina para a continuidade da comunidade, mas ao mesmo tempo centro de constante envio missionário.

Precisamos dar à Paróquia um rosto novo, tornando-a mais dinâmica, acolhedora e missionária. Para tanto, é preciso uma profunda e sincera conversão pastoral, com novo espírito, novo ardor (cf. Documento de Aparecida - n. 365-372).

Como ser uma Igreja missionária na cidade em que vivemos, ampliando e formando pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus, conscientes de viver em constante estado de missão, superando toda e qualquer forma de desânimo e acomodação?

Reflitamos:

- como ser uma Igreja Missionária na cidade, procurando ir ao encontro das pessoas e a elas comunicar a Boa-Nova do Evangelho?

Não podemos mais ficar no “vinde”, é o tempo do “ide”, como assim o foi desde o início da missão confiada por Jesus aos Seus discípulos|: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20).

É preciso coragem para que nos desinstalemos, sobretudo na acolhida e solidariedade para com os mais empobrecidos. Ressoando as palavras do Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos” (Evangelii Gaudium - n. 40).

Muito já fizemos, mas há ainda um longo caminho a ser percorrido, para que vivamos a vocação como dom de Deus, como um chamado que Ele nos fez e espera nossa resposta, para que trabalhemos como alegres discípulos missionários de Sua vinha.

Temos que consumir nosso tempo e forças para que a Boa-Nova seja anunciada, a fim de que o Reino de Deus aconteça, como pequeno grão de mostarda, que germina, torna-se uma grande árvore, e os pássaros vêm nela fazer seus ninhos.  

Eis a nossa missão: fecundar o mundo novo, no testemunho corajoso de nossa fé, dando razão de nossa esperança, em ativa e frutuosa caridade.

Uma reflexão ecológica

                                                                 

Uma reflexão ecológica

Mais do que nunca precisamos cuidar melhor de nossa casa que é o planeta. Crentes ou não é preciso cuidar da Obra de nosso Criador.

Providencialmente, refletimos este importante assunto na Campanha da Fraternidade 2011 que nos propôs o tema: “Fraternidade e a vida no Planeta” e como lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22).

Como disse São Paulo também a criação espera ser reconciliada – “Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus...”. Neste sentido, apresento quatro “erres” que devem fazer parte de nossa vida cada vez mais:

Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, porque são práticas comuns que favorecem a sociedade, na medida em que minimizam a necessidade de insumos naturais e ao mesmo tempo a deposição de resíduos.

O primeiro “R” é Repensar:
Repensar os nossos hábitos de consumo e comportamentos. Vejamos onde podemos economizar e evitar a produção de lixo.

O segundo “R” é Reduzir:
Reduzir o consumo e o uso de embalagens e produtos não recicláveis.

O terceiro “R” é Reaproveitar:
Reaproveitar materiais, papéis, embalagens etc., que muitas vezes vão para o lixo mas que poderiam continuar sendo usados ou doados para outras pes­soas.

O quarto “R” é Reciclar:
Fazer a coleta seletiva do lixo. Reciclá-lo ou doá-lo para quem o recicla. Muitas pessoas esperam pelo nosso lixo devidamente separado.

Parece pouco, mas o Planeta agradece, e assim estaremos crescendo e dominando a terra (domínio não como esgotamento, destruição, apropriação inconsequente) como nos fala o primeiro Livro Sagrado do Gênesis.

Eis aqui uma proposta, ao mesmo tempo em que cuidamos do Planeta, estaremos fazendo bem a nós mesmos e a tantos quantos precisam de nossa ajuda.

Jamais digamos que nada podemos fazer e que não há nada que tenhamos que mudar. Cuidemos do Planeta, com a consciência de que devemos preservá-lo para as gerações que virão, sem nenhuma sombra ou possibilidade de egoísmo, indiferença, ignorância neste assunto.

Pois, ou nos convertemos no uso das coisas, na relação com elas, ou estaremos comprometendo não somente o futuro, mas já estaremos mais do que comprometendo o presente, haja vista os acidentes ambientais que já observamos...

Urge novas iniciativas e postura diante do Planeta, na sustentabilidade, na relação com o meio ambiente. Não temas apenas para teses, reportagens e livros, mas conteúdo que assegurem a própria vida... Sei que ainda estamos no começo, mas é sempre tempo de começar o que é bom...

