“Todos perseveravam unanimemente na oração juntamente com as santas mulheres e Maria, a Mãe de Jesus...” (At 1,14)
Os Apóstolos estavam reunidos no Cenáculo, animados pelo mesmo amor, e ao centro encontrava-se a Mãe de Deus.
A Tradição da Igreja viu, nesta cena, a maternidade espiritual de Maria sobre toda a Igreja, sendo ela o “coração da Igreja nascente”, colaborando ativamente com a ação do Espírito Santo.
Maria é a “a obra prima de Deus”, como disse São José Maria Escrivá, preparada com imensos cuidados pelo Espírito Santo para ser tabernáculo vivo do Filho de Deus.
O Concílio Vaticano II assim nos apresenta Maria: “Redimida de um modo eminente e em previsão dos méritos do seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, Maria é enriquecida com a sublime missão e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e Sacrário do Espírito Santo, com o dom de uma graça tão extraordinária que supera de longe todas as criaturas celestes e terrenas”.
O Papa São Paulo VI nos diz em seu memorável discurso, no dia 25 de outubro de 1969: “Maria, que concebeu Cristo por obra do Espírito Santo, do amor do Deus vivo, preside ao nascimento da Igreja no dia de Pentecostes, quando o próprio Espírito Santo desce sobre os discípulos e vivifica na unidade e na caridade o Corpo místico dos cristãos”.
Mais tarde, o Papa São João Paulo II afirmou na Encíclica “Dominum et vivificantem” (parágrafo n.18): - “A era da Igreja começou com a ‘vinda’, quer dizer, com a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo de Jerusalém, junto com Maria, a Mãe do Senhor”.
Podemos afirmar que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo, que já habitava em Maria desde o mistério da sua Imaculada Conceição, veio fixar nela a Sua morada de uma maneira nova.
Todas as promessas que Jesus tinha feito acerca do Paráclito: “Ele vos recordará todas estas coisas” (Jo 14,26); “Ele vos conduzirá à verdade completa” (Jo 16,13), cumprem-se plenamente nela.
Nossa Senhora é a criatura mais amada por Deus e, com os Apóstolos, acolhe a manifestação do Espírito.
Realiza-se, portanto, o que o Bispo São Cirilo de Jerusalém (séc IV) escreveu em Sua Catequese sobre o Espírito Santo: “A Sua ação na alma é suave, a Sua experiência é agradável e aprazível, e o Seu jugo é levíssimo. A Sua vinda é precedida pelos raios brilhantes da sua luz e da Sua ciência. Vem com a verdade do genuíno protetor, pois vem salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar, em primeiro lugar a mente daquele que o recebe e depois, pelas obras deste, a mente dos outros”.
Como vemos, Maria por sua abertura e colaboração ativa com o Espírito Santo, é nossa Mãe, Mãe da Igreja, e com ela, podemos contar sempre, para que vivamos um frutuoso discipulado, e sejamos uma Igreja cada vez mais fiel ao Seu Filho, a Cabeça da Igreja, e nós o Corpo.
À Maria, Mãe da Igreja, recorramos sempre pedindo a graça de ser conduzidos e assistidos pelo Espírito, como ela tão bem o fez: “Santa Maria, Mãe de Deus, da Igreja, nossa Mãe, rogai por nós!”
Fonte: www.hablarcomdios.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário