sexta-feira, 28 de junho de 2024

A escuridão do palco

A escuridão do palco

A escuridão do palco parece um vazio.
A tela do meu celular ficou toda preta.
Ledo engano! Aos poucos, as luzes e seus efeitos,
Que não seriam os mesmos, se as luzes acesas.

Cada efeito da luminosidade, um deleite;
Uma sensação da alma em elevação,
Ao som das cordas da guitarra e do baixo,
A melodia, o palco, perfeita combinação.

Luzes, sons, melodia, a voz de quem canta,
Invadem em doce e harmoniosa sintonia,
Levando a voos a quem se encanta,
Para ver o mundo com esperança e poesia.

A escuridão do palco parece um vazio,
A escuridão da vida, também assim me parece.
Ledo engano, também, aos poucos surgem a Luz e seu efeito:
A Luz de Deus em nossa escura travessia.

O cenário político, a realidade social,
Uma escuridão que teima em persistir.
Corrupção, violência, tráfico, agressões,
Destruição, depredação, insana ganância.

E ainda outras, sombrias e obscuras realidades,
Permanentemente, a nossa fé desafiam:
Como ser luz do mundo em contextos assim?
Como ser sinal de esperança com caridade e ousadia?

A escuridão do palco é como a vida:
Reencontrar a necessária harmonia
Da voz, do canto, dos sons, da música,
Um grito pela edificante, dia pós dia.

Enamorados por Jesus, a Luz que veio ao mundo,
Para aqueles que nas trevas jaziam,
Iluminando o palco escuro da história.
A Ele, rendemos toda a honra, poder, louvor e glória.

O palco escuro da vida nos desafia.
Revigoremos nossas forças no Sagrado Banquete,
No Divino Banquete da Eucaristia: pela Palavra, iluminados;
Pelo Pão de Imortalidade, revigorados. Amém. 

O Sol do Amor amadurece nossa liberdade

O Sol do Amor amadurece nossa liberdade

Todos ansiamos pela liberdade, que não se confunde em estar sem cadeias, sem saber em que direção andar, sem meta que dê um sentido à caminhada, pois se assim o fosse seria apenas ausência de constrangimento ou espontaneidade inconsequente.

Ser livre não significa que a ninguém tenhamos que obedecer, mas ser alguém que a Deus obedece, em total adesão a Cristo que, na obediência ao Pai, alcançou a verdadeira liberdade.

Livre somos quando permanecemos plenamente fiéis ao Pai e realizamos a Sua vontade, assim como Jesus o fez, até a morte e morte de Cruz, o  lugar de maturação de nossa liberdade, na alegria dos frutos Pascais.

Não há liberdade se não tivermos a maturidade para o carregar da cruz quotidiana, silenciosamente, sem esmorecimentos, fazendo progressos na atuação da fé, esforços na caridade e dando firmeza à esperança.

Ser livre é experimentar a presença e ação de Deus, que é amor em nossa vida, pois “Somente o Sol do Amor faz amadurecer a liberdade", enfrentando os momentos de adversidades e crise, pois assim, tomamos consciência de nossa incondicional adesão ao Senhor.

Ser livre é confiar na Palavra do Senhor e jamais andar a deriva, ou na travessia do mar, não naufragar em nossas fraquezas, mediocridade, incertezas e medos, confiando na presença e ação divina, que nos ampara e nos toma pela mão, porque é nosso refúgio e proteção.

Provemos e vejamos como o Senhor é bom para quem n’Ele encontra o seu refúgio, e assim a autêntica liberdade desejada alcança, e não se perde, também,  na travessia do vale escuro da existência, iluminado e assistido pela luz divina que nos ilumina.



Fonte de inspiração: Romanos 6, 12-18; Missal Cotidiano – Editora Paulus - p.1406

Se Ele vier amanhã...


Se Ele vier amanhã...
Assim se proclama na Missa:

“Eis o Mistério da fé”, e tão logo se responde:
“Anunciamos Senhor a Vossa morte,
E proclamamos a Vossa Ressurreição,
Vinde Senhor Jesus”.

