O Tempo do Advento consiste na preparação para o encontro final com o Senhor que virá gloriosamente e, ao mesmo tempo, a preparação para a Solenidade do Natal que se aproxima.
Neste sentido, não podemos nos perder no “deserto da cidade”, em atmosferas natalinas, sobretudo aquelas que visam o incremento do consumo na compra e troca de presentes, ou outras formas que não correspondem necessariamente à beleza da Festa.
Seja o Natal a graça de sentirmos a alegria mais profunda, desejada por nós e mais que querida por Deus para todos nós, sobretudo os mais empobrecidos, com os quais Ele Se identificou.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, ouvindo as vozes dos profetas, e a voz do precursor João Batista que ecoa pelos séculos, unindo nossas expectativas aos que se sentem longe da pátria e da paz.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, ao abrir meus ouvidos às “vozes” que me conduzam ao reencontro da esperança de um novo amanhecer, em que o amor e a verdade se encontrão, a justiça e a paz se abraçarão.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, despertada pela “voz que clama no deserto” reconhecendo a presença de Deus não somente na glória de um Rei que regressa por nós, vencedor de batalhas maiores, mas também na ternura do Menino Deus, o Bom Pastor.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, porque sei que Ele, o Bom Pastor, nos carrega no colo, sobretudo quando ainda não sabemos caminhar e por onde caminhar, ou quando nos sentimos fracos e feridos por tantas situações por que possamos passar ao escrever as linhas de nossa história.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, fruto da capacidade e maturidade de quem reconhece os erros dos tempos passados, somado aos limites do tempo presente, com o reconhecimento das limitações próprias da humana condição, como ervas e flores que murcham, névoa do amanhecer que seca quando sente os primeiros raios do sol.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, unindo nossa esperança às esperanças desiludidas por realizações parciais, ou mesmos não realizadas e frustradas, na espera de um novo céu e uma nova terra, ainda que demorados, mas com compromissos sagrados renovados.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, cheia de júbilo, que sabe compreender e aceitar com serenidade quando o tempo de Deus não for o nosso tempo, assim como renovar a paciência e a serenidade no mais profundo de mim mesmo, para que se aproxime a paciência e a serenidade divinas.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda, daquela noite das noites que mudou o rumo da história, a Noite do Nascimento do Salvador. E com os anjos, pastores, Maria e José, dar glórias a Deus no mais alto dos céus, e tão próximo e íntimo de nós. Ele tão perto e, por vezes, d’Ele, tão longe.
Quero sentir no Natal a alegria mais profunda...
Fonte de inspiração: Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – Vol. Advento-Natal pp. 91-92.
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