Assim como pedimos a Deus o pão de cada dia, também devemos nos comprometer em cuidar da nossa “casa”, o Planeta, todos os dias.

Com o Senhor, não nos perdemos no labirinto das ideias

Com o Senhor, não nos perdemos no labirinto das ideias

É preciso que saibamos parar e rever como escrevemos nossa história, em todos os âmbitos; entrar no labirinto das ideias, tanto pessoais como coletivas, e ver por onde se escreveu as linhas da história.

Reler os fatos, ser capaz de fazer retrospectivas, relembrar os acontecimentos vivenciados, alegres ou tristes, angustiantes ou esperançosos.

Fatos que expressaram a beleza da vida ou a sua violação; sonhos esperados e realizados ou em pesadelos transformados, e dos quais não se poderá jamais acordar.

Assim é a história, um misto de fatos memoráveis pela beleza neles contidas, ou fatos que não nos causam alegria alguma em recordá-los, porque deixaram marcas, cicatrizes para sempre.

Procuramos saídas das trevas por que possamos viver, ou que momentaneamente nos encontrarmos, em busca da luz para iluminar caminhos, decisões, escolhas, reconciliações, realizações.

Procuramos saídas para nos libertarmos de mentiras que se multiplicam, em busca da verdade que nos fazem verdadeiramente livres, e de modo especial a Verdade do Evangelho, que é o próprio Jesus – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32)

No labirinto das ideias, procuramos saídas para a morte de múltiplas expressões, que duela ceifando a vida por vezes tão frágil, tão indefesa, como vemos em atentados suicidas, guerras prolongadas, destruições abomináveis de crianças e suas famílias.

Procuramos saídas para não nos perdermos no emaranhado do sentimento devorador do ódio, com seus frutos amargos que roubam a beleza e sacralidade da vida, e maculam o olhar para o outro como templo de Deus, porque d’Ele feitos imagem e semelhança.

Procuramos a saída para o amor, e esta somente a encontraremos quando fizermos o mergulho mais profundo, que ultrapassa a mente e os limites da racionalidade, porque se mergulha no coração, onde descobrimos a presença d’Aquele que em nós fez Sua morada.

No labirinto das ideias, podemos nos perder no caminho da escuridão, mentira, morte, ódio ou, incansavelmente, sermos guiados pelo Espírito, caminhando com Aquele que Se fez Deus conosco, para nos revelar a face de Seu Pai Eterno de Amor, Jesus.

Assim encontraremos não somente a saída, mas o melhor caminho para relações mais humanas e fraternas, marcadas pela luz, verdade, vida e amor, e cremos que somente Jesus, Nosso Senhor, é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Trilhando com Ele, o Caminho, pautando nossa vida pela Verdade do Evangelho, teremos vida plena e seremos verdadeiramente livres e não nos perderemos no labirinto das ideias.


PS: Fonte inspiradora (1 Jo 2,3-11)

Em poucas palavras...

 


“Vivendo segundo Cristo...”

“Vivendo segundo Cristo, os cristãos apressam a vinda do Reino de Deus, do «Reino da justiça, da verdade e da paz» (Prefácio da Missa Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo). Mas nem por isso descuram as suas tarefas terrestres. Fiéis ao seu Mestre, cumprem-nas com retidão, paciência e amor.” (1)

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2046

Em poucas palavras...

 


Maria, imagem puríssima da esperança

“Pelos profetas, Deus forma o seu povo na esperança da salvação, na expectativa duma aliança nova e eterna, destinada a todos os homens (Is 2,2-4), e que será gravada nos corações (Jr31,31-34; Hb 10,16). Os profetas anunciam uma redenção radical do povo de Deus, a purificação de todas as suas infidelidades (Ez 36), uma salvação que abrangerá todas as nações (Is 49,5-6; 53,11).

Serão sobretudo os pobres e os humildes do Senhor (Sf 2,3) os portadores desta esperança. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana, Judite e Ester conservaram viva a esperança da salvação de Israel. Maria é a imagem puríssima desta esperança (Lc 1,38).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 64

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