Quando o Senhor voltará?
Quando se dará a Sua gloriosa parusia?
Nem os anjos, nem o Filho sabem,
Falou-nos Ele que é segredo do Pai,
Assim cremos, assim esperamos...

O que faria se Ele voltasse amanhã?
Se o mundo amanhã fosse consumado,
Se não nos restasse outro dia,
Outro amanhecer no tempo presente,
Porque a História teria chegado ao seu ápice glorioso...

Quando o Senhor voltará?
Se Ele voltasse amanhã, amado tão esperado,
Gloriosamente para julgar os vivos e os mortos,
Introduzir o justo na morada do Altíssimo,
Para a face do Pai contemplar?

Continuaria minha missão, meu ministério,
Sem remorsos, consciente de que vivi movido
Pelo mais belo e divino Mistério
De um Amor Uno e Trino que me chamou
Me consagrou, me enviou, Presbítero Seu;

Escreveria mais um texto, uma poesia,
Faria minha Oração da noite serenamente,
E se merecedor, ao amanhecer
O maravilhoso encontro com o coração confiante,
A Ele eternamente agradecido.

Ah, que bom se a amada continuasse penteando
O cabelo de seu amado, porque já trêmulo,
Enfermo, jubilados de ouro no matrimônio,
Mas amor renovado, no Sacramento nutrido,
Reluzindo em cada secreto e pequeno gesto de amor.

Que bom se a criança continuasse a brincar,
E que não fosse tão apenas diante de uma tela,
Mas nas ruas, de ciranda, de mãe da rua,
De esconde-esconde, de pega-pega,
Como em tempos idos, na alegria e na paz;

Que o jovem continuasse a sonhar,
Porque não será mais um número
Na tão triste estatística dos que são ceifados
Pela morte precoce, pela violência da vida banidos,
Não mais sangue dos pequenos, jovens e inocentes.

Que esperássemos com mesas postas,
Sem fome, sede sacrificando vidas e povos;
Esperar alimentados, esperar amados,
Sem angústia pelo que falta cruelmente,
Mas na alegria do pão quotidiano partilhado

Que o contador de história contasse novamente
A mesma história, com matizes de esperança,,
Fazendo brilhar os olhos de adultos,
Porque histórias belas contadas,
Não apraz somente coração de criança.

Que o cantor não parasse seu canto,
Que a melodia soasse mais suavemente
Dedicada ao tempo novo que se anuncia,
Porque amanhã será o fim, não um trágico fim,
Mas a grande e esperada parusia.

Que na veia do poeta o sangue continuasse circulando,
As palavras grafadas, digitadas, no muro da história
Gravadas, para que reproduzisse o que se encontra
Muito mais que na mente humana, o que fica no coração,
Porque é assim tudo que se eterniza na memória.

Que o pão assado no forno continuasse sendo assado,
Exalando o perfume que encanta o olfato do faminto,
Porque assim será o eterno futuro, uma exalação ininterrupta
Do Amor de Cristo para aqueles que  assim o quiserem;
Exalação do odor de amor no Paraíso reinventado, reconstruído...

Assim haveria e haverá de ser,
Não importa se o mundo amanhã acabará,
Importa antes de tudo, o que ora faço,
O que posso fazer para que o mundo seja melhor,
Sem medos, discursos funestos e alarmistas...

É tempo de viver a fé para que dê frutos.
É tempo de solidificar a esperança
Na caridade ativa, vigilante sejamos.
Quando será o fim do mundo não importa,
Importa o que estamos fazendo no mundo e do mundo...

Sementes a cuidar, Frutos a colher

Sementes a cuidar, Frutos a colher

Em cada Eucaristia que celebramos,
O melhor de Deus Ele nos oferece.
No Sacrifício Redentor de Seu Filho,
Sacia-nos com Seu Corpo, n’Ele o Espírito.

Em cada Eucaristia que celebramos,
Sabedoria e esplendor da luz divina
Do alto dos céus, que nos orienta e ilumina,
Para que no caminho não tropecemos.

Em cada Eucaristia que celebramos,
No coração, sementes são lançadas,
De cultivo e carinho tão necessitadas,
Regadas com a vigilância e oração.

Em poucas palavras...

                                           


A mortificação voluntária...

“A mortificação, voluntária ou aquela que nos aparece sem a termos procurado, não é uma simples privação, mas manifestação de amor, pois ‘padecer necessidade é coisa que pode acontecer a qualquer pessoa, mas saber padecêla é próprio das almas grandes’ (Santo Agostinho) das almas que amam muito.” (1)

 

(1) https://www.hablarcondios.org/pt/meditacaodiaria.aspx

 

 

“Jesus: Sublime Mestre, Divino Salvador”

                                                      

“Jesus: Sublime Mestre, Divino Salvador”

Na reflexão da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,1-4), proclamado na sexta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum, encontramos esta afirmação do Missal Quotidiano:

“No monte, Jesus é o Mestre Sublime; na planície onde vivem os homens despedaçados pela dor e pelo pecado, é o Salvador...” (pág. 952). 

De fato, na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,1-12), encontramos o Sermão de Jesus, o Sermão da Montanha.

No alto do monte Ele é verdadeiramente um Sublime Mestre, que nos ensina um novo modo de ser e viver.

Oferece-nos novos princípios e nos desafia a novas atitudes, desdobradas nos capítulos 6 e 7, e ainda encontramos a graça de aprendermos a rezar como Ele nos ensinou: “Pai nosso que estais nos céus...”

Não temos mais belo e sublime Mestre do que Jesus e nem programa de vida mais amplo, revolucionário que o programa das Bem-Aventuranças.

Se de um lado, na montanha Jesus é o Sublime Mestre, na planície da existência humana (a partir do capítulo 8 de Mateus), no chão da história, para toda a humanidade é o Divino Salvador. 

Com sua Vida vivida no amor que ama até o fim, amor sem limites, amor que ama até as últimas consequências. Pelo Sangue, por amor derramado, é que nos vem a Salvação.

Antes de consumar em ato extremo de amor, amor que muitas vezes é incompreendido que nos dá “vertigem”, porque ultrapassa nossa compreensão, limitações e medidas, e todo o parâmetro, a todos Se apresentou, mais ainda foi e é para todo o sempre o Divino Salvador, por isto a Ele toda honra, glória, poder e louvor.

Oremos:

Ó Sublime Mestre da montanha,
Divino Salvador de nossa planície!

Ó Divino que viestes do Pai, viestes do Alto,
Elevai-nos um dia para junto de Vós,
Que à direita do Pai, glorioso estais!


Divino Salvador, como não amá-Lo e segui-Lo?
Divino Salvador, como não ter de Vós os mesmos pensamentos e sentimentos?                                                                                              
Divino Salvador que cura, liberta, ensina, anima, acolhe, perdoa, e salva.
Divino Salvador que a fome sacia, que a tristeza transforma em alegria...
Divino Salvador que a escuridão faz clara como a luz de um belo dia...

Divino Salvador, Vós sois o Caminho que nos conduz ao Pai.
Divino Salvador, Vós sois a verdade que ilumina os povos.
Divino Salvador, Vós sois a vida que renova o mundo!

Divino Salvador, que fortalece nossa fé,
Divino Salvador, que revigora nossa esperança,
Divino Salvador, que a chama de nosso amor inflama!

Nós vos suplicamos sem nenhum merecimento:
Purificai-nos de tudo aquilo que fere a nossa dignidade,
Afastai tudo que crie divisões e desigualdades.
Acalmai-nos e protegei-nos nas mais impetuosas tempestades!

Na montanha, quão belas lições,
Na planície, quão belas ações...
Nós vos amamos,  Sublime Mestre,
Nós vos adoramos, Divino Salvador! 
Amém.


Em poucas palavras...

                                                   


"A glória de Deus..." 

“Pois a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá a vida a todos os que veem a Deus”.(1)

  

(1) Bispo Santo Irineu (séc. II)

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