sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O “poder-serviço” deve ser a marca do discípulo do Senhor (XXVDTCB)

                                                             

O “poder-serviço” deve ser a marca do discípulo do Senhor

A Liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum (Ano B) nos convida a refletir sobre as condições para o seguimento de Jesus, no acolhimento de Sua Palavra, para anunciá-La e testemunhá-La.

O discípulo de Jesus terá que discernir sempre para pautar a sua vida na “sabedoria de Deus” e não na “sabedoria do mundo”.

A passagem da primeira Leitura (Sb 2,12.17-20) aprofunda sobre a sabedoria de Deus: vivê-la implica em suportar as perseguições, num aparente caminho de fracasso, opondo-se a toda forma de idolatria, numa verdadeira adoração a Deus.

O autor sagrado do Livro mais recente do Antigo Testamento assegura que vale a pena ser justo e fiel aos valores da fé; garante que a fidelidade do justo a Deus não ficará sem recompensa.

A sabedoria de Deus deve ser vivida até a morte, por amor, em relação de serviço, unidade, caridade, verdade, construindo um mundo mais justo e fraterno.

É preciso renunciar a todo orgulho e autossuficiência, pois a vivência da sabedoria do mundo condena ao vazio, à frustração, à depressão, à escravidão e a uma felicidade ilusória, passageira.

Somente a sabedoria de Deus é garantia de uma verdadeira felicidade, realização plena, embora não garanta uma vida fácil, pois mesmo na vida daquele que a vive pode estar presente a calúnia, a perseguição, a tortura e até mesmo o martírio.

Com a passagem da segunda Leitura (Tg 3,16-4,3), refletimos sobre os perigos que destroem uma comunidade: orgulho, ambição, inveja, competição, egoísmo...

O batizado deve viver segundo os critérios de Deus, e, portanto, a necessária vigilância e conversão.  

A opção pela sabedoria do mundo não é um caminho para a realização plena do homem, pois gera somente infelicidade, desordem, guerras, rivalidades, conflitos e mortes.

De outro lado, a sabedoria de Deus deve plenificar o nosso coração e iluminar as nossas decisões. Somente assim nossa Oração será ouvida por Deus, pois a Oração que é movida pela sabedoria do mundo não tem sentido algum.

Na passagem do Evangelho (Mc 9,30-37), Jesus mais uma vez anuncia a Sua Paixão e Morte (2º anúncio), e nos apresenta a verdadeira concepção de poder que os Seus seguidores devem possuir.

O Evangelista nos apresenta Jesus como o Filho de Deus, que oferece Sua vida como dom, por amor a humanidade. Assim também terão que fazer os Seus seguidores; precisarão ter a coragem de viver a lógica de Deus, tão oposta à lógica humana. Deverão ter coragem e disposição para embarcar com Ele na mais bela de todas as aventuras: a aventura do Reino de Deus.

Seguirão um caminho que poderá ter aparência de fracasso, mas terá como palavra última a vitória assegurada pelo Cristo Ressuscitado. A adesão ao Senhor implica em seguir o mesmo caminho que Ele percorreu, portanto o discipulado é essencialmente Pascal, precedido da Paixão e Morte.

Seguir Jesus implicará em viver o “poder-serviço”. Não haverá a busca dos primeiros lugares, mas com humildade cada um se colocar alegre e generosamente a serviço de todos, a partir dos últimos. 

Esta humildade, no entanto, não consiste na virtude do medroso, covarde, medíocre, ao contrário, é preciso ter consciência de que a vida só tem beleza e sabor quando consumida e colocada a serviço do outro. Somente assim se alcança e se saboreia as delícias de uma autêntica “felicidade-doação”.

A criança mencionada no Evangelho representa os frágeis, os sem direitos, os pobres, os indefesos, os insignificantes, os marginalizados. São estes que devem ocupar nossas pautas, mente e coração; é esta realidade que nos incomoda e nos pede compromissos evangélicos de amor e solidariedade.

Resumindo, somos convidados a viver a sabedoria de Deus que passa pela Cruz, que possui aparência de fracasso, mas é certeza de vitória; na doação da própria vida, acolhendo as críticas, as perseguições, as incompreensões (Mt 5,1-12 – as Bem-Aventuranças), numa vida de serviço por amor, alegremente, deixando nossas atitudes e pensamentos moverem-se pelos critérios de Jesus.

Urge que a virtude da humildade se concretize na acolhida e serviço aos pequenos, que são os preferidos de Deus. E como afirmou Jon Konings – “Os humildes despertam a força do amor que dorme no coração do ser humano”.

Cuidando dos preferidos de Deus, estaremos cuidando do próprio Deus (Mt 25 – o julgamento final).

Como Igreja, Povo Eleito do Senhor, sejamos uma comunidade de serviço: serviço de unidade, caridade, verdade; aprendendo a viver a complementaridade e subsidiariedade.

Reflitamos:

 Qual sabedoria pauta nossa vida: a do mundo ou a de Deus?
 O que constrói ou destrói nossas comunidades?

 Qual a nossa alegria em embarcar na aventura do Reino de Deus?
 De que modo o poder é verdadeiramente serviço dentro e fora da Igreja?

- Quem foi eleito para qualquer cargo o exerce com doação, promovendo o bem comum, no compromisso com os últimos de nossa sociedade?
 Todos nós temos algum poder (família, escola, trabalho...). Como o exercemos?

Caminhando em frente, demos mais um passo na fidelidade ao Senhor, com renúncias necessárias, carregando quotidianamente nossa cruz, até que mereçamos a glória e o descanso eterno. Amém.

“A loucura evangélica é a suprema sabedoria” (XXVDTCB)

                                                        

“A loucura evangélica é a suprema sabedoria”

No 25º Domingo do Tempo Comum (ano B) proclamamos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 9, 30-37), que trata do segundo anúncio da Paixão do Senhor, que desconcerta os discípulos, porque compreendem que seguir Jesus implica em viver como Ele; tornar-se como Ele, servos de todos.

Assim nos diz o comentário do Missal:

“... A experiência deveria mostrar que a suposta loucura evangélica é a suprema sabedoria. A cobiça, a intolerância, a inveja, a submissão aos instintos humanos de posse e de domínio, sempre geraram guerras e conflitos, encobertos ou declarados, não só no mundo, mas também nas comunidades cristãs e na própria Igreja.

Os frutos da paz e da justiça amadurecem lentamente, mas com firmeza, quando cada qual, em vez de tentar dominar os outros, torna-se humilde ‘servo de todos’. As comunidades cristãs, a Igreja, ‘serva e pobre’, devem oferecer ao mundo uma imagem da cidade do Alto.” (1)

Que ao celebrar o Mistério da Eucaristia, mais uma vez, alimentados por Ela e pela Palavra proclamada, também nós, discípulos missionários, renovemos sagrados compromissos de nos tornarmos, cada vez mais, como Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor.

Deste modo cumpriremos plenamente a Lei Divina impressa nas entranhas de nosso coração, e viveremos o duplo Mandamento do Amor a Deus e ao próximo, e para tanto supliquemos a graça divina necessária, como assim rezamos na primeira Oração da Missa, a Oração da Coleta.


(1) Missal Quotidiano Dominical e Ferial - Editora Paulus - p.1959

PS: oportuno para a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27)

“Sejamos primeiros para os outros” (XXVDTCB)

                                                            

“Sejamos primeiros para os outros”

Para aprofundamento da Liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum (ano B):

A verdadeira autoridade não está em estar acima dos outros, oprimir os outros, na afirmação de si mesmos reduzindo os outros a escravos, clientes ou aduladores; está em ‘ser primeiros para os outros’. Em colocar o que se tem de bom a serviço de todos.

Isto cria a nova grandeza evangélica, que é verdadeira grandeza, porque, se é verdade que ‘os primeiros serão os últimos’, é verdade também que ‘os últimos’ (estes últimos dos quais nos falou o Evangelho serão os primeiros (Mt  20,16)”. (1)

Parece pequena a diferença, mas na verdade é de imensa: é preciso antes “ser primeiro que os outros”, “ser primeiro para os outros”.

Quantas vezes, vemos disputas para ver quem é o melhor, quem chega primeiro, quem tem mais acesso, mais ibope... A lista é interminável.

Na verdade deve ser colocada a questão: primeiro, para dominar ou para servir melhor?

Primeiro que o outro em tudo, para enriquecimento pessoal ou para enriquecimento do outro?

A busca do primeiro que o outro só tem sentido se for movido pelo amor doação, serviço, para que todos tenham vida e vida plena.

Sejamos os primeiros a:

- nos colocar alegremente no carregar da cruz, em solidariedade com os crucificados.

- carregar nossa cruz de cada dia, com renúncias, coragem e fidelidade, testemunhando e ajudando o próximo no carregar de sua cruz, como “Cirineus”, que o mundo tanto precisa...

- promover o bem, a verdade, a justiça, a ética, os valores que, se vividos, tornam o mundo mais belo.

Sejamos os primeiros a estender a mão a quem mais precisa. Primeiro, para amar e servir. Eis a grande lição que Jesus nos dá na passagem do Evangelho (Mc 9, 30-37).


(1) O Verbo Se faz Carne - Raniero Cantalamessa - Editora   Ave Maria - 2013 - p.438

PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Nc 9,30-37)

Reinamos com o Senhor, quando servimos (XXVDTCB)

                                                    


Reinamos com o Senhor, quando servimos

No segundo anúncio da Paixão de Nosso Senhor (Mc 9,30-37), Jesus diz aos discípulos, que discutiam no caminho, qual seria o maior entre eles, que quisesse ser o primeiro, deveria ser o último de todos, e o servo de todos.

A passagem do Evangelho citada pode ser iluminada com este parágrafo do Catecismo da Igreja Católica (n.786):

“O Povo de Deus participa finalmente da função ‘régia’ de Cristo. Cristo exerce a Sua realeza atraindo a Si todos os homens pela Sua Morte e Ressurreição.

Cristo, Rei e Senhor do Universo, fez-Se o servo de todos, pois ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate pela multidão’ (Mt 20, 28).

Para o cristão, ‘reinar é servir’, em especial ‘nos pobres e nos que sofrem, nos quais a Igreja reconhece a imagem do Seu Fundador pobre e sofredor’.

O povo de Deus realiza a sua ‘dignidade régia’ vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo”. (1)

Assim como veio servir e não ser servido, Jesus deixou este ensinamento para os Seus discípulos, e o fez expressivamente ao lavar-lhes os pés (Jo 13).

Como Igreja, também devemos renovar sempre a alegria e o amor no serviço ao Senhor, na pessoa dos pobres que nos são confiados.

Oremos pelo fortalecimento de nossas Pastorais e Serviços diversos de nossas comunidades, para cada vez mais reinemos com Jesus, colocando-nos, generosamente, em atitude de amor, serviço e doação.

Ainda temos muito que aprender para reinar com Jesus, pois ainda temos muito que nos converter, para que mais expressiva e frutuosa seja nossa generosidade e doação em favor de nosso próximo.

Estamos a caminho. Alegremo-nos e exultemos no Senhor, que nos acompanha nesta maravilhosa graça e missão.



(1) Catecismo da Igreja Católica (n.786)

PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Mc 9,30-37)

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A compaixão do Senhor secará nossas lágrimas

A compaixão do Senhor secará nossas lágrimas

Na noite escura de tua vida,
Vi as lágrimas, como estrelas prateadas,
Verterem sobre o céu de tua face.

Iluminavam a noite dos pesadelos
Dos quais  ninguém pode estar isento.
Hora mais intensa, mas vai passar.

Lágrimas ao consumir-se de dor
Da partida de alguém que se amou
E para sempre e sempre há de se amar.

Reluziam ao expressar sofrimento,
Mas junto com elas a esperança acompanhada
Da superação, reencontro do sentido da vida.

Lágrimas caem para que o corpo não se curve,
Como que os pontos entregando,
Em prostração, sem nenhum passo, estático...

Virá o sol em um novo amanhecer,
Secará tuas e minhas lágrimas:
O brilho do Sol Maior virá ao nosso encontro.

Trará saúde em seus raios em novo amanhecer:
“Mas para vós que temeis o Meu nome,
brilhará o Sol de justiça que tem a cura em seus raios” (Ml 3,20).

Se não suportarmos o peso da cruz, choremos,
Vertamos lágrimas como estrelas prateadas
A iluminar a escuridão dos que nada creem.

Unamos nossas lágrimas ao sangue do Redentor,
Na hora de Sua imensa agonia, morte eminente:
Na solidão, mas na presença do Pai em oração.

“Entrando em agonia, Jesus orava com mais insistência.
Seu suor tornou-Se como gotas de sangue que caiam ao chão”
Unamo-nos à Sua agonia, por amor de nós vivida.

No monte das Oliveiras, Jesus, sozinho e triste,
Sofrendo e empalpando a terra com o seu Sangue.
Sangue divino, resgatando nossa miséria: pó que somos.

Sobre a terra dura, de joelhos perseverando em oração.
Chorando por ti, por mim e por toda a humanidade
Esmagado pelos pecados de todos nós.

Confiante na presença e na onipotência do amor do Pai,
Não desfalece, e em Sua imensa agonia,
Vem um anjo confortá-Lo em Sua humana natureza.

Vertamos lágrimas como estrelas prateadas.
Contemplemos o suor do Divino Redentor.
Quem suportaria tamanho sofrimento?

Quem nos amou tanto assim?
Choremos, supliquemos ao Senhor em todos os momentos.
Não serão em vão nossas lágrimas e o Sangue do Redentor.

Dai-nos, Senhor, o dom das lágrimas

                                                       

Dai-nos, Senhor, o dom das lágrimas

Em seu discurso aos párocos da Diocese de Roma, no dia 6 de março de 2014, o Papa Francisco fez referência à oração para pedir o dom das lágrimas, encontrada nos Missais antigos.

Assim se rezava na Oração da “Coleta”:

“Ó Deus onipotente e misericordiosíssimo, que fizestes sair da rocha uma fonte de água viva para o povo sedento, fazei sair, da dureza do nosso coração, lágrimas de arrependimento, para que possamos chorar os nossos pecados e merecer, por vossa misericórdia, a remissão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que vive e reina na unidade do Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.”

Oremos:

Senhor, não mais bebemos da água que jorrou daquela rocha no deserto. Bebemos da água viva que tendes para nos oferecer (Jo 4,1-25). Saciai, Senhor, nossa sede de amor, vida e paz.

Senhor, contemplamos Vosso trespassado Coração, do qual verteu água e sangue, sinais que nos remetem aos Sacramentos do Batismo e da Eucaristia. Ajudai-nos a viver a graça do Batismo, nutridos pelo Vosso Corpo e Sangue, no Divino Banquete Eucarístico.

Senhor, façais sair, não obstante a dureza de nosso coração, as necessárias lágrimas de arrependimento, para que, contritos e com propósitos de conversão, choremos copiosamente nossos pecados, despindo-nos das obras das trevas, revestindo-nos com as armas da luz. (Rm 13,11-14a).

Senhor, não permitais que nosso coração fique endurecido, frio, curvado diante da globalização da indiferença, diante da dor, sofrimento e angústia de nosso próximo, sobretudo dos que se encontram feridos à beira do caminho (Lc 10,25-37).

Senhor, concedei-nos a graça de viver neste Tempo da Quaresma os sinceros propósitos de reconciliação convosco e com nosso próximo, na prática da oração, jejum e esmola, a fim de que façamos progressos maiores ainda na prática das virtudes divinas que nos movem, e assim, poderemos celebrar a alegria transbordante da Páscoa. Amém.

Ruínas, lembranças, lágrimas...

                                                          

Ruínas, lembranças, lágrimas...

Rever lugares em que se viveu mexe com as emoções,
Porque evocam lembranças de fatos, momentos e pessoas.

Revi o lugar onde nasci, e que algumas vezes retornei ainda criança.
Que saudade de memoráveis momentos, suave lembrança.

Três casas em ruínas...  Um sentimento quase indescritível.
As paredes não resistiram ao tempo, como tantas coisas que passam.

Nem mais avós, tios, primos... Ninguém mais!
Nem vozes, nem cantos, tampouco encantos, somente silêncio/vazio.

Ruínas, lembranças, lágrimas...

Nem animais no pasto, nem galos e galinhas nos terreiros,
Nem o som da roda do carro de boi, nem o tanger dos animais.

Nem água da cacimba, nem o delicioso som de sua queda em bica,
Nem frutos que se apanham no pé, saboreados deliciosamente.

Nem o produzir do melaço da cana e da inesquecível rapadura,
Nem paiol, nem moinho, nem o fogo crepitando no fogão a lenha.

Nem a alegria de alguns dias para ali se passar,
Nem a alegria das brincadeiras próprias de criança.

Ruínas, lembranças, lágrimas...

Silenciosamente chorei, por muito tempo fiquei refletindo,
E incontidas lágrimas vertidas, pelo seio da face correndo.

Lembrança torturante de muitos que já partiram,
Amenizada com a fé de que a morte não tem a última palavra.

A vida tem seu curso, para onde muitas vezes não sabemos,
Por isto é preciso valorizar cada instante como dádiva divina.

Instantes que não voltam, que deixam marcas na alma,
Como cicatrizes irremovíveis, ora agradáveis, ora nem tanto.

Ruínas, lembranças, lágrimas...

O triste cenário das ruínas das casas,
Lembranças sedimentadas, agora ressuscitadas.

As lágrimas da dor da saudade, fortemente sentida,
Expressam a inevitável transitoriedade de nossa vida.

Cada um tem suas ruínas, lembranças e lágrimas para verter...
Que cada um veja suas ruínas, viva suas lembranças, chore se preciso...

Mas há algo que jamais se tornará ruína, falou-nos o Senhor:
A vida que sobre a rocha de Sua Palavra se edifica.

Ruínas, lembranças, lágrimas...

Há as ruínas inevitáveis.
Há as ruínas indesejáveis.

Há as ruínas evitáveis:
De um lar, de uma família...

Há lembranças cortantes.
Há lembranças puro deleite.

Se lágrimas caírem silenciosamente
Que sejam de doce lembrança... 

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG